quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Meditação: 8º dia da Semana pela Unidade dos Cristãos Chamados ao ministério da reconciliação

Gênesis 33, 1-4: Esaú correu ao encontro de Jacó, apertou-o ao peito... eles choraram
Salmo 96, 1-13: Dizei entre as nações: o Senhor é rei
2 Coríntios 5, 17-21: Deus nos reconciliou consigo pelo Cristo e nos confiou o ministério da reconciliação
Mateus 5, 21-26: Deixa a tua oferenda ali, diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão
Comentário
Nossas orações desta semana nos levaram a uma caminhada em conjunto. Guiados pelas Escrituras, fomos chamados a retornar a nossas origens cristãs - aquela Igreja apostólica de Jerusalém. Ali temos visto fidelidade ao ensinamento dos apóstolos, à comunhão fraterna, à fração do pão e às orações. No fim de nossas reflexões sobre o ideal de comunidade cristã que nos é apresentado em At 2,42, voltamos ao nosso próprio contexto - as realidades das divisões, os descontentamentos, decepções e injustiças. Neste ponto da reflexão, a Igreja de Jerusalém nos coloca a questão: para que, então, ao concluir esta Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, somos chamados aqui e agora?
Os cristãos em Jerusalém hoje nos sugerem uma resposta: somos chamados, acima de tudo, ao ministério da reconciliação. Tal chamado tem a ver com reconciliação em muitos níveis, no meio de uma complexidade de divisões. Oramos pela unidade dos cristãos para que a Igreja possa ser um sinal e um instrumento para a cura de divisões e injustiças políticas e estruturais; oramos pelo convívio justo e pacífico de judeus, cristãos e muçulmanos; oramos pelo crescimento da compreensão entre pessoas de todas as crenças e também dos que não têm nenhuma. Em nossa vida pessoal e familiar também o chamado à reconciliação precisa encontrar uma resposta.
Jacó e Esaú, no texto de Gênesis, são irmãos e ainda assim se estranham. Sua reconciliação acontece mesmo quando seria de se esperar a permanência do conflito. A violência e os hábitos de rancor são abandonados quando os irmãos se encontram e choram juntos.
O reconhecimento de nossa unidade como cristãos - e de fato como seres humanos - diante de Deus nos leva ao grande canto do salmo de louvor ao Senhor que governa o mundo com amorosa justiça. Em Cristo, Deus busca reconciliar consigo todos os povos. Descrevendo isso, São Paulo, em nossa segunda leitura, celebra uma vida de reconciliação como "uma nova criação". O chamado a reconciliar é o chamado para permitir que o poder de Deus em nós faça novas todas as coisas.
Mais uma vez, sabemos que essas "boas novas" nos chamam a mudar o nosso modo de viver. Como nos desafia Jesus, no relato dado por São Mateus, não podemos continuar fazendo nossas ofertas no altar sabendo que somos responsáveis por divisões ou injustiças.
O chamado à oração pela unidade dos cristãos é um chamado à reconciliação. O chamado à reconciliação é um chamado a ações, mesmo ações que venham a interferir em nossas atividades eclesiais.
Oração
Deus da Paz, nos te damos graças porque enviaste teu Filho Jesus, para que possamos nele nos reconciliar contigo. Dá-nos a graça de sermos servos ativos de reconciliação dentro de nossas Igrejas. Assim, ajuda-nos a prestar serviço à reconciliação de todos os povos, particularmente em tua Terra Santa , o lugar onde derrubaste a muralha de separação entre os povos e uniste a todos no Corpo de Cristo, sacrificado no Monte Calvário. Enche-nos de amor mútuo. Que a nossa unidade possa prestar serviço à reconciliação que desejas para toda a criação. Oramos no poder do Espírito Santo. Amém.

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 24 de janeiro de 2011 (ZENIT.org) - Apresentamos o comentário aos textos bíblicos e de oração escolhidos para o 8º dia da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, 25 de janeiro.
Este texto faz parte dos materiais distribuídos pela Comissão Fé e Constituição, do Conselho Ecumênico das Igrejas e pelo Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos. A base do texto foi redigida por uma equipe de representantes ecumênicos de Jerusalém.
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