sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Genética e homossexualidade: as pessoas nascem homossexuais? Parte I



Richard L. Deem é biólogo com mestrado em microbiologia pela Califórnia State University de Los Angeles, e tem se dedicado à pesquisa científica desde 1976. Ele é autor e co-autor de vários estudos em diversas áreas da biologia molecular e genética, imunologia, doença inflamatória intestinal, células exterminadoras naturais e doenças infecciosas. Seu trabalho tem sido apresentado a inúmeros congressos internacionais.
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Introdução:
As pessoas já nascem naturalmente homossexuais ou heterossexuais? Grande parte da mídia atual acredita que esta questão é um problema científico já resolvido, com toda evidência apontando para uma causa biológica (provavelmente genética) para a orientação homossexual.
Ao contrário do que esta percepção alega, o problema tem sido mal estudado (ou estudado mal), apesar de haver alguma evidência para ambos os lados desta questão. Além disso, muitos dos estudos mais antigos, que têm sido enormemente elogiados pela mídia como sendo “prova” de uma causa biológica para a homossexualidade, têm sido contrariados por estudos mais recentes e mais aprofundados.
Essa evidência recai em quatro categorias básicas:
1. Estrutura cerebral
2. Possível influência hormonal
3. Concordância da homossexualidade em gêmeos
4. Concordância de marcadores genéticos em irmãos
Por que isso importa?
Até alguns anos atrás, o termo “orientação sexual” era conhecido como “preferência sexual”. Obviamente, os dois termos denotam uma diferença significativa na maneira como a sexualidade se desenvolve: uma preferência é algo que se escolhe, enquanto que uma orientação é algo que nos define. As diferenças são potencialmente importantes quanto à maneira pela qual as leis se aplicam àqueles que são homossexuais. Se a homossexualidade não é uma escolha, mas na verdade uma característica biologicamente determinada sob a qual nós não temos como escapar, então as leis não deveriam tratar os homossexuais e os heterossexuais diferentemente, uma vez que a homossexualidade seria comparável a uma raça, sobre a qual não temos como escolher.
Orientação sexual – estudos sobre a estrutura cerebral:
Como a atração sexual começa no cérebro, os pesquisadores iniciaram a investigação da questão da orientação sexual primeiramente pela comparação entre a anatomia dos cérebros dos homens e das mulheres. Estes estudos demonstraram que o cérebro humano apresenta dimorfismo sexual na área pré-óptica do hipotálamo, onde os homens demonstraram possuir mais do que o dobro do número de células do que as mulheres, além desta área também apresentar nos homens um volume maior do que duas vezes o volume encontrado nas mulheres.(1) Um segundo estudo demonstrou que dois dos quatro núcleos intersticiais do hipotálamo anterior (INAH) são pelo menos duas vezes maiores em homens do que em mulheres.(2) Como os INAH estão envolvidos no dimorfismo sexual, Simon LeVay levantou a hipótese de que deveria haver diferenças nesta região do cérebro entre os homens homossexuais e os homens heterossexuais. Exames anatomopatológicos realizados nos cérebros de pacientes com AIDS comparados com indivíduos de controle masculinos (presumidamente heterossexuais) demonstrou que os homens presumidamente heterossexuais da população de controle apresentavam INAH3 duas vezes maiores em tamanho do que as mulheres e do que os homens presumidamente homossexuais que morreram de AIDS(3). O estudo tem sido criticado pela incerteza sobre a orientação sexual dos pacientes, e pelas potenciais complicações causadas pelo vírus da AIDS (o qual também infecta o cérebro humano), bem como pelo nível mais baixo de testosterona encontrado em pacientes com AIDS.
Uma reportagem de capa da revista Newsweek (FOTO ACIMA)  que se tornou muito popular, intitulada “Esta criança é gay?” (Is This Child Gay?)(4)caracterizava LeVay como um “campeão do lado da genética”, apesar de que este estudo não envolvia dado genético algum.
Um estudo posterior, realizado por Byne, et. al., investigou a questão do tamanho do INAH3 com base no sexo, orientação sexual e presença ou não do vírus HIV. (5) O estudo encontrou uma grande diferença no volume do INAH3 com base no sexo (com o INAH3 masculino sendo maior do que o INAH3 feminino). No entanto, o volume do INAH3 era menor nos homens heterossexuais que haviam contraído AIDS (0,108 mm³, comparados com 0,123 mm³ na população de controle masculina). Nenhuma diferença estatisticamente significativa foi encontrada entre os volumes do INAH3 dos homens heterossexuais e dos homens homossexuais que haviam contraído a AIDS (0,108 mm³ contra 0,096 mm³, respectivamente). O estudo também descobriu que não havia diferença entre o número de neurônios no INAH3 de homossexuais e no INAH3 de heterossexuais; porém os pesquisadores encontraram diferenças significativas entre homens e mulheres em outros estudos(5). Ficou óbvio a partir deste estudo que a pesquisa de LeVay utilizava uma metodologia falha e que seu resultado foi comprometido pela complicação ocasionada pelo vírus da AIDS, e que não havia diferenças no INAH3 de homossexuais e de heterossexuais.
O papel do hipotálamo na orientação sexual também foi estudado por Swaab, et. al. Outros pesquisadores levantaram a hipótese de que haveria uma diferenciação no hipotálamo antes do nascimento. No entanto, o estudo de Swaab demonstrou que o núcleo dimórfico sexual (SDN) de mais de 100 indivíduos estudados diminuía em volume e em número de células nas mulheres de somente 2 a 4 anos após o nascimento. Esta descoberta complicou as conclusões dos estudos sobre o cérebro, uma vez que não apenas fatores químicos e hormonais, mas também fatores sociais podem influenciar o processo. (6)
Um estudo realizado por Allen e Gorski examinou a comissura anterior do cérebro, descobrindo que homens homossexuais e mulheres apresentavam uma comissura anterior maior do que os homens heterossexuais(7). No entanto, estudos posteriores realizados em populações amostrais maiores não encontraram tal diferença. (8)
Para complicar ainda mais o problema da diferença cerebral entre homossexuais e heterossexuais, existe o fato de que as próprias experiências sexuais podem afetar a estrutura cerebral(9). Assim, a questão sempre será se as práticas homossexuais modificam o cérebro ou se a estrutura cerebral ocasiona as práticas homossexuais.

Renúncia do Papa: falta compreensão dos aspectos religiosos à imprensa.



fevereiro 22nd, 2013
Nazário Moisés
A mídia em geral tem cometido alguns erros na cobertura da renúncia e da sucessão papal. O mais grave deles é a sua abordagem do assunto a partir de um ponto de vista exclusivamente laico. Não se deve esperar, claro, que a imprensa trate o caso da forma como o faria um teólogo; mas certamente não é correta a cobertura que está sendo feita, que se assemelha à de uma eleição comum. Essa visão excessivamente laica é demonstrada na falta de compreensão do processo e nos temas que os jornalistas destacam, monotonamente, como relevantes para o futuro pontificado.

Em razão da inexperiência, da falta de conhecimentos mínimos sobre a Igreja e dos vieses ideológicos, os jornalistas enxergam o papa como se fosse o presidente de uma multinacional e os cardeais ora como se fossem executivos integrantes do conselho diretor de uma empresa, ora como candidatos ávidos por votos disputando uma eleição de cidade interiorana.

É de se crer que nem todos os cardeais ajam corretamente. Mas também é má-fé imaginar que todos sejam carreiristas, oportunistas, ambiciosos que sonham em sentar no trono de São Pedro. Muitos cardeais, provavelmente a maioria, não devem ter nenhuma vontade de calçar as sandálias do pescador. O papado traz poder, mas traz também imensas responsabilidades, além de superexposição a uma mídia cada vez mais hostil, a necessidade de realizar muitas viagens e de se posicionar a respeito de inúmeros assuntos, religiosos e seculares, sem falar de outras dificuldades.

Doutrina milenar
O preconceito se deixa mostrar nas análises da renúncia de Bento XVI: o ato de deixar o cargo, para alguns comentaristas, demonstraria apego ao poder, e não o contrário. A imagem do Joseph Ratzingercarreirista foi forjada pelos desafetos do antigo cardeal e aceita pelos jornalistas, que de resto não costumam ter outras fontes a não ser esses desafetos – tanto é que eles reaparecem agora em todos os jornais, sempre as mesmas pessoas.

A cobertura da mídia enriqueceria bastante se ela se abrisse para os aspectos mais propriamente religiosos do processo que está em curso e se levasse em consideração a dinâmica própria da Igreja –suas regras e suas crenças. Se compreendesse que o papa não é um CEO de uma megacorporação, mas um líder que desempenha um serviço pesado sem qualquer perspectiva de ganho real e defende uma doutrina de dois mil anos. Se considerasse que os cardeais e demais integrantes da cúria podem, sim, estar realmente desejosos de desempenhar da melhor forma possível seus trabalhos, e não apenas buscar o poder a qualquer custo. Não há contradição entre noticiar livremente todo o processo e manter o espírito aberto.

Além disso, assim como ocorreu em 2005, muitos jornais voltam a propor ao próximo papa uma pauta completamente irrealista, baseada tão somente nos interesses dos próprios jornalistas. Segundo muitos veículos, o futuro pontífice deverá lidar com questões como casamento homossexual, ordenação de mulheres e aborto. Na realidade, não há motivo algum para que isso aconteça: são questões já resolvidas pela Igreja. Suas posturas quanto a tais assuntos já foram afirmadas e reafirmadas ao longo dos séculos sem qualquer possibilidade de mudança, uma vez que estão alicerçadas em documentos considerados sagrados.

O fato de parte da sociedade atual pensar diferente daquilo que prega a Igreja não significa que a Igreja deva mudar sua doutrina. Aqui, os jornalistas confundem a instituição com uma empresa que busca disponibilizar produtos ao gosto do grande público. Incapazes de compreender seu papel, chegam a dar conselhos para que conquiste mais fiéis. Goste-se disso ou não, acredite-se nisso ou não, a Igreja existe para defender e divulgar um corpo doutrinário estabelecido há milênios. Qualquer mudança nisso seria uma traição aos seus princípios e nenhum papa poderá fazê-lo.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Governo do PT prepara cartilha para mulher que decide abortar




Ivanaldo Santos
Filósofo

No mês de junho de 2012 a grande mídia noticiou que o governo, na gestão da presidente Dilma Roussef (PT), pretendia criar uma espécie de “Kit Aborto”, ou seja, um conjunto formado por remédios e uma cartilha que, em tese, orientariam a mulher que pretende abortar a cometer um aborto de forma “segura”, como se houvesse algum tipo de aborto que seja realmente seguro. Apesar de, no Brasil, ser crime a prática do aborto, o governo do PT afirmou, na época, que tudo não passava de um projeto e que, na verdade, o que se tencionava era fazer uma “política de redução de riscos” sobre o aborto.

O ano de 2012 passou e o assunto parecia esquecido. O governo, o Ministério da Saúde e outros órgãos afins, não consultaram a população sobre o tal “Kit Aborto” e nem houve uma “consulta as bases” para saber o que a maioria da população brasileira pensa sobre esse projeto.
Vale lembrar que constitucionalmente o Brasil é uma democracia e não uma ditadura socialista ou um regime de tecnocratas. Até o dia de hoje, no Brasil a população ainda precisa ser consultada.
No entanto, para espanto, no final de 2012 o Ministério da Saúde lançou a cartilha “Protocolo Misoprostol”, com instruções para o uso desse medicamento abortivo, mais conhecido pela marca Cytotec, cuja comercialização é proibida no Brasil.
O responsável pela publicação é o Departamento de Ações Programáticas Estratégicas da Secretaria de Atenção à Saúde e o texto também se encontra disponível na Biblioteca Virtual do Ministério.
Segundo o próprio texto da cartilha, o “Protocolo Misoprostol” tem por objetivo a “utilização de Misoprostol em Obstetrí­cia, em linguagem técnica, dirigido a profissio­nais de saúde em serviços especializados, para agilizar os procedimentos e atendimentos, o que resultará certamente, em benefícios à saú­de da mulher” (BRASIL, 2012, p. 2). Apesar desse objetivo aparentemente “científico” a referida cartilha destina-se ao “esvaziamento uterino” (BRASIL, 2012, p. 3), ou seja, o verdadeiro objetivo da cartilha é a promoção e realização do aborto.
Na página 7 da cartilha se ensina detalhadamente a usar o medicamento abortivo Cytotec, que é proibido no Brasil.
Diante da cartilha publicada pelo Ministério da Saúde, realizam-se cinco observações.
Primeira, o governo do PT está cumprindo a promessa que fez em junho de 2012, ou seja, de criar um conjunto de ações para promover o aborto. Entre essas ações estão a distribuição de uma cartilha que ensina e promove a prática do aborto.
A situação é parecida com aquela situação pitoresca dos campos de futebol brasileiros, quando o “dono da bola”, por algum motivo, se zanga e diz: “Vou levar a bola embora”. Ora, se ele levar a bola acaba o jogo. Todos pensam que é só brincadeira, mas para não ficar com fama de “medroso” o “dono da bola” pega a bola e, com isso, acaba o jogo. A mesma situação aconteceu com o governo do PT. Ele disse que ia fazer cartilha do aborto, uma espécie de “cartilha da morte”. Muita gente pensou que era só uma “brincadeira” de um governo que está louco para impor o aborto ao povo brasileiro, mas, quando menos se esperava, a cartilha pró-aborto foi publicada.
Segundo, no Brasil o Cytotec é proibido, justamente o remédio que o governo está incentivando com a cartilha “Protocolo Misoprostol”. Como a população vai confiar em um governo e, ao mesmo tempo, cumprir as leis, se o próprio governo promove o crime e, ainda por cima, publica cartilhas ensinando a como descumprir a Lei? Como é que a sociedade vai condenar a corrupção, os mensaleiros, o crime organizado, etc; se o próprio governo é o primeiro a incentivar a prática de um delito criminal?
Terceiro, a cartilha “Protocolo Misoprostol é um bom exemplo da democracia que anda sendo construída pelo governo do PT nos bastidores do poder. Trata-se de uma cartilha que foi feita em silêncio, quase uma “missão secreta”. A grande população nada soube.
Onde anda aquele discurso do PT de “consulta as bases”? Parece que a tal “consulta as bases” só existe quando é para concordar com a ideologia do partido. Quando a população é contrária aos valores dessa ideologia, como é o caso do aborto, ela é sumariamente ignorada. Quando a população é contra aos valores ideológicos do PT a população é rotulada de “conservadora” e “fundamentalista” e, baseado nesse discurso, a democracia é simplesmente esquecida.
Quarto, onde está a presidente Dilma Rousseff (PT) que só se elegeu porque, entre outras coisas, prometeu que, em seu mandato, não haveria qualquer tentativa de patrocinar e legalizar o aborto? Pelo conteúdo da cartilha “Protocolo Misoprostol” o discurso da então candidata Dilma Rousseff (PT) era apenas discurso. Ao virar presidente, ela esqueceu o que prometeu.
Quinto, num país com tantos problemas sociais, não tinha outra coisa para o Ministério da Saúde investir os poucos recursos financeiros existentes? Só para se ter uma ideia dos problema do país, hoje em dia temos: 12 milhões de nordestinos que literalmente estão morrendo de sede, a transposição do rio São Francisco está parada (promessa do governo do PT), temos o caos nos hospitais públicos, temos enchentes no Sudeste, uma onda de violência urbana em São Paulo e uma geração de jovens que estão morrendo nas cracolândias.
Com todos esses problemas o governo do PT não tinha outra coisa para investir o dinheiro público? Tinha realmente que criar uma “cartilha da morte”, uma cartilha que ensina a abortar?
Por fim, afirma-se que a situação é muito grave. De um lado, o governo do PT não está cumprindo a promessa de não tentar legalizar o aborto. Do outro lado, além de não cumprir o prometido, está usando o pouco dinheiro disponível não para resolver ou encaminhar os graves problemas sociais do país, mas para promover uma agenda de morte, uma agenda que incentiva o aborto.
Para o atual governo incentivar e patrocinar o aborto é mais importante do que salvar pessoas que estão morrendo de sede no Nordeste ou os pacientes que estão abandonados nos hospitais públicos.
Fonte http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2012/06/07/governo-prepara-cartilha-para-mulher-que-decide-abortar.htm
Fontes bibliográficas:
BRASIL. Protocolo Misoprostol. Brasília: Ministério da Saúde, 2012.CRUZ, LUIZ CARLOS LODI. Do “Kit Gay” ao “Kit Aborto”: nova investida do governo Dilma para promover o aborto. In: Pró-Vida de Anápoles. Disponível em http://www.providaanapolis.org.br/kitaborto.htm. Acessado em 30/01/2013
GOVERNO PREPARA CARTILHA PARA MULHER QUE DECIDE ABORTAR. In: Estadão, 07 de junho de 2012. Disponível em http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2012/06/07/governo-prepara-cartilha-para-mulher-que-decide-abortar.htm. Acessado em 12 de junho de 2012.
SANTOS, Ivanaldo. Governo do PT pretende criar o “kit Aborto”. In: Mídia Sem Mascara, 14 de junho de 2012.
SANTOS, Ivanaldo. O PT não esquece o aborto. In: Mídia Sem Mascara, 13 de fevereiro de 2012.