Atento as necessidades de nosso tempo e aos desafios pelos quais os crentes atravessam no mundo hodierno, o santo padre, Papa Francisco escreve sobre a Fé. Mas não somente sobre a fé, enquanto comportamento, postura filosófica ou teológica, mas como fonte de luz. Ou ainda mais, sobre como a fé deve ser para cada um dos cristãos católicos, a referência, o paradigma, o norte pelo qual deve-se referendar suas escolhas e decisões.
É Jesus a luz que veio ao mundo e
que dissipa toda treva. Apenas com ele nossa vida pode efetivamente deixar a
superficialidade do efêmero e encontrar a sua essência no eterno.
É por conta disto, que iniciamos hoje
essa coluna diária em nosso blog, sobre o documento do Papa Francisco, Lumen
Fidei. Sempre transcreveremos um número do documento, seguido de uma breve
reflexão. Esperamos desta forma, com o
auxílio do Espírito Santo, contribuir para que à Luz da Fé, com os olhos
fixos em Jesus, possamos crer, para ver.
Um
abraço Fraterno,
Christian
Moreira
Membro
da Comunidade Canção Nova
CARTA ENCÍCLICA
LUMEN FIDEI
DO SUMO PONTÍFICE
FRANCISCO AOS BISPOS
AOS PRESBÍTEROS E AOS DIÁCONOS
ÀS PESSOAS CONSAGRADAS
E A TODOS OS FIÉIS LEIGOS
LUMEN FIDEI
DO SUMO PONTÍFICE
FRANCISCO AOS BISPOS
AOS PRESBÍTEROS E AOS DIÁCONOS
ÀS PESSOAS CONSAGRADAS
E A TODOS OS FIÉIS LEIGOS
SOBRE A FÉ
1. A luz da fé é a expressão com que a tradição da Igreja designou o
grande dom trazido por Jesus. Eis como Ele Se nos apresenta, no Evangelho de
João: « Eu vim ao mundo como luz, para que todo o que crê em Mim não fique nas
trevas » (Jo 12, 46). E São Paulo exprime-se nestes termos: « Porque o
Deus que disse: "das trevas brilhe a luz", foi quem brilhou nos
nossos corações » (2 Cor 4, 6). No mundo pagão, com fome de luz, tinha-se desenvolvido
o culto do deus Sol, Sol invictus,
invocado na sua aurora. Embora o sol renascesse cada dia, facilmente se
percebia que era incapaz de irradiar a sua luz sobre toda a existência do
homem. De facto, o sol não ilumina toda a realidade, sendo os seus raios
incapazes de chegar até às sombras da morte, onde a vista humana se fecha para
a sua luz. Aliás « nunca se viu ninguém — afirma o mártir São Justino — pronto
a morrer pela sua fé no sol ».[1] Conscientes do amplo horizonte que a fé lhes abria, os cristãos chamaram
a Cristo o verdadeiro Sol, « cujos raios dão a vida ».[2] A Marta, em lágrimas pela morte do irmão Lázaro, Jesus diz-lhe: « Eu não
te disse que, se acreditares, verás a glória de Deus? » (Jo 11, 40). Quem acredita, vê; vê com uma luz que
ilumina todo o percurso da estrada, porque nos vem de Cristo ressuscitado,
estrela da manhã que não tem ocaso.