sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Questão gay: “Papa Francisco não mudou nada das regras morais, mas ressaltou o “moralismo” rígido na abordagem da questão.


Fonte: ANSA
O jornal vaticano L’Osservatore Romano publicou nesta terça-feira, dia 30, que as recentes declarações do papa Francisco sobre o papel das mulheres na Igreja e o homossexualismo mostram que a religião “não deve ser uma rígida distribuidora de julgamentos, mas deve estar sempre pronta a acolher os pecadores, ou seja, todos nós”.
“Pode-se mudar tudo sem mudar as regras de base, aquelas sobre as quais se constrói a tradição católica. Esta é a posição do Papa inclusive [em relação] aos homossexuais”, apontou um artigo assinado por Lucetta Sacaraffia.
“Papa Francisco não muda nada das regras morais, mas anula um moralismo rígido fofoqueiro. Com poucas palavras, afasta da Igreja Católica acusações de homofobia que a perseguiram nos últimos tempos”, concluiu. Ainda de acordo com o artigo, com estas declarações, Francisco destacou questões as quais “tinha dado pouco espaço até agora”.
“Na longa, serena e aberta entrevista que o papa Francisco deu aos jornalistas, as grandes novidades são, sobretudo, duas: as mulheres e os homossexuais”, apontou o jornal.
“As declarações do Papa sobre o papel das mulheres na Igreja Católica são claras e revelam uma forte vontade de abertura”, acrescentou Sacaraffia. “A abertura é substancial e diretamente ligada ao projeto de reforma da Igreja: sem um reconhecimento aberto do papel das mulheres, não se pode esperar aquela Igreja vital e acolhedora que o papa Francisco deseja”.
“A novidade é expressa de modo claro e sem ameaçar as tradições da Igreja”, conclui a nota.
No começo desta semana, Francisco declarou, conversando com jornalistas presentes no avião que o levou de volta do Rio de Janeiro para a Cidade do Vaticano, que ele “não julga” uma pessoa por ser homossexual. “Quem sou eu por julgar? Não achei documentos de identidade gay no Vaticano. Dizem que têm, mas eu acredito que seja necessário distinguir o fato de uma pessoa ser gay do fato que faz lobby”, afirmou o Pontífice, explicando que “ser gay é uma tendência, o problema são os lobbies. Fazer lobby não é uma coisa certa”.