Examinemos sumariamente algumas modalidades do relativismo:
1.1. Relativismo filosófico
Não se pode pretender chegar a uma verdade objetiva, pois a mente humana não conhece a realidade como ela é, mas como o sujeito a consegue enquadrar dentro dos seus parâmetros de pensamento. A verdade portanto não é aquilo que a filosofia clássica ensina (conformação do intelecto com a realidade em si), mas, ao contrário, é a conformação da realidade com o intelecto. A verdade assim é algo de subjetivo, pessoal, em vez de ser objetiva e universal, para todos os homens. Já que não há um intelecto só para todos os homens, mas cada qual tem seu intelecto, diverso do intelecto do próximo ou mesmo oposto a este, em conseqüência há muitas verdades. Cada um tem a sua própria verdade.
1.2. Relativismo ético
Não existem normas morais válidas para todos os homens; os valores éticos variam de acordo com as fases da história e das culturas; há normas e opiniões subjetivas, que o indivíduo formula para si mesmo, fazendo uso da sua liberdade, que é refreada apenas pelos limites que os direitos alheios lhe opõem.
O relativismo assim descrito conhece um único absoluto, a saber: o ser humano ou, mais precisamente, a liberdade de cada ser humano. Essa liberdade é indiscutível.
Revista: “PERGUNTE E RESPONDEREMOS”
D. Estevão Bettencourt, Osb.
Nº 531, Ano 2006, Página 394