sexta-feira, 27 de julho de 2012

A libertação do Pecado - Formação

Bom Dia irmãos combatentes,

conforme anunciamos na última terça-feira, disponibilizamos a formação sobre a "Libertação do Pecado", realizada pela missionária da Canção Nova Ana Luiza.

Que esta formação alcance a todos que a ouvirem, segundo a vontade de Deus.

Unidos em Cristo e na sua Igreja.

Christian Moreira

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Viver a pureza é uma resposta de obediência a Deus


O mundo tem feito uma brincadeira cruel conosco, e o diabo tem dado risada da nossa cara, porque foi ele quem pôs o mundo para brincar conosco assim. E nós acabamos perdendo o referencial; não sabemos mais para onde ir.

Baixe e ouça esta pregação

Há uma bruta fome de Deus em nós. Nós temos fome de paz, de justiça, de alegria; temos fome de honestidade, mas não sabemos mais a quem ouvir. No entanto, graças a Deus, o Senhor nos pega pelas mãos.

"O Senhor nos segura pelas mãos e vamos aprendendo a obedecê-Lo" (monsenhor Jonas)


Deus só vai nos levar para um lugar bom; Ele nunca nos levará por lugares perigosos. As pessoas podem segui-Lo docilmente, é uma experiência interessante deixar-se guiar pelo Senhor. Há, inclusive, dinâmicas para que a pessoa sinta o que é seguir alguém, o que é obedecer e ser dócil.

Existe um teste mais difícil ainda, quando ninguém segura a pessoa pela mão. O Senhor faz essas duas coisas conosco: no começo, nos segura pela mão e nos leva. Assim, nós vamos aprendendo a obedecer. E todos nós precisamos aprender isso. O segundo teste é aquele em que Deus não nos toma pelas mãos; Ele apenas vai falando e nós vamos O seguindo.

É preciso resgatar a sua pureza, a sua verdade, porque você perdeu o referencial. É preciso resgatar seus valores, pois você acabou se perdendo, ficou de tal maneira "estragado" pelo mundo, que ele acabou danificando sua mente, sua fantasia, seus sentimentos. Quantos rapazes feridos em seus sentimentos, cujos sentimentos não parecem mais de "gente", de homem. Parecem mais sentimentos de "bicho"! Desculpe-me, mas é a verdade.

Quanta menina, coitadinha! E a mulher foi feita com um carinho especial de Deus! Como Ele caprichou no sentimento dela, na capacidade que ela tem de amar. Mas quanta mulher, quanta menina de tal maneira "amarfanhada"!

Nós acabamos perdendo o referencial, pensando que "o negócio é esse mesmo", ou seja, viver como o mundo vive, na corrupção. Se você perde totalmente suas referências, daqui a pouco já não entende mais nada. O mundo vai "amarfanhando" você. Mas você é gente e, lá no fundo do seu coração, Deus está plantando o bem em meio a essa atrocidade. O Espírito Santo não "pulou fora" de você. Graças a Deus, Ele está lá dentro de você e é Ele quem começa a gritar, a colocar, dentro de você, uma "fome" de algo que, às vezes, você nem imagina o que seja. Mas, na verdade, é uma fome de Deus.

(Trecho da palestra "Obedecer, uma urgência" com monsenhor Jonas Abib)


Adquira esta palestra: (12) 3186-2600


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A Igreja pode se negar a celebrar um matrimônio?





Há alguns dias foi noticiado que um pároco de Niterói, RJ, não aceitou celebrar o matrimônio de um casal, pois julgou haver um impedimento dirimente; isto é, algo que tornaria o matrimônio nulo. Algumas pessoas até se revoltaram e julgaram que a Igreja Católica foi cruel com o casal; mas não se trata disso.

Vamos esclarecer a questão, sem entrar no mérito da questão do caso de Niterói.


Muitos casamentos são declarados nulos pelos Tribunais eclesiásticos porque pode ter havido faltas que tornam nulo o sacramento; sem valor. Essas falhas são muitas; por exemplo: falta de capacidade para consentir (cânon 1095), se um dos cônjuges não tem juízo perfeito e não tem condições mentais de assumir as obrigações do matrimônio; Ignorância (cânon 1096) sobre a vida sexual no casamento; emprego da simulação para enganar o cônjuge (cânon 1101); uso da violência ou medo para conseguir o consentimento do outro (cânon 1103); condição não cumprida (cânon 1102); falta de idade mínima (cânon 1083); impotência permanente para o ato sexual (cânon 1084); o fato da pessoa já ser casada (cânon 1085); se o cônjuge é um padre ou uma irmã consagrada (cânon 1087 e 1088); rapto do cônjuge (cânon 1089); crime cometido para se casar com alguém (cânon 1090); cônjuges parentes (pai e filha; avo e neta, irmãos, etc.) (cânon 1091); parentesco legal por adoção (cânon 1094).

Nesses casos e em outros o casamento seria inválido; então, o pároco se souber do impedimento antes do casamento, não pode realizá-lo.
Um dos impedimentos que o Código de Direito Canônico coloca para a validade de um matrimônio, é a impotência para o ato sexual, permanente e irreversível, atestada por um médico.
Diz o Código de Direito Canônico: Cân. 1084 – §1. A impotência para copular, antecedente e perpétua, absoluta ou relativa, por parte do homem ou da mulher, dirime o matrimônio por sua própria natureza.§2. Se o impedimento de impotência for duvidoso, por dúvida quer de direito quer de fato, não se deve impedir o matrimônio nem, permanecendo a dúvida, declará-lo nulo.§3. A esterilidade não proíbe nem dirime o matrimônio, salva a prescrição do cânon 1098.

É bom notar que a esterilidade não é causa de nulidade. O que torna nulo o matrimônio é a impossibilidade definitiva do ato sexual por problema físico ou de outra natureza. Por que isso?


Porque uma das finalidades do matrimônio é gerar os filhos; e esses só podem ser gerados – no entendimento da moral católica – por meio do ato sexual. É este ato próprio do casal que “consuma” o matrimônio; sem ele o sacramento não será completo; é por isso que o casal que não pode copular não pode receber o matrimônio, pois ele seria nulo.


É bom dizer que esta norma da Igreja é antiquíssima, vem desde o Código anterior, e estávinculada à natureza do matrimônio.


Portanto, não se trata de uma maldade da Igreja; mas apenas uma coerência com o sacramento do matrimônio cuja finalidade principal é gerar os filhos. Se um casal recebesse o matrimônio com o propósito de nunca ter filhos, este matrimônio seria nulo. É por isso que o sacerdote pergunta aos noivos no altar: “Estais dispostos a receber os filhos que Deus lhes enviar, e educá-los na fé do Cristo e da Igreja?” A resposta deve ser “sim” para o matrimônio ser válido. A Igreja ensina que os casais precisam estar abertos aos filhos, pois isto é inerente ao sacramento do matrimônio; os filhos são o maior dom do matrimônio, ensina o Catecismo da Igreja. Um matrimônio sem filhos, exceto o caso de infertilidade, é como uma colméia sem abelhas.


“A Sagrada Escritura e a prática tradicional da Igreja vêem nas famílias numerosas um sinal da bênção divina e da generosidade dos pais” (CIC, 2373; GS, 50,2).


E conclui dizendo que: “os filhos são o dom mais excelente do Matrimônio e constituem um benefício máximo para os próprios pais” (CIC, 2378).


Para o casal que se ama, mas não pode copular por problemas de saúde definitivos, e que por isso não podem receber o matrimônio, há a possibilidade de viverem juntos com irmãos, ajudando-se mutuamente.


Professor Felipe Aquino

Testemunho de Cosme e sua saída das drogas e do tráfico.


Diversidade e identidade. A “marcha das vadias” e o Feminismo.



Sueli Caramello Uliano
Escrevi, há alguns anos, umas palavras que, penso, sempre conservarão a sua validade: “Grande e internacional é a mulher do 8 de março; poética e carinhosamente ovacionada é a do segundo domingo de maio. Duro mesmo é brilharem as duas numa só estrela, no miúdo dia a dia.” Mas estamos em julho e tratando da questão do feminismo, assunto que é bom manter sempre em evidência, já que é uma realidade cotidiana sobre a qual é imprescindível refletir.
Homens ou mulheres, ao verem desfilar autodenominadas “vadias” ( refere-se à marcha das vadias realizadas em várias cidades do Brasil) que se dizem contra a violência, mas são fortemente agressivas na sua manifestação, poderão alimentar uma certa crítica: “Vejam no que deu o tal do feminismo”. E, com isso, identificam a feminista com a vadia. Mas imagino que muitas mulheres que hoje se desdobram para dar conta da família e de um trabalho profissional fora do lar, ou solteiras que estudam e trabalham, ao verem um artigo de jornal intitulado “Nós, as vadias”, terão reagido imediatamente: “Nós, não! Vocês!”
Lutar contra a violência, principalmente quando é praticada contra os mais fracos fisicamente, sempre terá respaldo popular. Mas o despudor não tem esse respaldo porque expõe do ser humano apenas o seu lado de animal fisiológico, omitindo a pessoa na sua integridade, coisa que só a elegância pode preservar. Ser livre não é ser vadia. Ser livre é uma condição da pessoa, que traz consigo longa lista de responsabilidades, aspirações, direitos e deveres. Há que se discutir a questão em outro nível.
O feminismo, que iniciou o seu percurso há mais de 200 anos, buscando que se valorizasse a maternidade, serviu de etiqueta, na década de 60, para convencer a mulher de que dedicar-se a filhos seria abortar a sua vida profissional.
E, na esteira de uma insustentável imitação do modo masculino de ser, promoveu que a mulher imitasse o seu suposto carrasco nos vícios mais vulgares, principalmente em uma prática sexual sem compromisso com a família. Mas o tempo foi passando e os pilares ideológicos, como sempre têm os fundamentos falsos, perderam a sua sustentação e a mulher entendeu que a maternidade pode conviver com uma vida profissional fora do lar.
Mais que isso: a reflexão sobre esse conflito que se impôs à mulher acabou por revelar que esse é um conflito de todos. Todos precisam do aconchego do lar – inclusive os homens! E as mulheres solteiras ou sem filhos (que sempre serão maternais no modo feminino de doar-se aos outros) também! Todos precisam de um tempo para si, para o seu crescimento pessoal, que a vida profissional fora do lar não tem o direito de usurpar.
Detesto o viés feminista que vê o homem como um inimigo da mulher. Não deve ser assim. A mulher, para valorizar-se, não precisa – e no fundo não quer – armar uma batalha contra o sexo oposto. Isso é desgastante e faz o jogo do inimigo que se dedica a dividir ideologicamente a sociedade. Homem e mulher precisam ser parceiros, colaboradores, cada um contribuindo, com seu modo próprio de ser, na construção de uma sociedade mais justa, menos violenta, com direitos respeitados e sincero esforço por cumprir os deveres, como prioridade.
Verdadeiro feminismo hoje é o que busca a conciliação. Homem e mulher precisam refletir juntos sobre como conciliar vida familiar e profissional. Precisam, em um exercício constante de criatividade, descobrir como articular sonhos e aspirações, muito unidos na diversidade e sem prejuízo da própria identidade. A família humana só tem a ganhar.
Sueli Caramello Uliano, pedagoga, é mestre em Letras pela USP e autora de Por um novo feminismo (editora Quadrante).

sexta-feira, 20 de julho de 2012

O que está acontecendo com a sociedade brasileira? Mensagem de Dom João Carlos Petrini, Presidente da comissão episcopal pastoral para Vida e Família da CNBB.



Publicamos a seguir mensagem de Dom João Carlos Petrini, Bispo de Camaçari, Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para Vida e Família da CNBB e Vice-Presidente do Pontifício Instituto João Paulo II para Estudos sobre Matrimônio e Família – seção brasileira, sobre a situação da defesa da vida no território brasileiro.
***
“Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.”(Jo 10,10)
Prezados irmãos e irmãs,
Durante a última Assembleia Geral da CNBB, ao comentar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) relativa à legitimidade do aborto de crianças portadoras de anencefalia, foi decidido que a Comissão Episcopal Pastoral para Vida e Família (CEPVF) iria elaborar, com a participação do Conselho Episcopal Pastoral da CNBB (CONSEP), uma proposta para responder aos desafios que estavam evidenciando-se naquela circunstância. Na realidade, no cenário da sociedade e da cultura atuais, apresentam-se diversas formas de desrespeito e agressão à vida humana, que clamam ao céu (cf. EV 9; Gn 4, 9-10; Mt 23, 35) e que exigem dos pastores e fiéis das comunidades católicas uma resposta orgânica, sistemática e propositiva.
De fato, não é suficiente apenas evitar a aprovação de leis contrárias à vida e repetir normas que proíbem ações contrárias. Mesmo sem essas leis, a vida humana é quotidianamente ferida. Por outro lado, nossa tarefa de cristãos é valorizar o respeito, a promoção e a defesa da vida, quer com uma legislação favorável, quer contrária. Somos chamados a despertar sentimentos e atitudes de atração, de fascínio, de amor que acolhe e valoriza a vida, pela sua beleza, porque é o maior dom que recebemos do Criador.
Recordemos algumas situações:
a- O STF liberou o aborto de crianças portadoras de anencefalia.
b- Está em discussão o Projeto de Reforma do Código Penal que inclui entre suas normas a legalização do aborto, da eutanásia, da profissão de prostituto/a, entre outras.
c- O Ministério da Saúde está elaborando um modo de “diminuir os danos” à saúde da mulher, provocados por abortos clandestinos, legitimando e amparando, de fato, a realização do aborto, mesmo que a lei o considere crime (http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1100945-governo-estuda-adotar-medidas-de-reducao-de-danos-para-aborto-ilegal.shtml).
d- A fecundação artificial (dita assistida) dá origem a uma nova vida em situação indigna de um ser humano. De fato, o novo ser não nasce de uma relação de amor, mas em laboratório. No entanto, cada ser humano tem o direito de nascer de um ato de amor entre um homem e uma mulher. Além disso, para cada gravidez encomendada, são produzidos diversos embriões (de 5 a 8), sendo aproveitados os mais bem sucedidos e destruindo os outros.
e- Centenas de adolescentes e de jovens, toda semana, perdem a vida por causa das guerras que se travam ao redor das drogas.
f- São alarmantes as situações de violência que afetam crianças, idosos, mulheres e agora também homens, em ambientes domésticos.
A lista poderia estender-se ainda muito mais.
O que está acontecendo com a nossa sociedade?
Muitos pensavam (alguns ainda pensam) que a sociedade moderna não precisa de religião, que as novas gerações poderiam realizar-se e conseguir sucesso e bem estar mais agilmente, ignorando a luz de Cristo e a sabedoria do evangelho, ignorando também o ideal da vida fraterna e da caridade que respeita e acolhe o outro.
Foi desvalorizado o entendimento segundo o qual a vida encontra realização e felicidade fazendo o dom sincero de si para o bem e a felicidade de outros, até com o sacrifício próprio (na família, na vida consagrada, na profissão, na política) (cf. Jo 10, 25; 15, 13; Lc 17, 33). Prevalece, agora, o privilégio dado ao próprio bem estar, mesmo com sacrifício dos outros (o aborto de um filho com anencefalia vai nesta direção).
A vida humana é avaliada pela sua utilidade, sendo descartada quando exige dedicação de tempo e de dinheiro, considerada mais uma mercadoria do que algo sagrado. A postura que a Igreja muitas vezes usou de proibir certas práticas ou condenar certas atitudes não tem o efeito esperado. Pelo contrário, parece que suscita irritação e distanciamento.  É necessário empreender uma grande educação popular, no horizonte da nova evangelização (cf. DGAE 2011-2015, p. 9), de modo que cada leigo engajado possa discernir as propostas e as situações que contradizem o Evangelho e o verdadeiro bem do ser humano, e seja capaz de dar as razões (cf. 1P 13, 15) pelas quais rejeita certas opções e se decide por outras.
A CEPVF, em comum acordo com o CONSEP, propõe a criação de Comissões de Respeito Promoção e Defesa da Vida em cada diocese, e, sempre que possível, em cada paróquia, organizadas pela Igreja, com a finalidade de:
a- Compreender as formas de agressão e desrespeito à vida que acontecem no território nacional, da diocese ou da paróquia.
b- Dar visibilidade a esses problemas na imprensa local, nas rádios comunitárias, ou através da elaboração de uma específica publicação.
c- Procurar evidenciar as razões para defender e promover a vida que possam ser aceitas inclusive por parte de quem se declara sem religião, na base da razão natural que compreende a dignidade da vida e reconhece os direitos universais.
d- Oferecer às próprias comunidades uma formação enraizada na Palavra de Deus e na Doutrina Social da Igreja, de maneira que cada um se torne um militante da defesa e da promoção da vida (cf. Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora no Brasil – DGAE – 2011-2015, n. 67).
e- Promover debates públicos, bem como nos meios de comunicação que são acessíveis, para criar mentalidade.
f- Estabelecer parcerias com Escolas públicas e privadas, através da elaboração de textos, vídeos e outros meios didáticos que visem à formação das crianças e dos adolescentes. Promover concursos de desenho, redação e outros, tendo como tema a defesa e a promoção da vida, especialmente por ocasião da Semana Nacional da Vida.
g- Suscitar debates nas câmaras municipais, nas Assembleias Legislativas, com a finalidade de sensibilizar um segmento da população mais difícil de ser atingido e que em geral influencia muitas pessoas.
Na medida em que nas maiores cidades de um Estado estão constituídas Comissões de Respeito, Promoção e Defesa da Vida, será fácil constituir uma comissão de nível estadual, com a participação de representantes de outras religiões, professores universitários, políticos etc.
Trata-se de defender a vida humana não somente contra as tentativas de ampliar a legitimidade de abortar, mas de promover a vida humana em todas as situações nas quais é ofendida e é ferida a sua dignidade inviolável (cf. DGAE 2011-15, n. 66 e 69). Basta lembrar as situações de trabalho escravo, de miséria extrema e fome, de abandono de crianças ou de idosos, de tráfico de pessoas, abuso de menores etc.
A CEPVF elaborou algumas sugestões práticas para a constituição das Comissões nas Dioceses e nas Paróquias. Essas sugestões são publicadas no subsídio “Hora da Vida”, nas páginas finais. Pedimos aos bispos, padres e leigos que tomem a frente desse movimento de evangelização e de educação popular que visa defender e promover a vida, sempre que é desrespeitada e oprimida, de modo a motivar lideranças qualificadas capazes de levar adiante com generosidade e com criatividade esta proposta.
Existem outros subsídios já elaborados que podem auxiliar, especialmente na etapa inicial da implantação da Comissão. A CEPVF está à disposição para auxiliar e orientar em tudo o que for possível.
Dom João Carlos Petrini é Bispo de Camaçari, Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para Vida e Família da CNBB e Vice-Presidente do Pontifício Instituto João Paulo II para Estudos sobre Matrimônio e Família – seção brasileira.
Contatos – e-mail: vidafamilia@cnbb.org.brfamilia@cnbb.org.brsecren@cnpf.org.br; tel.: (61) 3443-2900(61) 8155-5631(61) 2103-8300

Aborto e “casamento” gay devem ser debatidos INCLUSIVE em eleições municipais.



Entrevista de Dom Leonardo Steiner, Secretário Geral da CNBB,  no jornal Folha de São Paulo, em 19/7/2012

O secretário-geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), dom Leonardo Steiner, afirmou ser a favor de debater o aborto nas eleições municipais deste ano, assim como corrupção, casamento entre gays e outros temas que dizem respeito “ao direito da pessoa humana”. Mas a recomendação geral da Igreja Católica aos seus fieis nas eleições municipais será “votem em ficha limpa”.
Folha/UOL – Qual é a diretriz da CNBB para as eleições municipais deste ano?
Dom Leonardo – Votem em ficha limpa. Foi uma longa batalha, na qual a CNBB se engajou. Não podemos voltar atrás. Eleições municipais são mais disputadas, mais intensas. Da nossa parte, existe o desejo de darmos uma orientação da boa escolha daqueles que hão de cuidar do município.
Temas nacionais também devem estar presentes, como aborto e casamento entre pessoas do mesmo sexo?
Deve fazer parte do debate das eleições municipais sempre aquilo que diz respeito ao direito da pessoa humana. A questão da corrupção, da ficha limpa.
Mas é legítimo um candidato a prefeito apresentar como tema de discussão a liberalização do aborto?
O debate ele tem que ser livre. As pessoas podem e devem ter o direito de expressar suas concepções. Ajuda muito ao eleitor quando ele [candidato] coloca a questão do aborto, a questão da corrupção. Mas não só para angariar voto, mas como uma questão realmente política.
Qual é a posição da Igreja Católica hoje sobre o uso de contraceptivos?
Não se pode sempre usar contraceptivos sem mais e sem menos porque as relações precisam sempre estar abertas à vida. Muitas vezes se quer facilitar o prazer simplesmente pelo prazer.
Como está a relação da Igreja Católica com o atual governo e como foi com os anteriores?
Eu tenho a impressão que os governos têm procurado ouvir. Mas nós sentimos também, não no primeiro escalão, alguma dificuldade de relação.
Que tipo de dificuldade?
Às vezes, a participação nossa nos conselhos [consultivos dos ministérios]. A CNBB participa em diversos conselhos.
Há algum impedimento?
Existe uma espécie de resistência, sim. De que não é muito tarefa religiosa ou uma tarefa da Igreja [opinar] em um ou outro conselho.
O sr. poderia especificar?
Não é muito conveniente.
É governo como um todo?
Não. A interlocução que temos com os ministros tem sido positiva. Nenhum ministro de Estado se recusou a me receber.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/55324-aborto-e-casamento-gay-sao-temas-de-eleicao-diz-cnbb.shtml

Ciclo Formativo de Dons Infusos - Dom da Sabedoria

Bom Dia Irmãos Combatentes,

Como temos feito a fim de atualizar nossas postagens formativas, segue a pregação sobre o Dom da Sabedoria. Ela que é tão necessária nestes tempos confusos e conturbados em que vivemos, onde o errado parece certo e o certo parece errado.

A formação que se segue é feita por mim Christian Moreira, missionário da Comunidade Canção Nova  no elo da Aliança.

Deus abençoe a todos.

Unidos em Cristo e na sua Igreja.

Christian Moreira


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quinta-feira, 19 de julho de 2012

Jesus disse que o adultério é fundamento para o divórcio?


No primeiro século do mundo mediterrâneo, o divórcio e o recasamento eram comuns, exceto entre os judeus. Jesus usou em especial linguagem forte para condenar a prática. Em Mateus 5,31-32, Ele diz “Também foi dito: ‘Quem se divorciar de sua mulher, dê-lhe uma certidão de divórcio’. Eu, porém, digo-vos: todo aquele que se divorcia de sua mulher, a não ser por causa de fornicação, faz com que ela se torne adúltera; e quem se casa com a mulher divorciada comete adultério.” Similarmente, em Mateus 19,9, Ele diz“Por isso digo-vos: quem se divorciar da sua mulher,a não ser em caso de fornicação, e casar com outra, comete adultério” (ênfase adicionada).
Muitos protestantes se agarram nestas chamadas “cláusulas excepcionais” para legitimar o divórcio em casos onde um dos esposos cometeu adultério ou se envolveu em algum tipo de pecado sexual.
Há uma porção de problemas com isso. Primeiro que entre eles as cláusulas excepcionais não aparecem nas passagens paralelas em Marcos e Lucas. Em Marcos 10,11-12, Jesus diz somente “O homem que se divorciar de sua mulher e se casar com outra comete adultério contra a primeira mulher. E se a mulher se divorciar do seu marido e se casar com outro homem, ela comete adultério.” Da mesma maneira, Lucas 16,18 diz “Todo o homem que se divorcia da sua mulher e se casa com outra, comete adultério; e quem se casa com uma mulher divorciada do seu marido comete adultério”.
Isto é surpreendente. Como poderiam Marcos e Lucas, escrevendo para o mundo greco-romano, omitir a única, evidente exceção que permite o recasamento após o divórcio? O adultério e pecados sexuais foram descontroladamente crescentes na cultura romana. Marcos e Lucas teriam percebido que seus públicos precisavam saber sobre a exceção até mais do que o público judeu ao qual Mateus escreveu.
As cláusulas excepcionais também não aparecem na discussão de Paulo sobre o divórcio e o recasamento. Em Romanos 7,2-3, ele escreve que “a mulher casada está ligada por lei ao marido enquanto este vive; mas, se ele morre, ela fica livre da lei conjugal. Por isso, enquanto o marido está vivo, se ela se tornar mulher de outro homem, será chamada adúltera. Mas, se o marido morre, está livre em relação à lei, de modo que não será adúltera se casar com outro homem.”
E em 1 Coríntios 7,10-11, 39, ele escreve “Aos que estão casados, ordeno. Aliás, não eu, mas o Senhor: a esposa não se separe do marido; e caso venham a separar-se, não se case de novo, ou então reconcilie-se com o marido. E o marido não se divorcie da sua esposa... A esposa está ligada ao marido durante todo o tempo em que ele viver. Se o marido morrer, ela ficará livre para casar-se com quem quiser; mas apenas no Senhor.”
Paulo também estava lidando com um público greco-romano, e ele também não faz uma exceção para a infidelidade ou pecado sexual. (A única exceção que ele faz é para a dissolução de um casamento não sacramental quando um esposo se converteu ao Cristianismo [1 Cor 7,12, 15] – o que conhecemos hoje como privilégio paulino – mas é um assunto diferente.)
Como as cláusulas excepcionais ocorrem apenas no Evangelho de Mateus – escrito para um público judeu – sugere-se que ele reflita algum tema de interesse particular aos judeus. O que poderia ser?
Uma possibilidade é que as cláusulas excepcionais estão lá como uma ilustração da precisão requerida na lógica rabínica. Em outras palavras, as cláusulas indicam que se alguém se divorcia de uma mulher adúltera, não está cometendo adultério porque ela já é uma adúltera. Isso não significa que ela esteja livre para recasar; apenas significa que você não a está forçando a uma situação adúltera se você se divorciar dela.
Uma outra possibilidade é que as cláusulas excepcionais são uma maneira de evitar de todo um assunto de um esposo impuro. No Judaísmo em torno deste período, havia um debate entre a escola de Hilel e a escola de Shamai sobre as circunstâncias sob as quais alguém poderia se divorciar. Os hilelitas argumentavam que poderia ser essencialmente por qualquer razão, enquanto os shamaítas argumentavam que poderia ser somente por adultério. As cláusulas excepcionais poderiam ser um caminho de evitar esse debate. A gramática grega permite que a passagem seja entendida aproximadamente neste sentido: quem se divorciar da sua mulher, eu não vou entrar no assunto da impureza, e casar com outra, comete adultério.
Uma terceira possibilidade é que o termo grego usado para “impureza” – porneia – está sendo usado num sentido especial. Por exemplo, alguns o têm tomado para se referir ao comportamento infiel antes de que o casamento seja consumado. Neste ponto, é possível dissolver o casamento, porque os casamentos se tornam indissolúveis somente quando são consumados.
Hoje, com a tradição do casamento noturno, é altamente improvável que um esposo possa ser infiel entre a cerimônia do casamento e a consumação. No entanto, no tempo de Jesus, era usual para um casal ser legalmente casado por cerca de um ano antes da consumação. A esposa continuava a viver com a sua família e amigos os acompanhando. Então, durante a festa de casamento, o casal se afastaria e consumaria a sua união. Claramente, neste longo tempo a impureza era possível por parte de um dos esposos.
Por que Mateus seria o único evangelista a apontar a possibilidade de tais uniões? Porque ele é o único que menciona isso, quando Maria foi descoberta estar com uma criança pelo Espírito Santo, José tinha em mente divorciar-se dela quietamente (Mt 1,19). Ele sozinho pareceria ter uma razão para clarificar por que o curso de ação de José foi legitimado, dado o que Jesus disse mais tarde concernente ao casamento.
Outros têm interpretado o termo grego usado para “impureza” – porneia – como uma referência ao incesto, a ideia de que o divórcio e o recasamento seja permissível no caso de casamentos incestuosos, visto que o casamento nunca foi válido de início. Se isso é correto, então temos o princípio subjacente a anulações modernas: aqueles que não são validamente casados estão livres para contraí-lo.
Os advogados desta interpretação apontam que porneia não é o termo grego usual para adultério. De fato, nas passagens citadas acima, Jesus usa o termo para adultério (moicheia) e não o identifica com porneia. Esses advogados apontam também que muitos povos na região leste do mediterrâneo tinham práticas de casamento que permitiam uniões proibidas por Levítico 18. Isso causava problemas quando indivíduos queriam se converter ao Judaísmo e ao Cristianismo. Eles deveriam deixar seus esposos? Mateus, escrevendo em um contexto de leste mediterrâneo, teria tido razão para inserir uma clarificação para prevenir tais convertidos de usarem a declaração desqualificada como justificação para ficarem com seus esposos atuais.
A ideia de que porneia está sendo usada desta maneira estreita é sugerida por duas outras passagens bíblicas. Em Atos 15,29, é proposto que, para evitar ofender os crentes judeus, os gentios convertidos se abstenham de comer carne de ídolo, sangue, animais sufocados, e deporneia. Essas objeções são frequentemente consideradas como sendo baseadas diretamente em Levítico 17-18, onde as mesmas coisas são proibidas na mesma ordem.
A segunda passagem é 1 Coríntios 5,1, onde Paulo aplica a palavra porneia ao caso de um homem que se casou com sua madrasta – um caso proibido por Levítico 18,8. Essas considerações tornam razoável assumir que porneia está sendo usado nas cláusulas excepcionais para se referir a uniões incestuosas.
Sejam quais forem os argumentos acima que você ache convincente, é claramente falso que Jesus quis permitir o divórcio e o recasamento quando uma parte cometeu adultério. Mateus 19,9 tem sido lido frequentemente contra o contexto do debate Hilel-Shamai e interpretado para significar que Jesus estava simplesmente tomando partido com Shamai, permitindo o divórcio somente para adultério. Mas isso não se encaixa com dois pontos-chaves no texto.
Primeiro, 19,3 diz especificamente que os fariseus estavam tentando testar Jesus, e ele usa uma palavra grega – peirazo – que os Evangelhos sinóticos usam para indicar um ato de malícia. Mesmo John P. Meier, um liberal bíblico, nota “Se os fariseus estão simplesmente perguntando a Jesus se Ele é a favor da opinião de Hilel ou de Shamai, como isso constitui um atentado malicioso para forçá-lo a um dilema pelo qual uma ou outra escolha envolveriam uma declaração danosa? Depois de tudo, ambas as opiniões rabínicas são perfeitamente respeitáveis.” (The Vision of Matthew, 252)
Segundo, a resposta de Jesus é tão surpreendente que em 19,10 os discípulos declarem que seria melhor não casar se o que Jesus disse é verdadeiro. Meier de novo: “Esta não é uma reação à bem conhecida posição de Shamai, a qual dificilmente conduziria um judeu ou qualquer outra pessoa a tal conclusão. Mateus tem os discípulos reagindo todos bastante humanamente à total proibição de divórcio de Jesus.” (ibid., 253)
Finalmente, “se Mateus estivesse tomando o adultério como fundamento para o divórcio, ele logo correria ao encontro de graves dificuldades práticas. Nesta hipótese, Mateus permitiria o divórcio e o recasamento para um marido e mulher que tivessem cometido adultério. Mas um marido e mulher que permanecessem fiéis um ao outro não seriam permitidos de se divorciarem; de fato sua tentativa de divórcio seria considerada adultério. Obviamente, a única coisa a fazer para um casal cristão fiel que quisesse um divórcio seria cometer adultério, depois do qual uma dissolução do casamento seria permitida. Encerramos com divórcio a pedido, com uma condição técnica de cometimento de adultério. Isso tudo constitui uma disciplina estranha da igreja, uma na qual o adultério parece encorajado e a fidelidade desencorajada.” (ibid)
A situação que Meier descreve é na verdade encontrada em muitas igrejas protestantes. Qualquer conselheiro evangélico experiente pode atestar que muitos evangélicos que se encontram em situações maritais difíceis cometem tais pecados especificamente para propósitos de poderem se divorciar e recasar. Eles podem dizer a si mesmos “Jesus me perdoará depois.” ou “Eu já fui perdoado por todos os meus pecados – incluídos os futuros.” Através deste buraco, o Evangelicalismo absorveu a ética de divórcio e recasamento do mundo secular, assim como absorveu a mentalidade contraceptiva do mundo secular.
Felizmente, em anos recentes todas as opções interpretativas mencionadas acima têm encontrado advogados em círculos protestantes conservadores. O tempo irá dizer se este novo reconhecimento da seriedade do ensinamento de Jesus sobre o divórcio e o recasamento comportará fruto significante.

Traduzido para o Veritatis Splendor por Marcos Zamith.  Original em inglês:http://www.catholic.com/thisrock/2000/0007bt.asp

Ciclo Formativo de Dons Infusos - Dom da Fortaleza

Bom Dia Irmãos Combatentes,

Como temos feito a fim de atualizar nossas postagens formativas, segue a pregação sobre o Dom da Fortaleza. Nela encontraremos os meios e caminhos pelos quais devemos perseverar em nossa fé e em nossa vocação de santidade.

A formação que se segue é feita por mim Christian Moreira, missionário da Comunidade Canção Nova  no elo da Aliança.

Deus abençoe a todos.

Unidos em Cristo e na sua Igreja.

Christian Moreira

http://domdafortaleza.4shared.com


O fogo do inferno é real e corpóreo


Alguns questionam a literalidade do fogo do inferno. Dizem que se trata de um símbolo da ausência de Deus na danação eterna, e que a corporeidade do fogo infernal é uma interpretação fundamentalista de corte protestante ou uma crença fruto de idéias infantis a respeito da religião.
 Ora, esse entendimento é completamente equivocado.
 Primeiro porque confunde a pena de dano (estar longe de Deus) com a pena de sentidos. O fogo está justamente nesta última.
 Vejamos o que os bons teólogos católicos ensinam, com base no Magistério da Igreja:
 “Com relação ao inferno deve-se crer com fé divina:
1º - Que existe o inferno constituído pelos demônios e pelos que morreram em pecado mortal, mesmo que fosse um só.
2º - Que no inferno os condenados são atormentados por dupla pena: a de dano e a pena de sentidos, sendo esta principalmente de fogo.
3º - Que as penas que os condenados do inferno cumprem são eternas, e jamais terão fim, nem serão atenuadas.
4º - Que não são as mesmas penas para todos, mas diversas, conforme o número e a gravidade dos pecados, que mereceram a condenação eterna.
É teologicamente certo, se bem que não de fé, que o fogo, com o qual os condenados do inferno são atormentados é um fogo real ou corpóreo, não metafórico.” (Cardeal Gaspani. Cathecismus Catholicus, aprovado pela Santa Sé)
 Atentemos: a doutrina da realidade do fogo no inferno é católica, não protestante. Querer negá-la, em vez de defesa da verdadeira fé católica, é tese modernista.
Alguns objetarão como as almas, que não são materiais, mas espirituais, poderão queimar num fogo real?
 Fiquemos com o mesmo Cardeal Gaspani, eminente teólogo e comentador tomista:
 "É disputado ainda livremente entre os teólogos de que maneira o fogo real pode atormentar os espíritos puros, como o dos demônios, e as almas dos condenados antes da ressurreição dos corpos; qual a natureza do fogo do inferno; onde se encontra o inferno, se acima, ou abaixo da terra, se é um lugar, se é um estado..."
 A ação do fogo sobre as almas é, segundo a doutrina mais comum, com o fim de aprisionamento, e não de cremação. Isto porque as almas não são materiais e, portanto, não podem se queimar.
 Lembremos, ademais, que, após a ressurreição da carne, os condenados terão, sim, corpos e, portanto, "matéria para queimar" no fogo do inferno. Santo Tomás lembra mesmo que os corpos dos condenados terão duas propriedades: incorruptibilidade e passibilidade, pois para que o fogo do inferno os atormente sem consumi-los é necessário que sejam incorruptíveis, e para que sofram o dano eterno é necessário que sejam passíveis.
 "Capítulo CLXXVI
OS CORPOS DOS CONDENADOS SERÃO PASSÍVEIS E SEM DOTES, MAS ÍNTEGROS
Como nos santos a beatitude da alma extender-se-á, de certo modo, pelo corpo, conforme nos referimos acima, assim também a miséria da alma refletir-se-á no corpo. Como o bem natural não será retirado da alma, não o será, outrossim, o do corpo. Os corpos dos condenados ficarão íntegros na sua natureza, sem, contudo, possuírem as condições pertencentes à glória dos beatificados. Esses corpos, portanto, não serão sutis nem impassíveis, mas unir-se-ão à sua natureza pesada e passível, que lhes será, ainda, agravada: não serão ágeis, mas somente empurrados pela alma; não serão claros, mas obscuros, para que as trevas da alma mostrem-se nos corpos, conforme se lê em Isaís: "os seus rostos serão de faces queimadas" (Is 13,8).
Capítulo CLXXVII
OS CORPOS DOS CONDENADOS SERÃO PASSÍVEIS, MAS INCORRUPTÍVEIS
Deve-se saber que, apesar de os corpos dos condenados serem passíveis, contudo não se corromperão, bem que isso pareça ser contrário ao que agora experimentamos, pois a paixão, quanto mais veemente, tanto mais é prejudicada a substância.
Haverão, então, dois motivos para justificarem porque a paixão, apesar de perpetuamente continuada, não prejudicará os corpos.
(...)
Desse modo, aqueles corpos sofrerão para sempre, sem se corromperam, porém.
Capítulo CLXXVIII
A PENA DOS CONDENADOS EXISTIRÁ JÁ ANTES DA RESSURREIÇÃO
Se é evidente, pelo que se acabou de dizer, que tanto a felicidade quanto a miséria futuras realizam-se principalmente na alma, secundariamente, porém, e por certa derivação, no corpo, a felicidade ou a miséria da alma não dependem da felicidade ou da miséria do corpo, mas mais dela mesma. Como, após a morte e antes da ressurreição dos corpos, umas almas apresentam-se com a merecida bem-aventurança, outras, com a merecida miséria, isso evidencia que, já antes da reassunção dos corpos, algumas almas gozarão da felicidade, conforme atesta a Segunda Carta aos Coríntios: "Todos nós sabemos que, quando destruída essa tenda em que vivemos na terra, teremos no céu uma casa feita por Deus, uma habitação eterna, não feita por mãos humanas"; e: "Cheios de confiança desejamos sair deste corpo para habitar com o Senhor." (II Co 5,1.8)
Outras almas, porém, viverão na miséria, conforme se lê no Evangelho de São Lucas: "O rico morreu, e foi seupultado. Achando-se em tormentos no inferno..." (Lc 16,22--23)
Capítulo CLXXIX
A PENA DOS CONDENADOS CONSISTE EM MALES ESPIRITUAIS E CORPORAIS
(...)
Por isso também os textos das Sagradas Escrituras que prenunciam as penas corporais para as almas dos condenados, isto é, que elas serão atormentadas pelo fogo.
Capítulo CLXX
PODE A ALMA SOFRER A AÇÃO DO FOGO CORPÓREO?
1 - Para que não se pense ser absurdo sofrer a alma separada do corpo ação do fogo corpóreo, deve-se considerar que não é contra a natureza da substância ser retida pelo corpo. Isso realiza-se pela própria natureza, como se poder verificar na união que há entre a alma e o corpo, e nas mágicas, em que o espírito fica retido por imagens, por anéis, ou coisas semelhantes. Entretanto, isso pode ser também feito por virtude divina, de modo que as substân cias espirituais, sem embargo de por natureza estarem elevadas acima de todos os corpos, sejam retidas por determinados corpos; ou seja, pelo fogo do inferno, não como se a ele estivesse unida, mas de certo modo a ele se submetendo. Esse fato, ao ser verificado pela substância espiritual, é-lhe aflitivo, isto é, ver-se ela submetida a uma criatura inferior. Esse conhecimento que é aflitivo à substância espiritual, confirma o que se diz: a alma ao ver-se queimada, queima-se. Não deixa também de ser razoável dizer-se que aquele fogo é espiritual, porque o que a aflige é o fogo, conhecido como retendo-a.
2 - Que tal fogo seja corpóreo, comprova-se pela afirmação de São Gregório, que disse sofrer a alma a ação do fogo não só enquanto o vê, mas também enquanto o experimenta." (Comp. Th., CLXXVI-CLXX)
 Será, então, que Santo Tomás tinha uma idéia infantil, e ensinava coisas contrárias à verdade da Igreja?
 Que o inferno tenha um fogo é de fé, i.e., está o católico obrigado a acreditar. Que o fogo seja corpóreo e possa, apesar disso, causar sofrimento às almas espirituais, é sentença teologicamente certa. Quanto à natureza do tal fogo, pode-se discutir. Não se sabe se o fogo é o mesmo fogo da terra. A natureza do fogo (se é o mesmo ou não) pode ser livremente discutida. Mas que há um fogo, seja corpóreo, e possa causar sofrimento às almas, isso NÃO se pode discutir, é teologicamente certo.
 Ora, alguns poderiam redargüir que a sentença teologicamente certa não é a mesma coisa que um dogma e, por isso, pode-se não aderir àquela.
 Que sejam distintas as verdades “de fé divina e católica” (dogmáticas) e “teologicamente certa” não há dúvida. Todavia, não se trata de graus diversos de adesão a uma ou outra verdade, de modo que se possa aceitar menos ou deixar de aceitar o dado certo teologicamente, mas que não é “de fé”. A distinção entre as duas categorias de verdades está é no objeto. Enquanto a verdade de fé (o dogma) se ocupa da Revelação, a verdade teologicamente certa é conexa com as doutrinas formalmente reveladas, e, embora não esteja contida formalmente na Revelação, está virtualmente presente dada sua ligação estreita com as mesmas. Negar a verdade teologicamente certa equivale a, indiretamente, negar a verdade de fé, portanto a recusar um dogma solenemente definido.
 Se o ensino do Doutor Angélico não foi suficiente para provar a corporeidade do fogo do inferno e a ausência de contradição entre esse seu caráter e a espiritualidade das almas dos que lá estão, vamos ao Magistério da Igreja.
 Diz o Credo Atanasiano (que se reza na liturgia e é doutrina da Igreja, por ser testemunho da Tradição Oral... ademais, está no Denzinger):
 "Porém, é necessário para a eterna salvação crer também fielmente na Encarnação de Nosso Senhor Jesus Cristo. (...) À sua vinda, todos os homens irão ressuscitar com seus corpos e dar contra de seus próprios atos; e os que fizeram o bem, irão para a vida eterna; os que fizeram o mal, ao contrário, ao fogo eterno. Esta é a fé católica: todo o que não a crer fiel e fielmente não poderá salvar-se." (Denz., 76)
 Por sua vez, o Sínodo de Arles, em 473, sob o pontificado do Papa Simplício, ensina, infalivelmente:
 "Portanto, de acordo com os recentes decretos do venerável Concílio, condeno juntamente conosco aquela sentença (...) que diz que não há fogo nem inferno." (Denz., 338)
 O mesmo sínodo, mais adiante, continua a explicitar:
 “Professo também que os fogos eternos e as chamas infernais estão prepararadas para as ações capitais (...)." (Denz., 342)
 De outra sorte, o Sínodo de Toledo XVI, em 693, por sua Confissão de Fé, sob o pontificado do Papa Sérgio I, condena os hereges e os cismáticos que, por sua culpa, estão fora da Igreja de Cristo, dizendo que serão "castigado[s] com condenação eterna, e até o fim dos séculos será abrasado com o diabo e seus companheiros em fogueiras ardentes.." (Denz., 575)
 Vemos, portanto, que no inferno existe fogo real, não metafórico (embora não se saiba sua natureza), e que esse fogo tem ação de aprisionamento sobre as almas (até a ressurreição da carne), e de cremação (após a ressurreição), ainda que, nesta última, os corpos sofram, queimem, mas não se consumem.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Arcebispo de Los Angeles: A ameaça contra a liberdade religiosa nos Estados Unidos é real


WASHINGTON DC, 03 Jul. 12 / 10:54 am (ACI/EWTN Noticias).- O Arcebispo de Los Angeles (Estados Unidos),  a maior arquidiocese do país, Dom José Horacio Gómez, assinalou que as ações propostas pela Administração de Barack Obama mostram que a ameaça contra a liberdade religiosa no país não é um exagero como alguns meios ou pessoas no Governo querem demonstrar.

Em sua última coluna publicada na página em espanhol do grupo ACI, o Prelado se referiu ao mandato que obrigará em 2013 que entidades católicas comprem planos de saúde que dão cobertura para a anticoncepção e o aborto. O bispo disse que este texto atenta contra a liberdade religiosa porque ameaça "nossa capacidade como cristãos individuais para vivermos da maneira que Jesus quer que vivamos" e a capacidade da Igreja para levar adiante sua missão.

Nesse sentido, disse ainda que a iniciativa dos bispos "Fortnight for freedom" (Quinzena pela Liberdade)", deve ser uma ocasião para que os americanos renovem sua "dedicação às liberdades fundamentais que fizeram os Estados Unidos tão excepcional. Se não o fizermos, corremos o risco de esquecer as lições da história e de esquecer por quê essas liberdades tão importantes".

"Como cristãos, também temos o dever de amar a liberdade e defender a liberdade que amamos. A história da Igreja nos ensina que temos que lutar por essas liberdades; elas nunca foram dadas aos cristãos gratuitamente", acrescentou.

Por isso, afirmou que a maior ameaça para os cristãos é "a própria indiferença, ou nosso sentimento de que esta luta realmente não nos diz respeito pessoalmente". Dom Gómez advertiu que a liberdade religiosa não um conceito abstrato, mas sim tem muito que ver com a vida diária.

"Verdade que hoje livres de ir à igreja, de ler nossas Bíblias, de orar em nossas casas, de ler publicações religiosas e de encontrar programação religiosa na televisão e a Internet. Mas a liberdade religiosa significa mais que isso, porque ser cristão significa mais que isso", afirmou.

Nesse sentido, destacou que a iniciativa "Fortnight for freedom" –que culmina no dia 4 de julho-, coincida com a lembrança de importantes Santos que morreram defendendo a liberdade religiosa.

"A quinzena começou na Vigília da Festa dos Santos John Fisher e Thomas More", que foram executados por não dobrar-se "às pressões políticas do rei Enrique VIII, que demandava que eles aceitassem sua ‘supremacia’ sobre a Igreja e que eles negassem os ensinos da Igreja sobre a santidade domatrimônio".

Também recordou São João Batista, "executado por um rei tirano por defender a lei de Deus sobre o matrimônio". Além disso, recordou "os primeiros mártires da Igreja de Roma" e a São Pedro e São Paulo, "os maiores desses primeiros mártires".

"Todos esses valentes homens e mulheres sofreram a morte por defender as liberdades que freqüentemente nós damos por garantidas. Todos eles usaram sua liberdade em Cristo para transformar suas sociedades. De dentro. Pela força do seu amor e seu exemplo. Cada um de nós estamos chamados à mesma missão na nossa sociedade", afirmou.

Por isso, convidou os americanos a pedir a intercessão desses mártires e para que "Nossa Senhora de Los Angeles que nos dê o valor para defender a liberdade da Igreja e nossa liberdade de consciência".

Europa restaura a “Roda” medieval para salvar os recém-nascidos.




A Alemanha e diversos países europeus apelaram para um sistema medieval visando salvar a vida de recém-nascidos, acolhendo-os no anonimato.

Trata-se da “Roda dos enjeitados”, ou “Roda da Misericórdia”, ou ainda “Roda dos Expostos”, criada na cidade francesa de Marselha em 1188, durante a Idade Média. 

Ela foi largamente usada no Brasil, onde ainda ficam algumas, porém fora de uso. A primeira foi aberta em Salvador em 1734, por determinação real, com o nome de Roda do Asilo do Santo Nome de Jesus. Seu uso se estendeu a todas as cidades importantes do Brasil até o século XX.

Embora o método seja criticado, muitas autoridades europeias reconhecem que todos os anos ele salva as vidas de dezenas de crianças. As críticas obedecem à antipatia visceral contra tudo o que é medieval, ainda quando é benéfico.

A Alemanha adotou o sistema (“Babyklappe” em alemão), visando salvar as vidas dos bebês que morriam de frio abandonados na rua. 

Antigamente a Roda funcionava em conventos e hospitais que eram dirigidos por religiosos ou religiosas. 

Roda de Misericórdia, Portugal
Roda de Misericórdia, Portugal
De fato, na Idade Média, hospitais, orfanatos e asilos eram mantidos gratuitamente pela Igreja Católica e por confrarias leigas por Ela aprovadas. 

Esse bom costume perdurou ainda nos séculos posteriores, sendo muito perseguido e diminuído pelo laicismo de Estado ligado à Revolução Francesa.

Nos séculos penetrados pela doçura da caridade católica, o tratamento dado às criancinhas abandonadas deixa envergonhados os sistemas modernos.

As Rodas eram giratórias, ficavam em locais discretos e a infeliz mãe não era vista. Religiosas e religiosos cuidavam bem das crianças, como se estas fossem o próprio Jesus Cristo. Velavam pela sua saúde, educação, pelo ensino de profissão no caso dos moços e do casamento no caso das moças.

Hoje estão sendo aplicadas melhorias técnicas como um dispositivo automático que toca uma campainha e liga o aquecimento indispensável no frio europeu. Infelizmente, faltam religiosas ou religiosas para atender a essas crianças que são tratadas por funcionários do Estado.

Entretanto, o Comitê das Nações Unidas para os Direitos das Crianças, que jamais ofereceu algum sistema melhor, voltou-se contra o retorno ao sistema medieval. 

A ONU, que tanto se tem empenhado pelos direitos humanos dos bandidos, alega que a prática violaria os direitos das crianças ao favorecer um retrocesso à Idade Média!

Roda dos expostos, Viseu
Roda dos expostos, Viseu
Gabriele Stangl, do Hospital Waldfriede, de Berlim, que administra uma “roda salva vidas” de crianças, reagiu com senso humanitário à absurda objeção da ONU. O costume tem o objetivo de evitar o pior: que mães desesperadas abandonem os recém-nascidos no frio.

Se os medievais acertaram melhor, bem-vindos sejam suas invenções e seus progressos.

Segundo Steffanie Wolpert, responsável pela “Babyklappe” de Hamburgo, no ano de 1999, antes do funcionamento da “Roda salva-vidas”, cinco bebês foram abandonados nas ruas, três dos quais morreram de frio. 

A Alemanha é o país que tem mais “Rodas” para receber bebês: 99. Hungria, Itália, Polônia, República Tcheca, Eslováquia, Lituânia, Bélgica, Holanda e Suíça também adotaram o sistema.

A caridade cristã inspirou realizações na Idade Média para as quais os homens se voltam hoje à procura de bom senso, humanidade e fé. Os adversários do Catolicismo, obviamente, não gostam de nada disso.