segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Pastor acusado de apostasia aguarda enfocarmento, no Irã.


Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação
Ao recusar-se a renegar o cristianismo, o pastor Youcer Nadarkhani, 34 anos, casado, dois filhos, foi condenado à pena de morte por enforcamento. Ele está preso desde 12 de outubro de 2009, acusado de apostasia por um tribunal de Rasht, no Irã.
O código penal iraniano não prevê pena capital para quem abjura do islamismo, relatou o repórter Ignacio Cembrero, do El País. Mas os juízes podem inspirar-se nos fetuas – editos islâmicos pronunciados por teólogos – para justificar sentenças ignorando a legislação vigente.
Em outubro de 2009, o governo iraniano decretou que todos os alunos do Ensino Médio e Fundamental deveriam participar de aulas de islã, independente de credo religioso. O pastor não aceitou a decisão e tentou retirar seus dois filhos, Daniel e Joel, da escola, sob a alegação de que a constituição do Irã reconhece a liberdade de culto para as religiões do Livro, entre elas o cristianismo.
Nadarkhani é pastor evangélico e trabalhava desde 2001 na região de Gilan, a 250 Km de Teerã, onde fundou uma pequena comunidade, chamada Igreja do Irã. Dos 71 milhões de iranianos, apenas 300 mil são cristãos.
Desde junho de 2010, cerca de 300 cristãos foram presos em 35 cidades do Irã. Muitos deles continuam detidos e esperam julgamento. O pastor evangélico foi convidado, em setembro, a renegar o cristianismo e a retomar sua fé no islã para escapar da condenação.
Também o advogado do pastor, Mohamed Ali Dadkhah, foi condenado a pagar uma multa, será profissionalmente descredenciado e ainda levará cinco chibatadas por fazer propaganda contra o regime islâmico.