segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O Último desejo de um Homem antes de morrer.

O último desejo de um homem sem-teto, antes de morrer, era ver seu cão mais uma vez.

Yurtie, uma cadela, que morava com Cedar Rapids McClain Kevin de 57 anos, em seu carro.
Infelizmente, Kevin ficou doente com câncer de pulmão.
Funcionários do hospital dizem que o encontro foi muito comovente. Kevin morreu logo após o encontro com o seu amigo.

Pode o “Gene” abolir nossa liberdade e responsabilidade? “Determinismo” ou “livre arbítrio”?



Jurgen Moltmann, Teólogo alemão em artigo para o jornal dos bispos italianos, Avvenire.
Determinismo ou livre arbítrio? Esse antigo debate volta hoje à atualidade na pesquisa genética e na pesquisa sobre os neurônios.
Somos gerados pelos nossos genes? Os genes existem na sua peculiaridade antes que a nossa consciência surja? Pilotam o nosso eu nos seus comportamentos? Determinam assim o curso das nossas vida e explicam por que nos tornamos como somos?
O conhecido jornalista norte-americano David Brooks escreveu em 2007 (Herald Tribune): “A partir do conteúdo dos nossos genes, da natureza dos nossos neurônios e da lição da biologia evolucionista, tornou-se claro que a natureza é constituída por competições e conflitos de interesses. A humanidade não surgiu antes das lutas pela sua própria afirmação. As lutas pela afirmação estão profundamente radicadas nas relações humanas”.
Disso, ele tirava como consequência a natural disposição à competitividade do capitalismo e uma “visão do mundo trágica”: “Assim como a natureza humana está predisposta tão agressivamente à luta pelo poder, precisamos de um Estado forte, de uma educação dura e de uma visão do mundo trágica”.
Trata-se do resultado de uma busca ou do interesse de uma ideologia? Eu acredito que se trate de pura ideologia naturalista, porque se fundamenta na redução do imprevisível sistema “homem” aos seus genes e neurônios previsíveis.
Assim, surge a fatal impressão de viver em um mundo fechado na sua causalidade, como se a nossa liberdade, que também percebemos no “tormento das escolhas”, fosse uma ilusão. Se fosse assim, qualquer criminoso diante de um tribunal deveria apelar à incapacidade de entender e de querer, para depois ser absolvido enquanto não imputável.
Craig Venter foi o primeiro a decifrar o genoma humano. Decodificou também o seu próprio genoma, que foi publicado em todos os maiores jornais. Se o pudéssemos ler, saberíamos quem é Craig Venter?Se ele mesmo pode lê-lo, ele chega depois a conhecer a si mesmo?
Quando o encontrei pessoalmente em Taiwan, há dois anos, ele me contou como a guerra do Vietnã, combatida quando jovem, o mudou. O seu genoma não expressa nada de tudo isso, naturalmente, mas então por que a tese determinista segunda a qual seríamos pilotados pelos nossos genes e não teríamos nenhuma liberdade de reagir às experiências de guerra deste ou daquele modo?
Demos então um exemplo: na revista científica Nature Genetics foi publicado recentemente um artigo no qual era demonstrado por pesquisas desenvolvidas em todo o mundo que são os genes que determinam se os jovens se tornam ou não fumantes. O estudo documentava pela primeira vez os fatores genéticos por causa dos quais, nos receptores cerebrais da nicotina, determina-se de qual modo se desenvolve a dependência e o comportamento com relação ao fumo.
Eu fumei muito de 1956 a 1976, depois deixei de fumar de um dia para o outro. Como pude fazer isso? A pesquisa genética, pelo que pude acompanhar, ultrapassou há muito tempo, nos seus expoentes, esse reducionismo ideológico.
A imagem da competitividade do gene egoísta, delineada por Richard Dawkins em 1978, é influenciada pelo darwinismo social. Os genes, de fato, são mais flexíveis do que os corpos sólidos, “ativam-se e desativam-se” e reagem aos influxos ambientais. As nossas experiências e as nossas relações com as outras pessoas, nas quais fazemos a experiência de acolhida ou de rejeição, influenciam também o funcionamento dos nossos genes.
O médico alemão Joachim Bauer, que se ocupa da psicossomática, afirma, assim: “Os genes não pilotam apenas, são também pilotados” (Princípio Humanidade, 2006). Nas pesquisas sobre a inteligência, também são consideradas hoje mais as condições de vida do que as predisposições genéticas.
Chego ao resultado segundo o qual o determinismo genético e neurológico não é capaz de abolir a nossa liberdade, a nossa responsabilidade, nem a nossa imputabilidade. Pode-se aprovar ou rejeitar isso, mas as ideologias não explicam só os resultados de algumas pesquisas, sempre representam também os interesses de uma parte.
Quem hoje tem interesse em abolir a nossa liberdade e de tornar os homens manipuláveis?

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Peugeot cria cor “Vermelho Lúcifer” para seus carros mas “muda” nome na América Latina.


fevereiro 22nd, 2012
A fabricante de carros francesa Peugeot tem investido pesado na América Latina. Seu mais novo lançamento por aqui é o 308, fabricado na Argentina e que estreia este mês no mercado brasileiro.
Depois de precisar fazer várias adaptações em seus modelos para se adaptar ao combustível e o tipo de asfalto do Brasil, a empresa sabe que nem sempre agradou. Agora, seus novos hatches médios pretendem mudar essa história e ajudá-la a se firmar no mercado nacional.
Porém, na hora de mostrar as nove opções de cores disponíveis para o modelo 308, a empresa teve dificuldade com o vermelho metálico, uma das mais vibrantes do seu catálogo.
Na França, ela foi batizada de “Rouge Lucifer” [Vermelho Lúcifer] (foto)
Na América Latina, o tom passará a se chamar apenas “Luc”. O objetivo é evitar a rejeição de consumidores latinos mais religiosos.
“Não queremos causar polêmica no Brasil no lançamento de um produto tão importante para a Peugeot”, explica Carlos Gomes, presidente do grupo Peugeot-Citroën.
O que para alguns pode parecer bobagem, para a marca automotiva é uma preocupação genuína, afinal a religiosidade europeia a muito que não parece interferir nas escolhas dos clientes.
Para evitar alguma campanha negativa ou tentativa de boicote, a Peugeot eliminou a referência a Lúcifer do seu novo tom de vermelho.
Fonte:  Folha.com

Promotora do aborto na Colômbia se disfarça de “bispa” e desrespeita Igreja.


ACI
A  abortista Mónica Roa,uma das protagonistas que junto a transnacionais anti-vida conseguiram despenalização do aborto na Colômbia em 2006, disfarçou-se de “bispa” zombando da Igreja Católica e da fé que professam milhões de colombianos.

Roa, também dirigente da ONG abortista Women’s Link International, publicou em sua conta de Facebook uma foto na que usa uma mitra e algo parecido a uma casula de cor roxa. Na publicação da imagem pediu opiniões de seus seguidores e nomes para sua “fantasia”.
Nos comentários só há insultos contra o Vaticano e o Papa.
A respeito desta atitude, o Secretário Geral da Conferência Episcopal da Colômbia, Dom Juan Vicente Córdoba, assinalou em 20 de fevereiro ao ACI Imprensa que ”isso vai além de algo jocoso ou de uma piada de mau gosto, chegando ao plano do desrespeito. Uma coisa é ter princípios ou idéias distintas e outra coisa burlar-se dos cargos ou das instituições, da Igreja ou não”.
Dom Córdoba disse ademais que “sua brincadeira, feita nos dias de halloween é intolerável para a Igreja (…)porque a Igreja sempre defenderá a vida”.
“O que fez foi uma burla infantil que não se compara com o que pode ser dito de uma enfermeira, um policial, um doutor, etc.”, acrescentou.
O Prelado recordou logo que “em seu momento nós o denunciamos, e não foi em um plano de conflito, porém foi necessário fazer um pronunciamento por não estar de acordo com o que ela fez, a Igreja não deve ser burlada dessa forma”.
Em sua campanha pela imposição do aborto como um “direito” na Colômbia, em que apoiada pelos principais meios de comunicação do país, Mónica Roa agora tem uma campanha contra o Procurador geral da Nação, Alejandro Ordóñez Maldonado.
Roa não tolera que Ordónez tenha se manifestado a favor da vida e contra do aborto em repetidas oportunidades, assim como a favor do matrimônio e da família tradicional, e portanto contra as uniões homossexuais.
Esta postura valeu ao procurador reiterados ataques de Roa e de outros grupos abortistas na Colômbia, que junto de diversos membros da esquerda iniciaram uma campanha titulada “Procura”, para evitar que Ordóñez seja reeleito no cargo.
“Procura”, que também tem um site criado pelo Women’s Link, recolhe os testemunhos de alguns colombianos que agridem o procurador por sua defesa da vida.
A respeito, Alejandro Ordóñez Maldonado disse ao jornal colombiano El País que os ataques pessoais e contra sua gestão são produto de uma espécie de “cristãofobia”.
O procurador Ordóñez foi fortemente criticado por uma minoria que ignora que em agosto do ano passado mais de 5 milhões de colombianos manifestaram sua posição contrária ao aborto, acompanhando com sua assinatura uma proposta legislativa que procurava uma mudança constitucional à lei que agora permite o aborto seja despenalizado que ao final rechaçada para tentar proteger o direito fundamental à vida da concepção.
Ordóñez Maldonado explicou que, segundo a lógica dos seus críticos, “os católicos não poderiam aspirar a cargos públicos e só poderiam pagar impostos e prestar serviço militar, porque não poderiam pronunciar um pensamento jurídico ou político que seja eticamente correto”.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Católicos americanos devem “se preparar para sofrer, inclusive a prisão”, afirma Bispo Americano. Leia e entenda.



A secretária de Saúde e Serviços Humanos do governo Barack Obama, Kethleen Sebelius, estipulou o prazo de 12 meses para que todas as instituições católicas dos Estados Unidos acatem a norma de fornecerem métodos de planejamento familiar para os seus empregados. Segundo Dom Fabian Bruskewitz “isto significa que todos os nossos hospitais católicos, escolas, agências de serviços sociais e similares serão obrigados a participar do mal”.
O prelado afirmou ainda que os católicos norte-americanos devem “se preparar para sofrer, inclusive a prisão” depois da decisão do governo Obana de obrigar a pagar seguros que incluem anticonceptivos, esterilização e remédios abortivos.
Dom Fabian(foto) encaminhou uma carta a todas as paróquias de sua diocese e pediu aos padres que a lessem nas missas do último domingo. Em sua mensagem o prelado esclareceu os pontos desta norma e exaltou os fiéis a fazer como “os mártires dos primeiros tempos, temos de estar preparados para aceitar o sofrimento que pode incluir altas multas e a prisão”.
O Bispo de Lincoln advertiu ainda que “a liberdade religiosa nos Estados Unidos está em grave perigo”. Segundo ele, foi pedido ao presidente Obama que “rescinda esta lei, mas todas as solicitações encontraram uma parede e chegaram a ouvidos surdos na administração”.
Dom Fabian Bruskewitz é um dos muitos Bispos da Igreja Católica nos Estados Unidos que tem se pronunciado sobre este tema polemico. Na Diocese de Phoenix (Arizona), os católicos ouviram uma mensagem enviada pelo Bispo Dom Thomas Olmsted afirmando que “toda gente de fé não pode ser renegada e cuidada como segunda classe e nem despojada de seus direitos dados por Deus”.
O Bispo da Diocese de Marquette (Michigan), Dom Alexander Sample afirmou que se esta lei entrar em vigor, “nós, os católicos, nos veremos obrigados a violar nossas consciências ou a deixar a cobertura dos planos de saúde de nossos funcionários e sofrer as penalidades por fazer isto”.
Em Nova Orleans (Luisiana), Dom Gregory Aymond ressaltou em sua mensagem no final de semana que é necessário atuar de frente contra “este ataque sem precedentes a liberdade religiosa”.
O Arcebispo de Miami (Flórida), Dom Thomas Wenski afirmou, também em carta encaminhada a todas as paróquias da Arquidiocese, é “um assunto sério e alarmante que afeta direta e negativamente a Igreja nos Estados Unidos e que atenta contra o direito fundamental à liberdade religiosa de todos os cidadãos de qualquer fé”, disse inicialmente.
Segundo Dom Thomas, o governo federal, que pretende ser “de e para o povo”, com essa decisão, “acabou de acertar um duro golpe a cerca de uma quarta parte deste povo – a população católica – e a outras milhões de pessoas a quem os fiéis católicos oferecem seus serviços”.
Ao concluir a carta, o arcebispo norte-americano fez dois pedidos aos fiéis da Flórida. A primeira: “como comunidade de fé, se comprometam a rezar e a jejuar para que a sabedoria e a justiça prevaleçam e liberdade religiosa possa ser restaurada, pois “sem Deus não podemos fazer nada; com Deus, nada é impossível”. Em segundo lugar o prelado recomendou que os fiéis visitassem a página da Conferência Episcopal dos Estados Unidos www.usccb.org/conscience“, para “informarem-se melhor sobre este assalto grave à liberade religiosa e sobre como entrar em contato com o Congresso em apoio de uma legislação que revogue a decisão governamental”.
Entenda o caso
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama apresentou um projeto de lei que prevê o reembolso a contracepção e a pílula do dia seguinte, como parte do plano americano de assistência à saúde. Segundo o projeto, a partir de 1º de agosto de 2012, as mulheres poderão ter acesso a todas as formas de contracepção aprovadas pelo FDA (Food and Drug Administration).
Com base nesta lei, todos os contratos relacionados ao seguro-doença, deverão compreender estes serviços. Os empregadores que alegarem crenças religiosas para não fornecerem a cobertura para a contratação, terão até o dia 1º de agosto de 2013 para se conformar as novas regras. (LB)

A liberdade religiosa sob ataque nos Estados Unidos: Onde fica a Objeção de consciência?

 

Zenit
Oferecemos  um interessante artigo do nosso colaborador regular Rafael Navarro-Valls, membro da Real Academia de Jurisprudência e Legislação da Espanha, no qual analisa o que está acontecendo nos EUA em relação a um dos princípios constituintes do país, a liberdade religiosa.
*****
Por Rafael Navarro-Valls
Algo estranho está acontecendo nos EUA com a primeira das liberdades, isto é, a liberdade religiosa. Por um lado, a sociedade está afastando as últimas brasas da intolerância religiosa, admitindo, sem muitos problemas, a condição de Mórmon ou de católico nos candidatos para a presidência. Ao mesmo tempo, a Corte Suprema ratifica a importância da liberdade religiosa, ditando uma sentença importante – com unanimidade surpreendente, num tribunal normalmente dividido, a favor de que as organizações religiosas possam demitir funcionários por motivos de coerência de vida, ortodoxia no seu trabalho de ensino ou comportamento. O Supremo (s. 12 de janeiro de 2012) considera que por acima das normas sobre discriminação laboral está a primeira emenda à Constituição, que garante a liberdade religiosa.
No entanto, a administração Obama parece ir contra-corrente, com uma série de medidas que estão causando reações em cadeia entre os bispos norte-americanos e no próprio Vaticano.
Assim, em poucos dias, o Arcebispo de Nova York e presidente da Conferência Episcopal americana, cardeal Timothy Dolan, e o arcebispo de Los Angeles, monsenhor José H. Gomez, falou fortemente contra normas federais que proíbem a centros médicos vinculados com a Igreja recusar-se a facilitar o aborto – se neles atendem-se a pessoas que não são da Igreja – ou que impõem como regra dar para os funcionários de instituições religiosas (escolas, asilos, hospitais, universidades, etc.) um pagamento para serviços de “controle da natalidade” (abortos, esterilizações, pílulas abortivas, etc.), como parte de um pacote de seguros.
A primeira das liberdades
“Isso não deveria acontecer numa terra onde o livre exercício da religião ocupa o primeiro lugar na declaração de direitos”, disse Dolan. Há alguns meses atrás, a Conferência Episcopal tinha criado uma comissão especial para a liberdade, precisamente por causa do número “crescente de programas e políticas federais que ameaçam os direitos de consciência, ou que podem comprometer o princípio fundamental da liberdade religiosa”.
Bento XVI em um discurso aos bispos católicos dos Estados Unidos em visita ad Limina, expressou sua preocupação por algumas “tentativas de limitar a mais querida das liberdades americanas, a liberdade religiosa. Muitos de vocês disseram que tem havido um esforço coordenado para negar o direito à objeção de consciência à pessoas e instituições católicas no que se refere à cooperação em práticas intrinsecamente más. Outros me falaram sobre uma preocupante tendência a reduzir a liberdade religiosa a mera liberdade de culto sem garantias de respeito à liberdade de consciência”. É sintomático que Bento XVI una liberdade religiosa com objeção de consciência. A razão é que o último reduto defensivo dos cidadãos contra os ataques legais às suas convicções mais profundas é, de fato, os meios que dispõe a consciência ferida, que pode reagir recusando-se a acatar a lei, quando esta se converte em um ” simples procedimento de governo” para transmitir consignas ideológicas às pressas e, às vezes, com vulgaridade. É o que acabou de acontecer no caso de Jule Ward, decidido há poucos dias (27 de janeiro de 2012) por decisão de um Tribunal Federal de Recurso. É necessário deter-se nesse caso, pois mostra discriminações que sofrem os objetores como se fossem uma espécie de “novos hereges.”
Objeção de consciência e liberdade religiosa
Jule Ward era uma estudante em um programa de aconselhamento (terapia) da Eastern Michigan University. Foi expulsa do programa depois que pediu permissão para transferir um cliente homossexual para outro terapeuta. Ela, referindo-se às suas crenças cristãs, estava disposta a aconselhar os pacientes, mas só quando esse conselho não pretendesse “reafirmar” os seus comportamentos homossexuais. A Universidade lançou um processo administrativo, que culminou com a decisão de rescindir a aluna, motivando no argumento de que suas convicções de consciência não estavam de acordo com as normas profissionais de uma terapeuta. A estudante entrou com uma demanda ante um tribunal federal, alegando uma violação de seus direitos constitucionais à liberdade de expressão e ao livre exercício da religião.
Depois de uma instância contrária, o tribunal de apelação (Corte de apelação para o sexto circuito) decidiu outorgar a proteção à oponente. O tribunal critica que a universidade fizesse uma exceção no seu regulamento para respeitar as diferenças de opinião das pessoas em questões seculares mas não em questões religiosas: isto – conclui – não é respeitar as diferenças mas impor uma ortodoxia. Para o Tribunal,“uma universidade não pode forçar um aluno a alterar ou violar seus sistemas de crenças, como preço para a obtenção de um grau.” Entende-se assim, que os advogados defensores alegaram que, no caso Ward, a Universidade denunciante invocava tendenciosamente os códigos de ética profissional “como se fossem códigos que proíbem a blasfêmia e que permitem castigar como herejes os dissidentes”.
A estrela polar das democracias
Tem razão. Quando uma sociedade democrática sensata renuncia impor sua vontade sobre às minorias dissidentes, não dá mostra de debilidade mas de fortaleza. O recurso à objeção de consciência confirma a vitalidade da democracia, ao garantir um dos elementos políticos que o fundamentam: o respeito às minorias. Um objetor não é um herege dissidente que deve ser exterminado, é, ao contrário, alguém que aceita o sistema legal de forma madura e ética, já que se dirige aos valores sem limitar-se à pura formalidade da regra objetiva. Visto dessa forma as coisas, no conflito entre lei e consciência não devemos ver uma espécie de confronto entre dois interesses públicos: pois também o é a salvaguarda de âmbitos individuais de autonomia na estrutura democrática.
A liberdade de consciência é a “estrela polar” das leis morais, que permite o homem ser o que é e chegar a um determinado destino. Ignorá-la por meio de regras de “cumprimento obrigatória” é ignorar o que é a natureza do homem. Daí que desde instâncias muito diversas se apela ao direito como um instrumento por meio do qual a sociedade procura organizar-se a si mesma, em torno de valores que são essencialmente éticos. Valores cívicos, é claro, mas muitas vezes que têm uma origem religiosa. Descartar a consciência individual é uma potencial discriminação contra as minorias religiosas. Daí a importância que a questão está ganhando nos EUA e, em geral, em todo o Ocidente.
[Tradução Thácio Siqueira]

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Você é uma pessoa consumista?



A sociedade moderna percorre uma das fases mais difíceis de sua existência. O
coração do homem esqueceu-se do valor da espiritualidade e se fixou nas coisas terrenas. O
consumismo é uma das razões da deterioração dos valores cristãos na vida das pessoas.
Pode ser considerado uma praga secular. Porque é prejudicial ao ser humano e não
permite nossa proximidade com Deus. É uma compulsão que leva o indivíduo a comprar
bens ou serviços de forma ilimitada e sem necessidade.
O Papa Bento XVI disse: “Em si mesmos, os bens materiais são bons. Não
poderíamos sobreviver por muito tempo sem dinheiro, vestuário e uma casa. Para viver,
temos necessidade de alimento. Mas, se formos ‘gulosos’, se recusarmos partilhar o que
temos com o faminto e o pobre, então transformamos estes bens numa falsa divindade”.
Então, quando o dinheiro é utilizado para fins consumistas, torna-se um ídolo.
Percebemos tal idolatria, por exemplo, quando alguém faz compras até exceder seu
limite de créditos; quando deixa de usar objetos (ainda úteis ou intactos) em pouco tempo;
quando o assunto predominante do dia-a-dia são as compras feitas; quanto tem dificuldade
de sair de um shopping sem comprar algo; e até quando se sente mal quando por não
possuir algo que está na moda, entre outras situações. Há necessidade para tais atitudes ou
sentimentos?
Diante desses contextos, o consumismo é resultado de distúrbios emocionais
e psicológicos, ou de motivações sócio-econômicas. É uma forma de compensar a
solidão consequente do individualismo. É um ato contínuo da autoestima deteriorada
e da necessidade de ser original. Pode ser também um modo de demonstrar aos outros,
aparentemente, ótima condição financeira e status social.
Sendo assim, a nova simbologia de felicidade que o capitalismo gerou está baseada
na ideia de que o consumo desenfreado pode trazer o bem-estar e promover as relações
sociais.
Entretanto, na prática isso não é verdade. O Sumo Pontífice chama a atenção: “O
valor autêntico da existência humana não se confina unicamente nos bens terrenos e nos
bens passageiros, porque não são as realidades materiais que apagam a profunda sede de
sentido e de felicidade existente no coração de cada pessoa”.
As riquezas materiais permanecem aqui após a nossa morte. Por isso, não devemos
nos apegar a elas. Afinal, “não será a outrem que deixarás o fruto de teus esforços e o de
teus trabalhos, para ser repartido por sorte?” (Eclo 14,15)
Nesta vida, devemos procurar por outros bens…os bens de Deus! É com os
amigos que devemos nos preocupar; é a família que devemos amar; é nos estudos e no
emprego que devemos nos esforçar; é o amor que devemos partilhar; é a esmola ao pobre
necessitado que devemos dar; é a necessidade de estar mais próximo de Deus que devemos
sentir! Esses são os verdadeiros consumos em uma vida valorosa!
“Buscai antes o reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas
por acréscimo” (Lc 12,31). Mude o enfoque de sua vida! Seja rico das coisas de Deus!
Thiago Thomaz Pucci
Thiago Thomaz Puccini
A sociedade moderna percorre uma das fases mais difíceis de sua existência. O coração do homem esqueceu-se do valor da espiritualidade e se fixou nas coisas terrenas. O consumismo é uma das razões da deterioração dos valores cristãos na vida das pessoas.
Pode ser considerado uma praga secular. Porque é prejudicial ao ser humano e não permite nossa proximidade com Deus. É uma compulsão que leva o indivíduo a comprar bens ou serviços de forma ilimitada e sem necessidade.
O Papa Bento XVI disse: Em si mesmos, os bens materiais são bons. Não poderíamos sobreviver por muito tempo sem dinheiro, vestuário e uma casa. Para viver, temos necessidade de alimento. Mas, se formos ‘gulosos’, se recusarmos partilhar o que temos com o faminto e o pobre, então transformamos estes bens numa falsa divindade”. Então, quando o dinheiro é utilizado para fins consumistas, torna-se um ídolo.
Percebemos tal idolatria, por exemplo, quando alguém faz compras até exceder seu limite de créditos; quando deixa de usar objetos (ainda úteis ou intactos) em pouco tempo; quando o assunto predominante do dia-a-dia são as compras feitas; quanto tem dificuldade de  sair de um shopping sem comprar algo; e até quando se sente mal quando por não possuir algo que está na moda, entre outras situações. Há necessidade para tais atitudes ou sentimentos?
Diante desses contextos, o consumismo é resultado de distúrbios emocionais e psicológicos, ou de motivações sócio-econômicas. É uma forma de compensar a solidão consequente do individualismo. É um ato contínuo da autoestima deteriorada e da necessidade de ser original. Pode ser também um modo de demonstrar aos outros, aparentemente, ótima condição financeira e status social.
Sendo assim, a nova simbologia de felicidade que o capitalismo gerou está baseada na ideia de que o consumo desenfreado pode trazer o bem-estar e promover as relações sociais.
Entretanto, na prática isso não é verdade. O Sumo Pontífice chama a atenção: O valor autêntico da existência humana não se confina unicamente nos bens terrenos e nos bens passageiros, porque não são as realidades materiais que apagam a profunda sede de sentido e de felicidade existente no coração de cada pessoa”.
As riquezas materiais permanecem aqui após a nossa morte. Por isso, não devemos nos apegar a elas. Afinal, “não será a outrem que deixarás o fruto de teus esforços e o de teus trabalhos, para ser repartido por sorte?” (Eclo 14,15)
Nesta vida, devemos procurar por outros bens…os bens de Deus! É com os amigos que devemos nos preocupar; é a família que devemos amar; é nos estudos e no emprego que devemos nos esforçar; é o amor que devemos partilhar; é a esmola ao pobre necessitado que devemos dar; é a necessidade de estar mais próximo de Deus que devemos sentir! Esses são os verdadeiros consumos em uma vida valorosa!
“Buscai antes o reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas por acréscimo” (Lc 12,31). Mude o enfoque de sua vida! Seja rico das coisas de Deus!

A Igreja e o mundo atual: Perguntas “óbvias e esperadas” com respostas sábias e contundentes. IMPERDÍVEL!




Entrevista concedida ao jornalista Romero Vieira Belo, de “O Jornal” pelo  Cônego Henrique, hoje Bispo Dom Henrique, da diocese de Aracaju, Sergipe.
***
Baseada em quê a Igreja condena o homossexualismo?
Primeiro, é necessário distinguir homossexualidade e homossexuais.
A Igreja, fundada na Escritura, sempre ensinou que o plano de Deus para a sexualidade humana é a complementaridade homem-mulher: “Homem e mulher ele os criou!” A relação homoerótica não é de acordo com o plano de Deus. No entanto, a Igreja também ensina que nenhum de nós é mais aquele ser humano que Deus pensara desde o início: somos todos meio desfigurados pelo pecado do mundo; todos temos tendências que nos desfiguram. Ora, na visão cristã, o homoerotismo é uma deturpação do projeto de Deus para a sexualidade. No entanto, as pessoas homossexuais não têm culpa de terem essa tendência e devem ser tratadas com respeito e caridade. No entanto, jamais a Igreja poderá dizer que a relação homossexual é um ideal ou que tanto faz uma relação homo ou heterossexual. Realmente, a Escritura fecha essa possibilidade! Dizer o contrário seria ser fiel à onda atual, mas infiel ao Cristo e ao seu Evangelho.
Ao pregar que o sexo é só para procriação, a Igreja não se distancia da realidade, já que a sociedade hoje vê a relação sexual até como diversão?
A Igreja não prega isso!
O ato sexual é, primeiramente, uma celebração do amor entre um homem e uma mulher que se amam e se deram na construção de uma vida, “na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-se e respeitando-se todos os dias” dessa vida comum… A procriação é somente a segunda finalidade do ato sexual, mas não é essencial.
Um casal que já não possa ter filhos, pode e deve continuar tendo uma vida sexual ativa, e uma vida prazerosa, onde o amor é vivido como mistério de carinho, intimidade e sedução. Ao contrário do que muitos pensam, a Igreja não tem horror à sexualidade! Quem duvidar, compre um manual de moral católica e leia! O que a Igreja não pode é concordar com a banalização da sexualidade instaurada no mundo de hoje. Aliás, ninguém sério e que tenha um pouco de profundidade existencial pode concordar com isso que está aí…
Faz sentido, a essa altura, desestimular o uso da camisinha, expondo os jovens ao contágio da aids e outras DSTs?
A pergunta é simplista demais; é falaciosa.
Primeiro: o que a Igreja recrimina é um programa de educação sexual que se fundamenta simplesmente no “use camisinha”. Isso não é sério! No fundo, a mensagem termina sendo: “Chegou o Carnaval, chegou o Natal, chegou o São João, faça sexo! Tudo é permitido, desde que você use camisinha!” É o programa de banalização sexual do governo.
Ora, isso não é admissível! É preciso falar de sexo e dizer a essa juventude que sexo tem a ver com amor, com responsabilidade, com doação, com valores, com um projeto de vida! Nesse contexto é admissível falar de preservativo, pois nem todos são cristãos e nem todos são castos.
Em segundo lugar: para um cristão, o ideal continua sendo a castidade, isto é, a vida sexual somente no casamento. O sexo fora do casamento foi, é e continuará sendo pecado – esse é o ensinamento do Evangelho e nem a Igreja nem ninguém pode mudar isso! Um discípulo de Cristo que lhe queira ser fiel deve evitar relações fora do matrimônio, com ou sem camisinha.
Fora do casamento, usar camisinha ou não, não faz diferença nenhuma do ponto de vista da fé: é pecado do mesmo jeito. E aí, é melhor usar o famoso preservativo. Fora do casamento, ter relação com camisinha é pecado; ter sem camisinha é pecado e burrice…
A crise sacerdotal não poderia ser superada ou atenuada com o fim do celibato?
Primeiro, graças a Deus, o Brasil nunca teve tantos seminaristas como agora. Só no ano passado tivemos sete ordenações diaconais de uma só vez. Isso só ocorreu aqui em Maceió em 1941. Temos poucos padres porque no Brasil sempre foi assim. Agora é que estamos melhorando. Em segundo lugar, no Oriente, onde os padres católicos podem casar-se, há também crise de vocações. A questão não é de facilidades, mas fidelidade e amor a Jesus, que nos tornam capaz de dar a vida a ele e por ele!
Por que a Igreja defende tanto o celibato, se a Bíblia não contém nenhuma objeção ao casamento de padres?
Realmente, o celibato é apenas um conselho. No entanto, desde o princípio, a Igreja viu nele um valor, um sinal de que não temos aqui na terra morada permanente e também um sinal de entrega indivisa e total a Cristo e à sua missão. É bom recordar que o Cristo foi celibatário, São Paulo também o foi e o recomenda.
Já no Novo Testamento, os ministros ordenados podiam casar-se, mas, ficando viúvos, não poderiam se casar uma segunda vez: deviam ser esposos de uma só mulher. No entanto, a Igreja no Ocidente pode, um dia, mudar a obrigatoriedade do celibato. Como já disse, no Oriente, ele só é obrigatório para os Bispos…
A clonagem viola as leis da natureza, mesmo se o emprego da técnica ficar restrito a animais?
De modo algum. A clonagem de animais ou plantas, com fins científicos justificáveis, é perfeitamente aceitável. O que é imoral é a clonagem humana.
Em casos extremos, como os de crianças nascidas sem cérebro, deve-se recorrer à eutanásia?
Não. Não compete a nós decidir quem deve viver e morrer. Não somos Deus! Uma coisa é a morte como decorrência natural de uma condição deficiente de saúde e outra, bem diferente, é a morte provocada por antecipação em decorrência de convicções ideológicas. Para Hitler, os judeus deveriam morrer porque eram uma raça maligna, os deficientes mentais também. Agora, na Holanda, já se começa a assassinar recém-nascidos com doenças graves. É uma barbárie assassina! Ou a vida humana é sempre humana e deve ser preservada ou estamos abrindo as portas do inferno!
Imaginem quando se decidir matar crianças pobres porque não darão lucro ao sistema ou matar velhinhos porque dão prejuízo à previdência! É este o pecado original do homem: querer ser o seu Deus, querer decidir de modo contrário a Deus o que é bem e o que é mal… Sempre terminamos quebrando a cara!
Para a Igreja, quando começa a vida?
No momento da concepção.
A Igreja teria como definir a vida, do ponto de vista material?
Essa é uma discussão que envolve também cientistas e filósofos. Um erro grave da sociedade atual é achar que a ciência sabe tudo e pode tudo. Definir o que é a vida nunca será tarefa somente da ciência enquanto técnica, mas também da religião e da filosofia. No caso da vida humana, ela é aquela situação que nos constitui como um ser que possui um dinamismo vital autônomo e um patrimônio genético próprio. É uma definição bem precária, essa que estou dando, mas que serve bem para ilustrar por que não se pode brincar com a vida humana, mesmo no ventre materno: o embrião é já uma vida autônoma, não é um órgão da mãe; e já tem suas características genéticas próprias.
O uso de células-tronco pode salvar vidas, curar enfermos. Por que a Igreja é contra?
A pergunta não reflete a realidade. A Igreja é a favor da pesquisa com células-tronco e aplaude tais pesquisas. Ela é contra a pesquisa com células-tronco de embriões humanos, porque os mata. Os embriões já são seres humanos! Assassinar seres humanos é imoral, é crime sempre e em qualquer fase da existência.
Salvar vidas de uns matando outros é imoral! Eu posso dar minha vida por outra pessoa, mas ninguém pode me matar, tirar minha vida contra minha vontade, para salvar outro alguém! A experiência com células-tronco embrionárias é a vitória da razão assassina, da razão atéia, da razão imoral!
Como reagiria a comunidade católica se o papa fosse curado com o uso de células-tronco?
Com o uso de células-tronco adultas, ficaríamos muito contentes e agradecidos a Deus pelo bom uso que o homem faz de sua inteligência. Com o uso de células-tronco embrionárias, seria inaceitável. Não se pode querer ser feliz a qualquer preço! O fim não justifica os meios! O Papa é um homem de princípios, uma verdadeira testemunha do Evangelho da vida!
A Igreja mantém sua posição contrária ao aborto, mesmo em casos de estupro?
Sim. É muito fácil resolver o problema matando o mais fraco.
Sabemos que a experiência de estupro é traumática. Mas, isso não justifica moralmente matar a criança. A atitude correta seria ajudar a mãe a ter seu filhinho e, se ela não quer criá-lo, providenciar imediatamente uma adoção.
A Igreja parece se opor aos avanços da ciência. Deus impôs limites ao homem? Isso está escrito em algum trecho da Bíblia?
De modo algum a Igreja se opõe à ciência. Esta é uma percepção totalmente equivocada! O que a Igreja defende é que a pesquisa científica seja regida por critérios éticos. Aliás, vários cientistas atuais gritam por isso! Sugiro a leitura do site www.nep.org.br: é de cientistas preocupados com a ética na pesquisa científica.
Nem tudo que é tecnicamente possível é moralmente aceitável. Seria aceitável eticamente a bomba atômica? É aceitável escolher uma criança programando até os mínimos detalhes de seus caracteres físicos? É eticamente aceitável uma bomba que mate, mas não destrua nada de material? Quem impõe limites à tecnologia? Com quais critérios? A ciência e a tecnologia são neutras ou, ao invés, servem também a interesses econômicos e ideológicos? São questões seríssimas! A Escritura toda – não é só um trecho não! – insiste que o homem deve ser feliz, deve usar sua inteligência, mas sem cair na ilusão de ser senhor do bem e do mal, de ser Deus! O homem deve usar plenamente sua razão, mas uma razão que seja aberta ao Mistério de Deus
João Paulo II reconheceu que a Igreja errou ao perseguir cientistas como Galileu Galilei. Ao se contrapor à evolução científica atual, no futuro a Igreja não poderá ter que pedir perdão de novo?
A Igreja não se contrapõe à evolução científica; vê-la como algo essencialmente positivo. Ela simplesmente grita por critérios éticos para a ciência. É o que chamamos de filosofia das ciências ou epistemologia. A ONU, recentemente, fez a mesma coisa quando limitou a possibilidade de clonagem humana. Isso não é ser contra a ciência. A Igreja também não pretende impor a visão cristã de ciência; deseja somente uma discussão séria, que dê origem a uma ética civil sobre esses temas. No caso de Galileu a Igreja errou porque quis negar o resultado de uma pesquisa científica. Desde então, não fez mais isso. Repito: a questão agora não é técnico-científica; é moral! É uma falácia monumental misturar as duas coisas. É como perguntar qual é a cor de uma janela e alguém responder que a janela é grande!
Por que o comando da Igreja católica se mantém indiferente ao avanço das seitas evangélicas?
A Igreja não se mantém indiferente não. Apenas não ficamos paranóicos com isso. O problema é complexo. Estamos atravessando uma fase de transição cultural fortíssima: nada mais é certo, nada mais é duradouro, joga-se fora com a maior facilidade os valores dos antepassados, não se está preocupado com a verdade, mas em como conseguir se dar bem e se sentir bem imediatamente. É nesse contexto que se explica o crescimento das várias denominações vindas do protestantismo.
É interessante observar que os católicos realmente praticantes não deixam a sua fé. O problema é que o Brasil tem católicos “de nome” demais e católicos verdadeiros de menos… Isso também se deve a erros no processo de evangelização. Nunca foi uma boa coisa batizar massivamente, sem uma preparação acurada. Particularmente, eu prefiro poucos que se digam católicos, mas que o sejam de fato. Aí sim, seremos sal e luz, como Cristo espera de nós, membros da sua Igreja!
A família tradicional está se decompondo? Há como salvá-la?
Sim, está. A família hoje é um pequeno núcleo de um homem, uma mulher e duas ou três crianças, meio perdidos num mundo que o pressiona por todos os lados. É triste, porque não há esperança para a família – nem para nenhuma sociedade sadia – sem espírito de renúncia, sem ideais, sem a capacidade de ser feliz na felicidade dos outros. Os valores da sociedade moderna – que absolutiza o sucesso o bem-estar e o lucro -, privam os filhos da presença dos pais, sobretudo da mãe e deixam a educação por conta dos meios de comunicação e da escola, que já não educa, mas simplesmente transmite conhecimentos. Ou se muda o paradigma de sociedade e de valores, ou as conseqüências serão muito ruins.
Quem achar que estou sendo negativo, olhe um pouquinho em volta e veja o que está acontecendo com nossos jovens e crianças, que educação estão tendo, que valores estão assimilando… É assustador… A salvação da família está na redescoberta de alguns valores fundamentais, como a convivência, o diálogo, a sobriedade de vida, a solidariedade e, não por último, a prática religiosa, o lugar de Deus na nossa vida…
E o casamento? É instituição ultrapassada?
Para o mundo atual, sim. Para os cristãos, jamais! O problema é que a liberdade descompromissada e o “faça-você-mesmo” que tem substituído os valores cristãos, não realizam as pessoas. É uma falsa liberdade, porque motivada por um egocentrismo de dar pena. Não se encontrará a realização, a plena humanização por um caminho como esse… Os cristãos são convidados a testemunhar os valores do Evangelho também na vida familiar, matrimonial e sexual. Mas, isso só é possível quando a gente descobre o Cristo de verdade. Caso contrário, as exigências do Evangelho não passarão de moralismo castrador.
A liberação da mulher é um avanço ou um retrocesso social?
Um avanço. No entanto, se sob o manto dessa liberdade coloca-se a libertinagem sexual, o falta de tempo para estar com os filhos e a masculinização das mulheres, aí não há avanço, mas distorção. A Igreja defende que a mulher possa ganhar o mesmo que os homens tendo, no entanto, o direito de ter mais tempo com seus filhos. Sua presença junto a eles é indispensável. Muitas feministas dirão que isso é ideologia machista. Não é verdade! É apenas respeito pelas diferenças.
A igual dignidade do homem e da mulher exige tratamento diferenciado, exatamente porque os dois são diferentes – e tal diferença não é só produto cultural, mas é também biológica e psicológica, inclusive na educação dos filhos. O resto é pura ideologia, essa coisa insossa, chata e hipócrita chamada “politicamente correto”.
O catolicismo precisa mudar, se abrir, para acompanhar as transformações que marcam os tempos hodiernos?
O catolicismo não deve se preocupar em “acompanhar as transformações”, mas em ser fiel ao Evangelho.
Claro que a Igreja tem sempre o dever de ser atenta ao melhor modo de se comunicar com a humanidade em cada época e cultura. O Concílio Vaticano II, na década de 60, fez isso, preparando a Igreja para o mundo atual. Mas, isso não quer dizer que a Igreja deva ou possa trair a Verdade do Evangelho ou esconder as exigências morais que Cristo coloca para os seus discípulos. Como dizia a Bem-aventurada Teresa de Calcutá, “nós não somos chamados a fazer sucesso, mas a ser fiéis!” A Igreja, como um organismo vivificado pelo Espírito Santo, estará sempre mudando para ser fiel à sua missão. Mas, sua referência não são as modas do momento, mas unicamente o Cristo, e Cristo crucificado e ressuscitado!
Com tudo que a ciência ensina e pratica atualmente, faz sentido ensinar na missa que Deus fez o homem do barro?
Quem pensa que a Igreja ensina que os primeiros onze capítulos do Gênesis são para ser tomados ao pé da letra, está totalmente enganado. A Igreja não ensina isso e nenhum padre diz isso no sermão! Afirmar que Deus criou o homem do barro é dizer que, por nós mesmos, somos pó e ao pó voltaremos – todos nós.É uma pena que muitos vejam a Igreja como uma coisa totalmente boba, tão distante daquilo que ela realmente é! É interessante: desde os anos cinqüenta, com o Papa Pio XII, que a Igreja insiste que as narrativas do Gênesis não são uma reportagem histórica ou científica, mas uma narrativa simbólica, como as parábolas de Jesus. Já tive oportunidade de fazer palestra sobre isso para o Curso de Letras da UFAL.
Foi uma experiência interessante: abordar a questão dos gêneros literários na Escritura… A Igreja tem intelectuais profundos, filósofos muito sérios e teólogos brilhantes. Não somos um exército de tolos…Há muitos cientistas que são cristãos e há muitos padres e religiosos que se dedicam às ciências… Muitas vezes, as pessoas têm uma visão totalmente infantil do que a Igreja crê, ensina, vive e celebra… Aí não é a Igreja, mas uma triste e ridícula caricatura dela!
Será possível que o cristianismo, daqui a alguns milênios, venha a perder sua essência histórica e transformar-se em algo como uma lenda?
Isso aconteceria se, para agradar o mundo, a Igreja entrasse na onda. Mas, não ocorrerá. Cristo prometeu que, na força do seu Espírito Santo, estará sempre com sua Igreja. Ela já enfrentou as perseguições do Império Romano, a tragédia das invasões bárbaras, as lutas contra os tiranos do Sacro Império e dos monarcas absolutos, déspotas esclarecidos ou não. A Igreja já enfrentou o cativeiro dos papas em Avinhão durante quase setenta anos; sobreviveu à terrível experiência da dilaceração com a Reforma protestante, suportou dez péssimos papas consecutivos na época do Renascimento; já enfrentou a crítica do racionalismo, do iluminismo e do humanismo ateu do século XIX; sobreviveu à perseguição terrível dos regimes pagãos do século XX: o fascismo, o marxismo e o nazismo. Agora luta contra novos gigantes: a secularização, o consumismo, o ateísmo prático, a onda anti-cristã dos meios de comunicação de massa… E vencerá, mais uma vez. Ela perderá sempre mais poder político, poder de barganha, prestígio e até número de fiéis. Mas, isso, ela nunca deveria ter tido; a sua força não consiste nisso. Sua glória, sua força, seu arrimo é unicamente Cristo, loucura, escândalo e fraqueza para o mundo, sabedoria e poder de Deus para os que crêem… “As portas do inferno não prevalecerão” – a promessa do Senhor a Pedro continua de pé!

Quem é a nova ministra da “Secretaria Especial de Políticas para Mulheres” do Governo Dilma?



A presidente Dilma Rousseff deve anunciar ainda nesta segunda-feira a a saída da ministra da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, Iriny Lopes, pré-candidata à Prefeitura de Vitória pelo PT.
No lugar de Iriny assume Eleonora Menicucci de Oliveira, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e ex-companheira de Dilma no presídio Tiradentes, na década de 70. Será a nona substituição no ministério em um ano de governo.
Segundo fontes ligadas a Iriny, o Planalto deve divulgar uma nota anunciando a substituição. A cerimônia de posse deve acontecer nos próximos dias.
Com a troca de Iriny, Dilma completa a primeira fase da reforma ministerial, dedicada a substituir os ministros que vão disputar as eleições municipais deste ano. Antes de Iriny, Dilma trocou Fernando Haddad, que disputará a prefeitura de São Paulo, por Aloizio Mercadante no Ministério da Educação.
Pró-reitora da Unifesp, socióloga e professora de saúde coletiva na universidade, Eleonora é amiga de Dilma desde a década de 1960. Ambas nasceram em Belo Horizonte. Ex-diretora da União Nacional dos Estudantes, a nova ministra foi companheira de Dilma no presídio Tiradentes, em São Paulo, onde ficavam as presa políticas condenadas pela ditadura militar (1965-1985).
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A notícia parece comum,mas fiquemos atentos!
Em uma entrevista dada em 2004, a delicada questão do aborto foi abordada e respondida conforme transcrito abaixo:

“A questão feminista é tão dentro de mim, e a questão dos Direitos Reprodutivos também, que eu sou avó de uma criança que foi gerada por inseminação artificial na mãe lésbica” …

“Eu fiz dois abortos, e também digo que sou avó do aborto, também porque por mim já passou.”

“Hoje (em 2004)… atendemos mulheres que foram vítimas de violência sexual e fazemos o aborto nesses casos.”
“também hoje faço parte das Jornadas Brasileiras pela Legalização do Aborto,no grupo de coordenadoras.”
A entrevista completa pode ser baixada no endereço abaixo:
Entrevista com Eleonora Menicucci de Oliveira, em 14/10/2004
FONTE: http://www.bibliotecafeminista.org.br/index.php?option=com_remository&Itemid=56&func=startdown&id=179
Essa entrevista foi em 2004.