quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Lumen Fidei.5 - A luz que gera vida



Qual tem sido a relevância da fé em nossa vida? De que maneira o que cremos interfere efetivamente em nossas decisões, opções e ideologias? O encontro amoroso com o Deus vivo, na pessoa de Jesus Cristo, deve gerar em nós uma metanóia na forma com a qual percebemos as pessoas e as coisas. Como uma mãe, a nossa fé deve nos indicar a direção, nos levar a dar os passos, nos situarmos no mundo, em meio a suas crises. E principalmente, nela e por ela, devemos viver o que acreditamos, tornando concreto em gestos e ações, o amor recebido por Deus e  o pleno cumprimento da ordem: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei.

5. Antes da sua paixão, o Senhor assegurava a Pedro: « Eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça » (Lc 22, 32). Depois pediu-lhe para « confirmar os irmãos » na mesma fé. Consciente da tarefa confiada ao Sucessor de Pedro, Bento XVI quis proclamar este Ano da Fé, um tempo de graça que nos tem ajudado a sentir a grande alegria de crer, a reavivar a percepção da amplitude de horizontes que a fé descerra, para a confessar na sua unidade e integridade, fiéis à memória do Senhor, sustentados pela sua presença e pela ação do Espírito Santo. A convicção duma fé que faz grande e plena a vida, centrada em Cristo e na força da sua graça, animava a missão dos primeiros cristãos. Nas Actas dos Mártires, lemos este diálogo entre o prefeito romano Rústico e o cristão Hierax: « Onde estão os teus pais? » — perguntava o juiz ao mártir; este respondeu: « O nosso verdadeiro pai é Cristo, e nossa mãe a fé n’Ele ».[5] Para aqueles cristãos, a fé, enquanto encontro com o Deus vivo que Se manifestou em Cristo, era uma « mãe », porque os fazia vir à luz, gerava neles a vida divina, uma nova experiência, uma visão luminosa da existência, pela qual estavam prontos a dar testemunho público até ao fim.