sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Feliz 2011 comemorando os 100%

Obrigado Família Canção Nova

"Porque, quanto a mim, eu e minha casa serviremos o Senhor".(Js 24,15b) Balanço de 2010 e Metas para 2011


Irmãos e irmãs combatentes,

chegamos ao fim do ano de 2010 e estamos às portas do ano de 2011. Quantas graças e bençãos o Senhor nos propiciou, quantas batalhas foram travadas, quantos combates, quantas lágrimas e sorrisos foram estampados em nossos rostos neste ano.
Para mim, Deus confirmou a sua criatividade e sua intervenção naquilo que de fato, é de sua vontade. Quando criamos este blog, sem muitos conhecimentos sobre esta ferramenta, nossa pretensão era de apenas "postar algumas pregações" da rotina de nosso grupo semanal.  Contudo, em outubro, o Senhor falou forte em meu coração me pedindo mais atenção ao grande potencial que este canal poderia ter para o cumprimento de uma ordem evangélica:  "E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura." (Mc 16, 15).

Foi então que lançamos a todos e todas o desafio de juntos divulgarmos, atualizarmos e  fizemos o então desafio de alcançarmos o acesso mil até o fim do ano. Confesso que julguei que, levando em conta que tinha levado um pouco mais de um ano para atingir 780 acessos, conseguiria o restante disto, com esforço em dois meses. Mas Deus sempre nos surpreende...

Agora, que estou concluindo esta postagem (31.12.2010 as 18:27), o número de acessos ao nosso blog é de 2.584 acessos. Que grata surpresa em Deus. Superamos a meta do acesso mil ainda na primeira semana de novembro e não paramos mais de ascender em acessos. Fomos lidos em mais de 37 países, com pelo menos um acesso. Os países que concentram os maiores números acessos são, pela ordem:

Brasil
2.115
Estados Unidos
194
Portugal
116
Croácia
32
Canadá                                                                                      16
Holanda
13
Eslovênia
13
Coreia do Sul
11
Timor-Leste
10
Argentina
8

Agora, que fechamos este ano, é hora de lançarmos as novas metas. E, como Deus nos inspira, seremos ousados. Quero convidar você, para que convide a outros,  a garantirmos MIL ACESSOS POR MÊS.
Deus nos permita chegar ao fim de 2011, comemorando o acesso 13.000.

A meta maior, no entanto, é levar a Palavra de Deus, o Reino, o próprio Jesus, a sua Igreja, a todos e a todas. Peço a você que reze uma ave-maria por nós que cuidamos do blog. As dificuldades também sobrevieram sobre nós. Mas Deus é fiel. Quero também aproveitar a agradecer a todos que são sócios da Canção Nova, e que contribuíram com sua fidelidade, seu algo a mais e suas orações para que alcançássemos não os 100%, mas os 102%. DEUS LHE PAGUE!

De nossa parte, é preciso continuar trabalhando arduamente e tendo sempre dinate de nós a ordem bíblica:
"Portanto, quer comais quer bebais ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus."    (I Cor 10,31)


Que Deus nos abençoe e nos faça crescer em nosso caminho de conversão e santidade neste ano de 2011.

Um Santo e Feliz 2011!

Unidos em Cristo e em sua Igreja.

Christian Moreira.

  

Homilia Diária - 31.12.2010 - "Pela fé nossos olhos contemplam a glória de Cristo!"



Uma mulher deu à luz o Filho de Deus concebido em seu ventre. É a Palavra de Deus que se fez Carne e veio morar entre nós. Jesus, Filho de Maria, Filho de Deus, Carne da nossa carne, é a Luz do mundo que a todos ilumina.
Vivemos este tempo de alegria por termos Jesus entre nós, renovando tudo e todos. Findo o ano, esperamos construir um ano novo, repleto das bênçãos de Deus Pai. Os povos, solidários, clamam contra os idólatras do dinheiro e criminosos de guerra. Está em gestação o mundo novo possível, sem exclusões, na fraternidade universal, na partilha, na compaixão e na paz. Para isso, precisamos fazer a parte que nos cabe.
O eterno desejo do Senhor para a salvação do Seu povo é expresso por João: “Para que vejam a minha glória” (cf. Jo 17.24). José pediu a seus irmãos que contassem a seu pai sobre toda a sua glória no Egito (cf. Gn 45.13), não para dar uma amostra ostensiva dela, mas para dar a seu pai a alegria de saber a sua alta posição naquela terra. Da mesma forma, Cristo deseja que Seus discípulos vejam a Sua glória, para que estejam satisfeitos e usufruam a plenitude de Suas bênçãos para todo sempre.
Uma vez tendo conhecido o amor de Cristo, o coração do crente estará sempre insatisfeito até a glória do Senhor ser vista. O auge das petições que Cristo faz a favor dos Seus discípulos é que contemplem a Sua glória.
Desde que o nome do cristão é conhecido no mundo, não tem havido tanta oposição direta à singularidade e glória de Cristo como nos dias atuais. É dever de todos aqueles que amam o Senhor Jesus testemunhar, conforme suas habilidades, a singularidade de Sua glória.
Eu gostaria, portanto, de fortalecer a fé dos verdadeiros cristãos ao mostrar que ver a glória de Cristo é uma das maiores experiências e privilégios possíveis neste mundo ou no outro. “Mas todos nós, com a cara descoberta, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor” (II Cor 3,18). Na eternidade seremos como Ele, porque O veremos tal como Ele é (cf. I Jo 3,2).
Este conhecimento de Cristo é a via contínua e a recompensa de nossas almas. Aquele que tem visto a Cristo também tem visto o Pai; a luz do conhecimento da glória de Deus é vista apenas na face de Jesus Cristo (cf. Jo 14,9; II Cor 4-6).
Há duas maneiras de ver a glória de Cristo: mediante a fé, neste mundo, e, por meio da fé, no céu eternamente. É a segunda maneira que se refere principalmente à oração sacerdotal de Cristo - que Seus discípulos possam estar onde Ele está, para contemplar Sua glória.
Nenhum homem jamais verá a glória de Cristo no futuro se ele não tiver alguma visão dela, pela fé, no presente. Devemos estar preparados pela graça para a glória, e pela fé para a visão. Algumas pessoas que não têm fé verdadeira imaginam que verão a glória de Cristo no céu; porém, estão apenas se iludindo. Os apóstolos viram a glória d’Ele: “Vimos a sua glória como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14). Essa não era uma glória deste mundo como a dos reis… Apesar de ter criado todas as coisas, Cristo não tinha onde reclinar a cabeça. Não havia glória ou beleza incomum em Sua aparência como homem. A Sua face e Suas formas se tornaram mais desfiguradas do que as de qualquer homem (cf. Is 52.14; 53.2). Não era possível ser vista neste mundo a glória total da Sua natureza divina. Como então os apóstolos viram a glória do Senhor? Foi pela compreensão espiritual da fé.
Quando eles viram como Ele era cheio da graça e de verdade e o que Ele fazia e como falava, eles “O receberam e creram no Seu Nome” (cf. Jo 1.12). Aqueles que não tinham essa fé não viram a glória em Cristo, pois ela está muito além do alcance de nossa presente compreensão humana. Não podemos olhar diretamente para o sol sem ficarmos cegos. Semelhantemente, com nossos olhos naturais não podemos ter nenhuma visão verdadeira da glória de Cristo no céu; ela apenas pode ser conhecida pela fé.
Aqueles que falam ou escrevem sobre a imortalidade da alma, sem ter conhecimento de uma vida de fé, não podem ter convicção daquilo que dizem… O entendimento que vê apenas por intermédio da fé é que nos dará uma ideia verdadeira da glória de Cristo e criará um desejo para um completo desfrute dela.
Entretanto, se quisermos ter uma fé mais ativa e um maior amor para com Cristo, que deem descanso e satisfação às nossas almas, precisamos ter um maior desejo de compreender melhor a Sua glória nesta vida. Isso significará que cada vez mais as coisas deste mundo terão menor atração para nós até que se tornem indesejáveis como algo morto. Não deveríamos procurar por nada nesta vida. Se estivéssemos totalmente convencidos disso estaríamos pensando mais nas coisas celestiais do que normalmente estamos.
Seremos moldados por Deus para o céu. Muitos pensam que já estão suficientemente preparados para a glória, como se eles a pudessem alcançar. Mas não sabem o que isso significa. Não há o menor prazer na música para o surdo, nem nas belas cores para o cego. Da mesma forma, o céu não seria um lugar de prazer para as pessoas que não tivessem sido preparadas para ele nesta vida pelo Espírito. “O apóstolo dá “…graças ao Pai que nos fez idôneos para participar da herança dos santos na luz…” (Cl 1.12). A vontade de Deus é que devemos conhecer as primícias da glória aqui e a sua plenitude no futuro. Porém, somos feitos capazes de receber o conhecimento dessa glória pela atividade espiritual da fé. O nosso conhecimento atual da glória é nossa preparação para a glória futura.
Uma visão verdadeira da glória de Cristo tem o poder de mudar-nos até que nos tornemos semelhantes a Ele (cf. II Cor 3.18).
Uma meditação constante sobre a glória de Nosso Senhor Jesus Cristo dará descanso e satisfação às nossas almas. Trará paz às nossas almas que tantas vezes estão cheias de medos e pensamentos perturbadores. “Porque a inclinação da carne é a morte; mas a inclinação do espírito é vida e paz” (cf. Rm 8.6). As coisas desta vida nada são quando comparadas com o grande valor da beleza de Cristo, como o apóstolo Paulo disse: “E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas as coisas, e as considero como esterco para que possa ganhar a Cristo” (Fl 3.8).
O conhecimento da glória de Cristo é a fonte de nossa bem-aventurança eterna. Vendo-O como Ele o é, nos tornaremos semelhantes a Ele (cf. ITs 4.17 - Jo 17.24; I Jo 3.2).
Ao encerrarmos o ano civil louvemos e agradeçamos a Deus por tudo o que nos concedeu ao longo de 2010 e peçamos-Lhe que nos faça contemplar a Sua glória já aqui na terra para que nos céus nos configuremos a ela.
Padre Bantu Mendonça K. Sayla

Saiba como começar bem o ano de 2011


Santuário Nacional
Padre Rodrigo Arnoso, Prefeito de Igreja do Santuário Nacional
Pular sete ondas, comer lentilha, uvas, nozes... São muitas as superstições, mas neste dia que é o marco do início de um novo ano, certo mesmo é não se apegar em coisas externas, mas sim naquilo que é essencial: Deus, que dá sentido à vida. Essa é a afirmação do prefeito da Igreja do Santuário Nacional de Aparecida, padre Rodrigo Arnoso, ao comentar sobre as festividades destes dias.

“Neste dia em que celebramos o nascimento de um novo ano, é preciso que nos coloquemos numa atitude de oração e de comprometimento de fazer em tudo, no ano que está chegando, a vontade do Pai”, complementou.

Acesse
.: Podcast: Opinião da Igreja sobre as superstições 
.: Podcast: O que fazer para começar bem o ano 


O sacerdote explicou ainda que, no dia 1º de janeiro, a Igreja comemora a solenidade de Maria Santíssima Mãe de Deus, quando se recorda a entrega da Virgem Maria a Deus para que, através dela, Jesus Cristo fosse encarnado. "Esse é o grande marco do ano que se inicia", destacou.

Perdoar para recomeçar

O início de um novo ano é um momento, para muitos, de reflexão e recomeço; momento mais que oportuno de perdoar os outros e a si mesmo. “O perdão é um exercício que aprendemos diariamente e, se somos pessoas de Deus, nós conseguimos transpor muralhas que nos impedem de chegar ao outro, fazendo a experiência do perdão, do amor misericordioso do Pai”, elucida padre Rodrigo.

O psicólogo Élison Santos complementa: “Os dias não vão mudar, o que muda somos nós. A vida nos dá a possibilidade de ter uma nova experiência com o mundo inteiro. Isso tem um valor muito importante psicologicamente”.

Mais família

Em vez do apego a superstições, o padre do Santuário de Aparecida aconselha o resgate da reunião familiar. “Não apenas para comer e beber, mas para partilhar a vida, os sentimentos e a alegria de fazer parte da família de Deus e ter nessa terra uma família que é nossa primeira comunidade”, enfatiza.

Rever o comportamento, o tratamento dado, em especial, aos familiares é uma atitude fundamental para começar bem o ano, considera o psicólogo Élison Santos. “Existem pessoas que eu preciso perdoar, na minha família, nas minhas relações de amizade ou profissionais? É preciso propor-se a mudar. Estar em paz com as pessoas é muito importante”, ressalta.

Sem dívidas


Buscar negociações, quitar dívidas, rever as finanças são também atitudes importantes para começar bem um novo ano. “O aspecto financeiro é muito importante, particularmente para a vida de um casal”, destaca o psicólogo.

Mais saúde

É hora de fazer um check-up na saúde para saber como está o coração, a visão, a audição. Também é um bom momento para rever os hábitos alimentares, para ter mais saúde e disposição, aconselha Dr. Élison.

Novas metas

O psicólogo destaca ainda que é preciso ter consciência dos compromissos sociais, com os pais, filhos, profissionais ou estudantes, pois renovar as esperanças é também planejar. “'O que a vida pede de mim em 2011?' É a pergunta fundamental", explica.

Os crescimentos intelectuais, espirituais e afetivos fazem parte do projeto de amadurecimento pessoal, além da busca por aperfeiçoamento através de cursos e uma boa formação para um eficiente crescimento profissional.

Cada vida é única e especial, cada um tem um papel essencial na construção de um mundo de paz e fraternidade. “A vida tem sentido a medida que a vemos como missão. Depende de mim, mudar o mundo. Perguntar-se qual o sentido da sua vida para as pessoas que lhe cercam”, são reflexões para este novo ano, finaliza o psicólogo Élison Santos.

Fonte: www.cancaonova.com

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Liturgia da Palavra: Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus Por Dom Emanuele Bargellini, Prior do Mosteiro da Transfiguração

SOLENIDADE DE SANTA MARIA, MÃE DE DEUS
(Oitava do Natal - 1 de janeiro)

Maria guardava cuidadosamente todos estes fatos e meditava sobre eles no seu coração”.

Leituras: Nm 6, 22 – 27; Gl 4, 4 -7; Lc 2, 16 – 21

No oitavo dia da solenidade do Natal, no cume, por assim dizer, do dinamismo vital com que o Espírito Santo fecundou a Bem-Aventurada Virgem, a Igreja contempla e celebra na fé e na alegria o mistério de Maria, Mãe de Deus e Mãe da Igreja e da nova humanidade renascida em Cristo.
Durante o tempo do Advento, a liturgia ficou repetindo todos os dias a saudação do anjo: “Maria, alegra-te, ó cheia de graça, o Senhor está contigo; és bendita entre todas as mulheres da terra” (Liturgia das Horas: Antífona da Hora média; cf Lc 1, 28; 42).
A virgem Maria é saudada pelo anjo, e celebrada pela Igreja, como aquela que de maneira única está portando no seio e irradia ao redor de si mesma a graça de Deus feita pessoa, o Filho do Altíssimo que já no seu próprio nome, Jesus, indica sua profunda identidade e sua missão: revelar a benevolência do Pai, salvar e resgatar do mal toda a humanidade e abrir novamente para ela o caminho para a casa do Pai. Maria, Mãe de Deus, participa também na geração da nova humanidade, cujas primícias é a pessoa do próprio Jesus (cf. Rm 5, 15-19).
Deus continua seguindo o critério da simplicidade, da fraqueza, do “esvaziamento” (cf. Fil 2, 6-11); critério este, escolhido desde o início para se manifestar e atuar na história. Ele suscita a resposta livre da fé por parte de todos os parceiros que chama para colaborar na sua obra redentora. Assim como fez com Abraão, pai dos crentes, com os patriarcas e com os profetas, do mesmo modo atua com Maria e com José. Ao cumprir-se o tempo estabelecido por Deus de realizar seu projeto de salvação, não envia seu Filho do céu, em maneira espetacular, mas Ele “nasce de mulher” como todo homem, e está inserido na história gloriosa e ambígua do povo de Israel, destinatário primeiro da aliança e portador da esperança para todos os povos (cf. 2ª leitura - Gl 4, 4-5).
O lugar onde se cumprem as promessas de Deus e se manifesta a sua potência que salva não é a nobre cidade de Jerusalém, nem o lugar sagrado do templo, mas o menino recém-nascido, deitado numa manjedoura. Somente os pobres e os simples de coração, afinados com Deus, como os pastores, conseguem receber o surpreendente anúncio do céu e acreditar nele. Os pastores de Belém representam os pobres de todos os tempos, no solícito caminho rumo ao menino, assim como na capacidade de reconhecer com estupor no recém nascido da manjedoura, o Salvador esperado pelo povo e anunciado pelos anjos. Pela luz interior que os acompanha, eles se tornam “anunciadores da boa nova” até para aqueles que se encontram junto do menino, suscitando maravilha mesmo nos pais dele (Lc 2, 16-18).
Para todos os efeitos, Jesus, o Filho do Pai, é também o filho do seu povo, da experiência humana, espiritual e cultural de sua gente, do seu tempo. O papa João Paulo II, na sua histórica visita à sinagoga de Roma (1986), quis lembrar a todos os cristãos que os judeus são nossos “irmãos maiores”, e que desta carne nasceu Jesus. Ao seguir a novidade produzida pelo próprio Jesus, não podemos esquecer as raízes judaicas da experiência cristã. É a fidelidade ao mistério da Encarnação que exige de nós tal atenção. O esquecimento desta perspectiva não é estranho aos devastadores critérios que ao longo dos séculos marcaram infelizmente as relações entre cristãos e judeus, até a Shoa, o holocausto do povo judeu, ocorrido no século passado.
Neste povo e nesta história santa o menino Jesus é inserido plenamente com o rito simbólico da circuncisão ao oitavo dia depois do nascimento, - como lembra o Evangelho de hoje - quando recebe o “nome” escolhido por Deus e preanunciado pelo anjo. Assim como acontecia nos tempos de Jesus, ocorre ainda hoje no povo de Israel a circuncisão com os meninos recém-nascidos.
Os profetas (cf Jr 4,4), assim como o Novo Testamento, reivindicam a dimensão interior da circuncisão, a “circuncisão do coração”, enquanto sinal da aliança e da fidelidade ao Senhor. Paulo ensina com vigor que a autêntica circuncisão que faz o verdadeiro Israel, é a do coração (cf Rm 2, 25 - 27;  Gl 5,5). Por isso a profissão de fé em Jesus e o batismo, desde muito cedo, irão substituir o sagrado e antigo rito judaico para os discípulos de Cristo, o realizador da nova aliança. Mas o apóstolo admoesta sempre que somente uma vida animada e guiada pelo Espírito de Cristo, faz dos discípulos, autênticos “circuncidados no coração” e “batizados” no Senhor.
A este mundo humano e espiritual Jesus é introduzido gradualmente por Maria e José, aos quais fica submetido em filial obediência, enquanto cresce em vigor físico e sabedoria espiritual, e ao mesmo tempo vai abrindo seu próprio caminho para cumprir sua vocação e missão pessoal ao serviço do Pai.
Na Sagrada Família, como em toda família que acredita no Senhor, todos juntos e cada um de parte sua, Maria, José e Jesus, estão aprendendo dia após dia seu caminho, buscando descobrir e seguir a vontade de Deus. À materna preocupação manifestada por Maria ao encontrá-lo no templo de Jerusalém três dias depois ter se afastado da família, Jesus responde: “Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai? Eles, porém, não compreenderam a palavra que ele lhes dissera. Desceu então com eles para Nazaré e era-lhes submisso. Sua mãe, porem, conservava lembrança de todos estes fatos em seu coração” (Lc 2, 49-51). A maternidade de Maria é dom sublime de Deus. Mas é também uma aprendizagem progressiva na fé e no amor, que alcançará sua plenitude aos pés da cruz, quando o próprio Jesus entregará a ela como um filho, no discípulo amado, toda a humanidade, e esta, por sua vez, será entregue pelo Senhor à Maria, que nesse instante será uma Mãe para todos (cf Jo 19, 25 – 27).
O evangelista Lucas destaca com insistência a atitude interior de Maria - com certeza partilhada também por José - frente aos acontecimentos da vida. Ela continua, por assim dizer, o processo de gestação e interiorização da Palavra que tinha concebido em si mesma por obra do Espírito Santo na plena disponibilidade da fé e que agora não cessa de interpelá-la. Esta atitude de silêncio meditativo, de contemplação cheia de perguntas sem respostas imediatas e de entrega confiante ao mistério de Deus, acompanhará Maria ao longo da sua vida junto de Jesus, nos momentos alegres e nos momentos problemáticos e tristes (Lc 2, 51; Mt 12,48-50), até os pés da cruz.
Por esta atitude de escuta, silêncio e entrega confiante a Deus, a Virgem Maria se torna as primícias do reino de Deus e exemplo da Igreja inteira e de todo discípulo e discípula de Jesus. É o próprio Jesus a nos oferecer esta perspectiva cheia de fascínio para aqueles que acreditam nele: “Jesus respondeu àquele que o avisou: Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? E apontando para os discípulos com a mão, disse: Aqui estão minha mãe e meus irmãos, porque aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, irmã e mãe” (Mt 12, 48-50).
Gostaria partilhar algumas reflexões de Santo Agostinho sobre estas palavras de Jesus, reflexões com que ele une de maneira admirável no mesmo caminho de fé a Virgem Maria, a Igreja e cada um de nós.
“Prestai atenção, rogo-vos – diz o grande doutor da Igreja – naquilo que Cristo Senhor diz, estendendo a mão para os discípulos... Acaso não fez a vontade do Pai a virgem Maria, que creu pela fé, pela fé concebeu?... Sim! Ela o fez! Santa Maria fez totalmente a vontade do Pai e por isso mais valeu para ela ser discípula de Cristo do que mãe de Cristo. Assim Maria era feliz porque, já antes de dar à luz o mestre, trazia-o na mente....Santa Maria, feliz Maria! Contudo, a Igreja é maior que a Virgem Maria. Por quê ? Porque Maria é porção da Igreja, membro santo, membro excelente, membro super-eminente, mas membro do corpo total....Portanto, irmãos, dai atenção a vós mesmos. Também vós sois membros de Cristo. Vede de que modo o sois. Diz: Eis minha mãe e meus irmãos...Como sereis mãe de Cristo? “Todo aquele que ouve e faz a vontade do meu Pai que está nos céus, este é meu irmão e irmã e mãe ” (Sermão 25,7-8; LH IV, 1466-67).
Maria foi eleita e chamada por graça a dar sua própria carne ao Filho de Deus para ele realizar sua missão de Salvador para todos os homens e mulheres. Na sua resposta de fé e de entrega incondicionada a Deus, Maria primeiro realiza aquela atitude interior que, nas palavras do próprio Jesus, constitui a condição para fazer de todo discípulo e discípula, a exemplo de Maria, o seio fecundo onde a Palavra de Deus é acolhida e se torna principio vital da nova existência animada pela fé.
O mesmo Espírito que fecundou a virgindade de Maria fecunda a fé da Igreja e a faz mãe fecunda, capaz de gerar filhos e filhas com a pregação da Palavra, a experiência pascal dos sacramentos e a proximidade do amor.
Admirável Natal! Nós, os renascidos à vida do Pai como filhos e filhas adotivos no Filho, pelo dom do Espírito que nos anima (2ª leitura – Gl 4, 5-7), somos inseridos em tamanha intimidade com Jesus, que nos tornarmos seus irmãos, irmãs, e mesmo sua mãe! Capazes, por graça, de fazê-lo nascer a cada dia em nós para que nós possamos viver sempre mais nele e para ele, até partilhar com o apóstolo a admirável experiência da plena conformação com ele: “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20).
Estas afirmações, que vêm da Escritura, dos Padres da Igreja e da Liturgia, talvez soem um pouco surpreendentes aos nossos ouvidos. Talvez sejamos tentados a reduzi-las como lindas e sugestivas expressões poéticas, destinadas a acariciar nossa sensibilidade estética e nossa emotividade devota. Pelo contrário, nos deixam vislumbrar o coração do mistério do amor de Deus e do seu esvaziamento que nos introduzem de novo no caminho da vida e da verdade. Deixam-nos vislumbrar o mistério da fecundidade insondável da fé de Maria e da fecundidade da Palavra de Deus no coração de todo discípulo e discípula de Jesus, quando a recebem e a guardam com fé. Oferecem-nos as razões mais profundas e o caminho mais certo para alimentar e guiar nosso culto e nosso amor filial a Maria, nossa irmã e mãe na fé, na esperança e na caridade.
O povo cristão desde o início, com a intuição simples e profunda da sua fé, percebeu e honrou na virgem Maria, a Mãe de Deus e do Redentor, e a Mãe da Igreja. É como se exprime o Concílio Vaticano II: Maria foi e “é saudada também como membro super-eminente e de todo singular da Igreja, como seu tipo e modelo excelente na fé e caridade. E a Igreja católica, instruída pelo Espírito Santo, honra-a com afeto de piedade filial como Mãe amantíssima” (LG 53).
A constituição Lumen Gentium do Concílio Vaticano II, no capítulo 8º, nos oferece uma maravilhosa síntese da fé e da piedade da Igreja do Oriente e do Ocidente sobre a “Bem-aventurada virgem Maria Mãe de Deus no mistério de Cristo e da Igreja”. Um tesouro ainda por descobrir, junto com outra mina preciosa, rica da linfa vital da tradição e de elementos novos, constituída pela liturgia renovada pelo Concílio e dedicada às celebrações de Santa Maria.

SÃO PAULO, quinta-feira, 30 de dezembro de 2010 (ZENIT.org) – Apresentamos o comentário à liturgia da Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus – Leituras: Nm 6, 22 – 27; Gl 4, 4 -7; Lc 2, 16 – 21 – redigido por Dom Emanuele Bargellini, Prior do Mosteiro da Transfiguração (Mogi das Cruzes - São Paulo). Doutor em liturgia pelo Pontificio Ateneo Santo Anselmo (Roma), Dom Emanuele, monge beneditino camaldolense, assina os comentários à liturgia dominical, sempre às quintas-feiras, na edição em língua portuguesa da Agência ZENIT.  

O novo... de novo?


Jesus: o Deus sempre conosco - Padre Rufus


O livro de Gêneses diz que Deus criou o homem para um único propósito, para que ele tivesse um relacionamento pessoal com Ele. 

Deus não nos criou como pessoa individualista, mas como fala o versículo 27 do capítulo 3 de Gêneses:“Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher”. O homem não foi o único ser criado, mas homem e mulher, Deus constitui famílias. Então a vida da família reflete toda a intenção do propósito de Deus para a vida. 




Infelizmente no capítulo 3 vemos que o plano de Deus não foi concretizado a princípio porque Adão desobedeceu a Deus. E a palavra diz que não foi só por desobediência, mas por orgulho, essa foi a primeira fonte de mau no mundo. Adão pecou porque sua esposa Eva o levou ao pecado. Existe uma fonte do mau instalada no mundo. Esse é o ambiente em que vivemos. Essa é a fonte de pecado, foram seduzidos. 



.: Enfermeira comenta esta pregação


Existe uma escuridão além de mim, que a Bíblia chama de inimigo. Em hebraico a palavra inimigo significa satanás. 

Deus disse que eles teriam que agüentar as conseqüências do pecado que afetou o relacionamento do casal, e a família como um todo e também o relacionamento com as pessoas que estão a sua volta. Mas o Senhor diz: "Eu ainda vos amo e vou salvar vocês, desfazendo o trabalhado feito por satanás vou enviar o Salvador". 

Vemos em Gêneses a promessa de Jesus como Salvador, que se cumpriu quando Deus enviou o Espírito Santo a Maria para que ela concebesse um Filho, e a palavra que daria nome aquela criança, era a sua função, por isso o nome seria Jesus, que não é simplesmente um nome, diz sobre sua vocação, função e trabalho. Jesus em hebraico é aquele que cura, salva e libertar. Deus estava dizendo que enviaria alguém que curasse, salvasse e libertasse. Esse alguém não é alguém da terra, mas do alto o Filho de Deus. Ele traz para nós a obediência, vai carregar nossa tentação com Ele, mas nós não podemos mais pecar. O nosso Salvador não será Deus, mas um homem de Deus. 

São Mateus deixa bem claro no segundo capítulo, essa pessoa Jesus será chamada Deus conosco, em hebraico Emanuel. Jesus é chamado de nomes diferentes na Bíblia, e o nome de Deus na Bíblia é amor por nós. Significa que Deus faz qualquer coisa por nós. O nome que eu mais gosto nessa tradução dos nomes de Jesus é Deus conosco. Não é um Deus que está só no céu. 

O que Jesus diz no Evangelho de São Mateus, as suas últimas palavras: “Eu estarei com vocês sempre”. Jesus é Deus conosco. Ele foi a todos os lugares da Galiléia, Ele pregou a boa nova para todas as pessoas em todos os momentos. 

Qual o ministério de Jesus? Em primeiro lugar dizer que Deus nos amava. Segundo, estender as mãos para mostrar a cura de Deus através do amor. Jesus proclamou a Boa Nova com seus próprios lábios. Jesus é a Boa Nova de Deus através dos braços que estendeu para curar muitas pessoas, para dizer as pessoas Deus: “Ama vocês”. 

Deus quer que todos nós sejamos felizes. Como o Senhor fala em outras profecias, esqueçam o passado, olhem para frente, vejam o que posso fazer, vou dar a vocês uma nova forma de viver. E como Jesus mostrou isso? Morrendo na cruz por nós. A cruz é o símbolo do cristianismo. É por isso que todas as vezes que eu oro por cura e libertação, vocês não me ouvirão fazendo prece em voz alta, eu faço somente a seguinte oração: “Em nome do Pai, do Filho, do Espírito Santo seja curado".


Alguns anos atrás ocorreram assassinatos na Índia, 10 pessoas foram mortas. Depois de um ano conseguiram pegar as quatro pessoas que haviam matado as vítimas. Todos pertenciam a famílias ricas, e mataram por acreditarem que jamais seriam presas, mas um deles começou a dizer que havia matado essas pessoas e por causa disso a polícia conseguiu pegar todos. No final do julgamento o juiz deu a eles sentença de morte e dizia que eles eram monstros. O líder dos quatro deu um sorriso cínico e toda a Índia teve raiva deles. 

Enquanto estavam presos, pessoas começaram a enviar livros para eles lerem e havia um grupo de oração que enviava livros litúrgicos para eles. O líder colocava tudo isso de lado, mas como não tinha nada para fazer começaram a ler os livros. Um deles escreveu para sua mãe contando que de todos os livros o único que ele estava interessado era a Bíblia Sagrada. 




O dia da execução chegou, ele foi levado para a forca e aí foi perguntado qual era seu último desejo, ele disse: “Ler a Bíblia.” E foi dada a Bíblia para ele que abriu no Evangelho de Lucas capítulo 23. Estava escrito ali que junto com Jesus havia sido crucificado dois criminosos, e o ladrão dizia para Jesus descer da cruz, todos ouviram isso, aquele criminoso achou que Jesus descendo teria uma chance para a vida dele. Eu ouvi muita gente dizendo para você descer se és o Filho de Deus, mas como Jesus não reagia dizia palavras rudes para Jesus. Mas o outro ladrão disse: “Por que você estava abusando desse homem, ele é inocente”. E disse a seguintes palavras para Jesus: “Senhor Jesus, nos olhos das pessoas tu és criminoso, mas para mim és um homem inocente, és para mim um rei, aos olhos humanos és homem, mas para mim és Deus”. Depois disse: “Lembra-te de mim quando entrares no paraíso, porque para mim terei uma vida liberta, tu és o próprio Deus". Existe na Bíblia um ato de fé maior que este? Dizer para um pobre que ele era rei? E o que Jesus disse para ele: "Hoje mesmo, tu entrarás no paraíso". 


O criminoso leu essa passagem, entregou a Bíblia, e foi enforcado. A Índia pensa que ele é o pior criminoso, mas para nós, que sabemos o que aconteceu quando ele estava indo para a forca, ele está no Reino dos céus. 

Jesus quer que você decida qual lado da cruz você quer estar. Prefere ficar olhando para os problemas pedindo para Jesus soluções e vendo que nada acontece começar a usar palavras rudes contra o Senhor? Ou prefere ficar do lado esquerdo louvando a Deus pelos seus problemas, entregando tudo a Deus. São Paulo diz: “Tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus”. 

Se a nossa fé católica diz que mesmo na tristeza temos que ser alegre, temos que praticar isso. Pela morte de Jesus na cruz somos libertos, Ele é aquele que cura. Ele não curou as pessoas depois de seu batismo, mas no momento em que foi concebido começou a exercer o ministério de cura e libertação. 

Estamos vivendo num momento em que muitas pessoas estão sendo assassinadas até mesmo crianças. Jesus quando veio a terra veio como um feto no ventre de sua Mãe, e o rei Herodes quis matar Jesus bebê. O mundo está cheio de Herodes. 

Na minha diocese uma mulher veio me ver e disse que precisava de cinco minutos, mas eu estava muito ocupado, pois eu estava indo em missão para estar com os padres Salesianos. Eu disse para essa senhora me procurar depois, mas ela me insistiu falei com ela. 

Ela estava grávida de nove meses e nos últimos três dias, ela não conseguia sentir o movimento da criança. Ela foi ao ginecologista que não ouvindo mais a batida do coração da criança disse que ela precisava abortar a criança porque seria risco para a vida dela, e que se a criança vivesse teria problema mental. Ela foi a seis médicos famosos e todos disseram a mesma coisa. 

Daí ela implorou, mas eu quero meu bebê. Eu creio que naquela hora Jesus a ouviu, então eu coloquei minhas mãos sobre a cabeça dela, mas o telefone tocou, fui atender. Ela me disse que no momento em que eu coloquei a mão nela, tudo começou a mexer dentro dela, como um “ciclone”. 

Voltei e impus as mãos e comecei a orar, qual foi minha oração? Eu sempre peço ao Espírito Santo que me diga como rezar, peço a Deus para levar a esperança ao homem, e quando você não sabe como e o que orar, a Bíblia diz que o Espírito Santo reza por mim. 

Eu disse: "Senhor, como tu fizestes com o João Batista no ventre de Isabel, faça também por esse bebê no ventre dessa mulher". 

Não fiz a oração em voz alta, fiz mentalmente, logo que acabei, a mulher começou a falar em voz alta que o bebê estava mexendo. E eu disse para ela: “Eu tenho que sair agora, mas não levante continue orando porque esse bebê não está apenas mexendo, está pulando como João Batista, pulando de alegria. 

Ela me disse duas coisas, por isso quero dizer a vocês: "Padre enquanto orava por mim, eu senti como se um espírito de morte saísse do meu ventre e fosse para minha perna". Ela não sabia que existia isso, havia um inimigo que agiu por causa de inveja na vida daquele bebê, alguém que procurou um feiticeiro para amaldiçoar aquele feto, alguém na família tentou fazer isso para ela. Ela disse que tinha consciência que o bebê estava morto, mas que tinha voltado à vida. 

Sete anos mais tarde eu recebi uma ligação dessa mulher dizendo que queria encontrar comigo. Ela trouxe a criança e disse que pela manhã na escola houve distribuição de prêmios e que o garoto era o melhor em todas as matérias na escola e havia sido premiado. 

Eu olhei para ele e disse: "Essa era a criança que os médicos mais famosos queriam destruir e que mesmo se nascesse teria doença mental e física”. 

É isso que até mesmo o Bebê Jesus, o mesmo que fez esse milagre por aquela mãe pode fazer por nós. O primeiro milagre de Jesus não foi feito na Sinagoga em Nazaré, Ele começou a curar as pessoas ainda no ventre de sua mãe. Esse é o nosso Senhor Jesus Cristo. Somente Ele pode fazer isso.

Fonte: www.cancaonova.com

Comentários Comentados

Caros irmãos e irmãs combatentes,


Graças a Deus e a participação de muitos em divulgar nosso blog, ele tem sido visto por pessoas de muitas partes do país e do mundo, cristãs e não-cristãs.
Passaram a surgir comentários as postagens, que pedem de mim considerações. Em respeito aos irmãos que fizeram estes comentários, não os publiquei diretamente, mas os torno públicos com as minhas considerações e inauguro assim uma] novo marcador, que chamaremos de "COMENTÁRIOS COMENTADOS".


O primeiro é o do irmão em Cristo Jesus José Agostini, e peço desculpas a ele pela demora em dar um pronunciamento quanto a sua consideração, que foi feita no dia 19 de Dezembro de 2010, em relação a postagem intitulada: "Peritos brasileiros rechaçaram campanha de frases ateístas nos ônibus às vésperas do Natal" 


"Mas e quando vocês, cristãos, afirmam que "SÓ CRISTO SALVA", vocês não estão ofendendo da mesma maneira todos os judeus, muçulmanos e demais religiões não cristãs? Não é o caso de retirar os cartazes que por ventura tenham esta frase?"


Caro José,


Costumo dizer que paradigmas equivocados, nos levaram a conclusões equivocadas. A matéria que motivou seu comentário diz respeito a uma campanha de caráter ofensivo a fé cristã, e principalmente, baseando-se informações levianas no mínimo, ou propositalmente falsas. O princípio do segmento de uma fé, seja ela cristã, islâmica, judaica, budista ou uma outra qualquer, é acreditar na sua autenticidade e veracidade. Significa dizer que você está no caminho certo. Não posso de fato falar por outras denominações cristãs, mas posso fazê-lo naquilo que tange a doutrina católica. O Catecismo diz que:
«Fora da Igreja não há salvação»?
846-848
Significa que toda a salvação vem de Cristo-Cabeça por meio da Igreja, que é o seu corpo. Portanto não poderiam ser salvos os que, conhecendo a Igreja como fundada por Cristo e necessária à salvação, nela não entrassem e nela não perseverassem. Ao mesmo tempo, graças a Cristo e à sua Igreja, podem conseguir a salvação eterna todos os que, sem culpa própria, ignoram o Evangelho de Cristo e a sua Igreja mas procuram sinceramente Deus e, sob o influxo da graça, se esforçam por cumprir a sua vontade, conhecida através do que a consciência lhes dita.

Acreditamos que a salvação vem de Cristo, Cabeça da Igreja, e do segmento verdadeiro a sua palavra. Nisto cremos. Nada impede que as demais expressões de fé externalizem suas convicções, desde que não venha a ferir a crença do próximo. E este princípio não é religioso ou teológico , mas está na esfera do direito civil. Você deve recordar do episódio lamentável daquele pastor dando chutes em uma imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, e de como se comportou a justiça. 

Se a expressão: "Só Cristo Salva", fosse substituída por exemplo por: "No Islamismo não há salvação", certamente os irmãos islâmicos iriam a justiça, e com razão, exigir a reparação de seus direitos. Nossa doutrina, e enfatizo, NOSSA DOUTRINA professa que mesmo aqueles que não são cristãos e que serão salvos pela misericórdia de Deus, o serão pelo Cristo.

Espero ter contribuído com esta reflexão.

Ab imo corde

Christian Moreira

Homilia Diária - 30.12.2010 - "O futuro da humanidade passa pela família!"


Da gruta de Belém, onde naquela Noite Santa nasceu o Salvador, o olhar volta-se hoje para a humilde casa de Nazaré, para contemplar a Santa Família de Jesus, Maria e José, cuja festa celebramos no clima festivo e familiar do Natal.

O Redentor do mundo quis escolher a família como lugar do Seu nascimento e do Seu crescimento, santificando assim essa instituição fundamental para todas as sociedades. O tempo passado em Nazaré, o mais longo da Sua permanência terrena, permanece envolto por uma grande discrição e dele poucas notícias nos são transmitidas pelos evangelistas. Se, porém, desejamos compreender mais profundamente a vida e a missão de Nosso Senhor Jesus Cristo, devemos aproximar-nos do mistério da Santa Família de Nazaré para ver e ouvir. A liturgia de hoje oferece-nos para isso uma oportunidade providencial.
A humilde casa de Nazaré é para todo o crente, e especialmente para as famílias cristãs, uma autêntica escola do Evangelho. Aqui admiramos a realização do projeto divino de fazer da família uma íntima comunidade de vida e de amor; aqui aprendemos que cada núcleo familiar cristão é chamado a ser pequena «Igreja doméstica», na qual devem resplandecer as virtudes evangélicas. Recolhimento e oração, compreensão mútua e respeito, disciplina pessoal e ascese comunitária, espírito de sacrifício, trabalho e solidariedade são traços típicos que fazem da família de Nazaré um modelo para todos os nossos lares.
O futuro da humanidade passa pela família que, nos tempos de hoje, mais do que qualquer outra instituição, foi assinalada por profundas e rápidas transformações da cultura e da sociedade. A Igreja, porém, nunca deixou de fazer chegar «a sua voz e oferecer a sua ajuda a quem, conhecendo já o valor do matrimônio e da família, procura vivê-lo fielmente; a quem, incerto e ansioso, anda à procura da verdade e a quem é injustamente impedido de viver livremente o próprio projeto familiar» (Familiaris consortio, 1). Ela dá conta da sua responsabilidade e deseja continuar, ainda hoje, «a oferecer o seu serviço a cada homem interessado nos caminhos do matrimônio e da família»
Para realizar esta sua ingente missão, a Igreja conta, de modo especial, com o testemunho e contribuição das famílias cristãs. Melhor ainda, «perante os perigos e dificuldades que a instituição familiar atravessa, ela convida a um suplemento de audácia espiritual e apostólica, na consciência de que as famílias são chamadas a ser ’sinal de unidade para o mundo’, e a testemunhar ‘o Reino e a paz de Cristo, para os quais o mundo inteiro caminha’» (ibid. 48).
Os cristãos, recorda o Concílio Vaticano II, atentos aos sinais dos tempos, devem promover «ativamente o bem do matrimônio e da família, quer pelo testemunho da sua vida pessoal, quer pela ação harmônica com todos os homens de boa vontade» (Gaudium et spes, 52). É necessário proclamar com alegria e com coragem o Evangelho da família.
Jesus, Maria e José, abençoem e protejam todas as famílias do mundo, para que nelas reinem a serenidade e a alegria, a justiça e a paz, as quais Cristo, ao nascer, trouxe como dom à humanidade.
Pai, dá-me a graça de ser piedoso e justo como as pessoas envolvidas no Mistério da Encarnação de teu Filho Jesus. Sejam elas para mim fonte de perene inspiração.
Padre Bantu Mendonça K. Sayla

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Homilia Diária - 29.12.2010 - "O Redentor é apresentado"



“Levaram o Menino a Jerusalém, a fim de O apresentarem ao Senhor, conforme o que está escrito na Lei do Senhor” (Lc 2, 22).
Conforme a Lei, sobre a mulher gestante incidiam várias exigências a serem cumpridas quando do nascimento da criança. A consagração dos primogênitos era feita no ato da circuncisão, no sexto dia do nascimento (cf. Ex 22,28s; Lv 12,3). A purificação da mãe acontecia trinta e três dias depois da circuncisão.
No Templo de Jerusalém, por ocasião da purificação de Maria, o justo Simeão profetiza sobre o Menino Jesus, que será sinal de contradição. Uma das características marcantes de Cristo Jesus, em Seu ministério, foi o conflito com as tradições da Lei e com os chefes religiosos. O empenho em libertar os pequenos e humildes oprimidos sob o jugo da Lei levou-O à morte de cruz, momento culminante em que uma espada transpassa a alma de Sua Mãe.
A Igreja, hoje, revive o mistério da Apresentação de Jesus no Templo. Revive-o com a admiração da Sagrada Família de Nazaré, iluminada pela plena revelação daquele “Menino”.
O Menino, que Maria e José levam com emoção ao Templo, é o Verbo Encarnado, o Redentor do homem e da história!
Hoje, comemorando o acontecimento que nesse dia teve lugar em Jerusalém, também nós somos convidados a entrar no Templo, para meditar sobre o mistério de Cristo, Unigênito do Pai que, com a Sua Encarnação e a Sua Páscoa, tornou-se o Primogênito da humanidade redimida.
Desta maneira, no Evangelho de hoje prolonga-se no tema de Cristo-luz, que caracterizam as solenidades do Natal e da Epifania.
“Luz para iluminar as nações e glória do teu povo, Israel” (Lc 2, 32). Estas palavras proféticas são proferidas pelo velho Simeão, inspirado por Deus quando toma o Menino Jesus nos braços. Ele preanuncia ao mesmo tempo em que “o Messias do Senhor” realizará a Sua missão como um “sinal de contradição” (cf. Lc 2, 34). Quanto a Maria, a Mãe, também ela participará pessoalmente da Paixão do Filho (cf. Lc 2, 35).
Por conseguinte, na solenidade do dia de hoje, celebramos o mistério da consagração: consagração de Cristo, consagração de Maria e consagração de todos aqueles que se põem no seguimento de Jesus por amor ao Reino de Deus Pai.
O ícone de Maria que contemplamos, enquanto ela oferece Jesus no Templo, prefigura o ícone da Crucifixão, antecipando também a sua chave de leitura, Jesus, Filho de Deus, sinal de contradição. Com efeito, é no Calvário que alcança o seu cumprimento a oblação do Filho e, unida a esta, também a da Mãe. A mesma espada atravessa ambos, a Mãe e o Filho (cf. Lc 2, 35). A mesma dor, o mesmo amor.
Ao longo deste caminho, a Mãe de Jesus tornou-se Mãe da Igreja. A sua peregrinação de fé e de consagração constitui o arquétipo para a peregrinação de cada batizado. Como é consolador saber que a Santíssima Virgem Maria está ao nosso lado, como Mãe e Mestra, no itinerário de nossa vida de batizados! Além do plano afetivo, encontra-se ao nosso lado mais profundamente na eficácia sobrenatural demonstrada pelas Escrituras, pela Tradição e pelo testemunho dos santos, muitos dos quais seguiram Cristo no caminho exigente dos conselhos evangélicos.
A cada ano, no Tempo Litúrgico do Natal, é recordada a imensidão do amor de Deus por nós. É preciso acreditar e viver esse amor e a ele entregar-se sem reservas. Assim como Simeão realizou sua esperança, também nós podermos contar sempre com a presença redentora de Cristo. Deixemos, pois, que Deus nos ame, para que sejamos, de fato, transformados, pois Ele continua amorosamente presente no meio de nós.
Ó Maria, Mãe de Cristo e nossa Mãe, agradecemos-te o cuidado com que nos acompanhas ao longo do caminho da vida, enquanto te pedimos: “Neste dia, volta a apresentar-nos a Deus, nosso único bem, a fim de que a nossa vida, consumida pelo Amor, seja um sacrifício vivo, santo e do teu agrado. Amém!”
Padre Bantu Mendonça K. Sayla
Fonte: www.cancaonova.com