segunda-feira, 4 de julho de 2011

Cristofobia: bispos, padres e religiosos assassinados


Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Como sempre, no final do ano, a Agência Fides publica uma lista dos agentes pastorais que perderam a vida de modo violento ao longo dos últimos 12 meses. Segundo os nossos dados, foram assassinados 25 agentes pastorais em 2010: 1 Bispo, 17 sacerdotes, 1 religioso, 1 religiosa, 2 seminaristas e 3 leigos. 

Analisando a lista por continente, ainda este ano com um número extremamente elevado, consta em primeiro lugar a AMÉRICA, banhada pelo sangue de 17 agentes pastorais: 12 sacerdotes, 1 religioso, 1 seminarista, 3 leigos. Segue a ÁSIA, com 1 Bispo, 4 sacerdotes e 1 religiosa mortos. Enfim, a ÁFRICA, onde um sacerdote e um seminarista perderam a vida de modo violento.

QUADRO RESUMO DO ANO 2010


Nome e Sobrenome
Nacionalidade
Instituto ou Diocese
Data e lugar de morte
1.
Pe. José Luis Parra Puerto
México
Diocesano
17/2 – México
2.
Pe. Dejair Gonçalves de Almeida
Brasil
Diocesano
16/3 – Volta Redonda (Brasil)
3.
Epaminondas Marques da Silva
Brasil
Leigo
16/3 – Volta Redonda (Brasil)
4.
Luis Enrique Pineda
Colômbia
Coadjutor Salesiano (SDB)
20/3 – Bogotá (Colômbia)
5.
Pe. Román de Jesús Zapata
Colômbia
Diocesano
24/3 – Turbo (Colômbia)
6.
Pe. Esteban Robert Wood
EUA
Diocesano
28/4 - Puerto Ordaz (Venezuela)
7.
Pe. Peter Bombacha
Índia
Diocesano
28/4 – Baboola (Mumbai, Índia)
8.
Pe. Carlos González
Colômbia
Terciários Capuchinhos N.S das Dores (Amigoniani)
07/5 – Manizales (Colômbia)
9.
Pe. Rubens Almeida Gonçalves
Brasil
Diocesano
21/5 – Brasília (Brasil)
10.
Dom Luigi Padovese
Itália
Vigário apostólico de Anatólia
3/6 - Iskenderun (Turquia)
11.
Mário Dayvit Pinheiro Reis
Brasil
Seminarista
4/7 – São Luis (Brasil)
12.
Pe. Joseph Zhang Shulai
China
Vigário geral da diocese de Ningxia
5/7 – Wuhai-Mongolia (China)
13.
Ir. Maria Wei Yanhui
China
Congrega. Diocesana
5/7 – Wuhai-Mongolia (China)
14.
Pe.Carlos Salvador Wotto
México
Diocesano
28/7 – St. Oaxaca (México)
15.
Pe. Herminio Calero Alumia
Colômbia
Diocesano
20/8 – Quintanares (Colômbia)
16.
Pe. Linán Ruiz Morales
Porto Rico
OFM
27/8 – Lima (Peru)
17.
Ananias Aguila
Peru
Laico
27/8 - Lima (Peru)
18.
Julien Kénord
Haiti
Operador Caritas
8/10 – Porto Príncipe (Haiti)
19.
Pe. Josenir M. Santana
Brasil
Diocesano
25/10 – São Luis do Curu (Brasil)
20.
Pe. Wasim Sabieh
Iraque
Diocesano
31/10 – Bagdá (Iraque)
21.
Pe. Thaier Saad Abdal
Iraque
Diocesano
31/10 – Bagdá (Iraque)
22.
Pe. Christian Bakulene
R.D.Congo
Diocesano
8/11 – Mapere (R.D.Congo)
23.
Pe. Bernardo Muniz Rabelo Amaral
Brasil
Diocesano
20/11 – Brasil
24.
Nicolas Eklou Komla
Togo
Seminarista jesuíta (SJ)
5/12 – Kinshasa (R.D. Congo)
25.
Pe. Miroslaw Karczewski
Polônia
OFM Conv.
6/12 – S.Domingo (Equador)

Estado Religioso
Bispos 1
Sacerdotes      17        (14 diocesanos; 1 OFM; 1 OFM Conv; 1 Amigoniani)
Religiosos       1          (SDB)
Seminaristas    2          (1 SJ) 
Religiosas       1
Leigos                         3
Países de origem
Ásia                         (2 China, 2 Iraque, 1 Índia)
América          16        (6 Brasil, 4 Colômbia, 2 México, 1 Peru, 1 Estados Unidos,
1 Porto Rico, 1 Haiti) 
África             2          (1 R.D.Congo; 1 Togo) 
Europa                        2          (1 Itália, 1 Polônia)    
Lugares da morte
Ásia                6          (2 China, 2 Iraque, 1 Índia, 1 Turquia) 
América          17        (6 Brasil, 4 Colômbia, 2 México, 2 Peru, 1 Venezuela, 1 Haiti, 1 Equador)
África             2          (2 R.D.Congo)
 
Os Agentes Pastorais mortos de 1980 a 2009
 Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Segundo os dados em possesso da Agência Fides, de 1980-1989 perderam a vida de forma violenta 115 missionários. Tal cifra é sem dúvida um defeito porque se refere somente aos casos verificados e obtidos notícia.
O quadro resumo dos anos 1990-2000 apresenta um total de 604 missionários mortos,sempre segundo as nossas informações. O número aparece sensivelmente mais elevado em relação à década precedente, todavia devem ser também considerados os seguintes fatores: o genocídio de Ruanda (1994) que provocou pelo menos 248 vítimas entre os eclesiásticos; a maior velocidade dos meios de comunicação em difundir as notícias também dos lugares mais distantes; o cálculo que não diz respeito somente aos missionários ad gentes no sentido estrito, mas todos os agentes eclesiásticos mortos de forma violenta ou que tenha sacrificado a vida consciente do risco que corria, sem abandonar as pessoas que lhes foram confiadas
Nos anos 2001-2009 o total dos agentes pastorais mortos é de 230 pessoas.
ANO
TOT
BIS
SAC
DIAC
IRM
REL
SEM
IVC
CAT
LEI
VOL
1990
17

10


7





1991
19
1
14

1
3





1992
21

6

2
13





1993
21
1C+1
13


4
1
1



1994
26

20

1
4
1




1994*
248
3
103

47
65

30



1995
33

18
1
3
9



2

1996
48
3
19

8
13
1
2
1
1(ct)

1997
68
1
19

1
7
40




1998
40
1
13

5
17
4




1999
32

17


9
4

2


2000
31

19


7
3
1


1
2001
33

25


5
1
1

1

2002
25
1
18

1
2
2
1



2003
29
1
20

1

3


2
2
2004
16

12


1



3

2005
25
1
18

2
3



1

2006
24

17

1
3



2
1
2007
21

15
3
1
1
1




2008
20
1
16

1




2

2009
37

30


2
2


3

* = Os dados referem-se somente ao genocídio ocorrido em Ruanda
BIS: bispos; C: cardeais; SAC: sacerdotes diocesanos e religiosos; DIAC: diáconos; IRM: religiosos não sacerdotes; REL: religiosas; SEM: seminaristas; IVC: membros de institutos de vida consagrada; CAT: catequistas; LEI: leigos; VOL: voluntários; ct: catecúmeno.

Católicos podem manifestar-se contra o desrespeito à fé realizado na parada gay em São Paulo

Católicos podem manifestar-se contra o desrespeito à fé realizado na parada gay em São Paulo 


SÃO PAULO, 30 Jun. 11 / 07:25 pm (ACI) Um grupo de leigos católicos no Brasil defendeu o direito que lhes corresponde para protestar contra as ofensas e o vilipêndio de imagens e símbolos sagrados por parte de homossexuais na última parada gay em São Paulo, pois atentou contra o Artigo 208 do Código Penal Brasileiro que considera um crime vilipendiar publicamente um ato ou objeto de culto religioso.

Segundo os editores do site, "o que houve na Avenida Paulista durante a "Parada LGBT" foi um ataque, um deboche e vilipêndio do ensinamento moral da Igreja, que considera - sendo fiel à Revelação - os atos homossexuais intrinsecamente maus".

O evento, explicam os organizadores da página votocatólico, teve como tema um versículo do Evangelho de São João manipulado - "Amai-vos uns aos outros: basta de homofobia!" - colocou 170 cartazes em postes ao longo da avenida Paulista, com modelos masculinos representando santos católicos como se fossem homossexuais, seminus e em posturas eróticas, ao lado das mensagens: "Nem santo te protege" e "Use camisinha".

Para o Doutor Valmor Bolan, perito em Sociologia e conselheiro da Organização Universitária Interamericana (OUI-IOHE ) no Brasil e membro da Comissão Ministerial do Prouni (CONAP), "O fato mais chocante da parada gay deste ano, foi a forma como se apropriaram de uma frase (fora de contexto) do Evangelho, para insinuar que o amor proposto por Jesus seria também gay. E ainda mais usando imagens sagradas de santos católicos para ainda fazer as pessoas concluírem que tais santos eram  gays. Tudo isso pode se resumir numa palavra pouco mencionada hoje em dia, mas tratou-se de um sacrilégio".

Depois de afirmar que o fato foi uma clara provocação e um desrespeito à Igreja e às práticas religiosas milhões de brasileiros, considerando estas manifestações como "um ataque, deboche e vilipêndio do ensinamento moral da Igreja, os organizadores da iniciativa laical votocatólico recordam que o artigo 208 do código pena considera como crime "escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso. Pena - detenção de um mês a um ano, ou multa".

"O fato se torna ainda mais grave pelo fato de a Parada receber financiamento público, especialmente dos Ministérios da Cultura e da Saúde, da Petrobrás, da Caixa Econômica Federal e da Prefeitura de São Paulo. Consideramos que se este episódio passar despercebido, outros mais graves virão", denunciaram.

Assim, o site católico lança o seguinte convite:
"Se você sentiu-se ofendido e agredido na sua fé com os cartazes desrespeitosos à fé católica na "Parada LGBT", convidamos a queixar-se com as entidades governamentais que financiaram o evento (clique aqui),
http://campanhasvotocatlico.blogspot.com/2011/06/se-voce-sentiu-se-ofendido-e-agredido.html
manifestar sua inconformidade com as empresas patrocinadoras do evento e entrar em contato com as procuradorias regionais dos direitos dos cidadãos.

Para ver o artigo completo do Dr. Valmor Bolan e manifestar-se contra o desrespeito à fé ocorrido na parada gay, visite: http://www.votocatolico.com.br/

A sabedoria de Dimas no calvário

Imagem de Destaque


Um diálogo expressivo entre dois crucificados
Dimas, o bom ladrão, foi de uma sabedoria impressionante lá no Calvário. Com efeito, ele não pediu nada determinadamente, mas assim se dirigiu a Cristo: “Lembra-te de mim quando vieres com teu reino”. Neste caso Ele nos ensina que é de Deus o dar e dar o que é melhor. Quando esperamos do Ser Supremo a graça, supomos que Sua liberalidade infinita pode nos amparar.
Quando, porém, não especificamos o que queremos honramos Sua sabedoria. Quantas vezes nos dirigimos a Deus mais exigindo do que pedindo.

Com Dimas deveríamos apenas apresentar o problema ao Todo-Poderoso e deixar a Ele a solução. Muitas vezes, o homem quer enquadrar Deus nos seus limitados esquemas mentais e, por isso, em vez de obter mais, recebe menos. Dimas solicitou apenas uma lembrança e ganhou o Paraíso! Impetrou uma recordação e foi envolvido numa absolvição geral de suas culpas. Observemos ainda que ele não determinou nem o dia nem a hora da reminiscência de Jesus: “Quando estiveres”, mas é logo atendido: “Hoje”.

Antes, a mãe dos filhos de Zebedeu pedira que Tiago e João estivessem assentados à direita e à esquerda do grande Rei. Dimas é bem mais modesto: quer apenas ser lembrado e tem a garantia do que mais devemos aspirar: ganhar um lugar no Paraíso!
Que diálogo foi mais expressivo do que este entre dois crucificados?Como um deles era o Senhor Onipotente uma cruz se transformou em altar; um pecador, em um santo; um proscrito em um eleito. Dimas forçou a primeira canonização da História com seu gesto de confiança e humildade, de arrependimento e santo desejo.

Dimas foi extremamente objetivo e com cinco ideias ele conquista o céu: “Lembra-te de mim quando vieres com teu reino”.
Estas cinco ideias expressas com cinco palavras o jogou nas cinco chagas redentoras de Nosso Senhor Jesus Cristo, portas gloriosas daquele reino que ele então brilhantemente conquista.

É impressionante esta conversão de Dimas porque, ao contrário de muitos, ele não presenciara os prodígios estupendos que Cristo fizera. Ele não estivera no Tabor contemplando as glórias do Transfigurado. Ele não vira Jesus andando sobre as águas. Ele não escutara a voz do Pai lá no Jordão nem ouvira o testemunho do Batista sobre o Cordeiro de Deus. Que surpresa! Os agraciados ausentaram-se, os amigos esconderam-se, as autoridades religiosas injuriam, soldados romanos martirizam, Cristo é condenado e desprezado e apenas um ladrão naquele instante o reconhece como Rei poderoso! Misterioso é sempre o encontro de Jesus com a alma do homem.

Poderosa a influência da graça no coração arrependido. Conversão admirável, pois Dimas aceita contrito o castigo em reparação de seus crimes: “Estamos pagando por nossos atos”. Faz um ato de fé, pois acredita na soberania do Divino Crucificado. Faz-se um pregador do bem, pois tenta converter a Gestas: “Não temes a Deus”?

Feliz Dimas que abriu as portas de seu coração à influição de um chamado celeste e depositou uma esperança em Jesus e Lhe arrebatou o perdão, ganhando a primeira indulgência plenária advinda do sacrifício redentor. Nas encruzilhadas da vida
Cristo continua Seus encontros com os filhos dos homens. Neles está sempre a repetir para os que O aceitam: “Hoje estarás comigo no Paraíso”. Cenas maravilhosas da adesão do ser racional à Sua redenção.

De todas as verdades teológicas e filosóficas uma das mais complexas é a conciliação da liberdade humana com a Onipotência e a Onisciência Divinas. O tratado da graça é um dos mais difíceis de toda a Teologia.

Regulando nossos destinos por um sistema de sabedoria que ultrapassa a capacidade cognoscitiva da razão humana, o Ser Supremo assiste o desenrolar dos atos do homem e só Ele sabe até que ponto pode chegar a malícia de cada um para fechar definitivamente as vias do perdão e da clemência.

Como o homem é livre ele pode, no encontro com Jesus, ou repetir o gesto de Dimas e conquistar o céu ou reeditar a postura de Gestas e não aceitar a salvação, desejando prosseguir no erro e nas trevas.

Um dia, assentado à beira de um poço, Cristo aguardou a Samaritana e a redimiu. Encontro sublime tantas vezes repetido em Sua passagem por este mundo, como ocorreu com Zaqueu, Mateus, Madalena e tantos outros. Tais encontros se prolongariam, século após século, por meio do mistério da graça divina a visitar as consciências. A milhares Ele está a reiterar a sentença gloriosa: “Hoje estarás comigo no Paraíso”.

Na estrada de Damasco alguém que odeia a Cristo se encontra frente a frente com Ele e, então, já não existe mais Saulo, mas o grande apóstolo Paulo. Foi isso que escutou Santo Agostinho, quando, por força das preces de sua santa mãe, Mônica, se voltou para Deus.

Do mesmo modo, nas trevas de uma existência trevosa, uma jovem de Cortona, na Itália, andava pelas sendas do mal. Ei-la um dia diante do cadáver de alguém que fora assassinado. Interroga-se: “Onde estará sua alma”? Converte-se e se torna Santa Margarida de Cortona.

Os fatos se multiplicam nas crônicas dos grandes convertidos que repetiram a atitude de Dimas. Nas agras regiões da vida, dificultadas pelos espinhos da culpa, devastadas pelas tempestades do pecado, ainda que perdido no mais profundo abismo de seus erros, sempre que, num gesto de confiança, alguém se voltar para Cristo com sincero arrependimento, imediatamente, ouvirá a palavra de paz, de conforto, de luz, de salvação, conquistando o Paraíso.
Estejamos, porém, alertas porque se Dimas viveu mal e morreu muito bem, os que contemplam os prodígios da Misericórdia Divina e se acham imersos nos favores celestes não podem facilitar, pois Cristo foi muito claro: “Vigiai, portanto, pois não sabeis o dia nem a hora” (Mt 25,13).
Cônego José Geraldo Vidigal de Carvalho
Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

Senador Magno Malta: Lei anti-homofobia é um defunto


A temática da sexualidade talvez nunca tenha provocado tanta celeuma no Congresso, em toda a sua história, como nesta legislatura. A decisão do Supremo Tribunal Federal de aceitar a união civil de pessoas do mesmo sexo; a tramitação do projeto que torna crime a homofobia; o ingresso no Parlamento do primeiro deputado gay declarado e defensor das causas da homossexualidade – eis algumas das iniciativas a gerar forte antagonismo dos grupos ligados a religiões e outros setores da sociedade que condenam o que chamam de desvios de comportamento e imoralidade. O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) pode ter se tornado o mais estridente representante desse segundo grupo, mas não está sozinho.

No Senado, os representantes da bancada religiosa trabalham para matar por inanição o Projeto de Lei 122/2006, conhecida como Lei Anti-homofobia. Se depender do senador Magno Malta (PR-ES), presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Família, a lei sequer irá além das discussões em comissões temáticas, uma das etapas iniciais da tramitação. "O projeto é um defunto", desafia Magno Malta, em entrevista ao Congresso em Foco.

O projeto já passou pela Comissão de Assuntos Sociais (confira o relatório aprovado), está em análise na Comissão de Direitos Humanos (CDH) e, se passar pelo colegiado, deve seguir para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Audiências públicas, textos substitutivos, emendas de redação, entre outros procedimentos, têm emperrado a tramitação do PL. Que sequer chegará à CCJ, se depender do presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Família – não por coincidência, o próprio Magno Malta, que apresentou o requerimento de audiência pública em meados de maio, ato mais recente do colegiado em relação à matéria. Ele chegou a publicar em sua página na internet que, caso o projeto fosse aprovado sem alterações, renunciaria ao cargo.

“Se o PL 122 for aprovado eu renuncio ao meu mandato. Se isso acontecer eu renuncio! Mas isso não vai acontecer. Este projeto está morto. Você já viu um morto ressuscitar? Apenas Lázaro, e parou ali. O que vai acontecer é que nós vamos sepultar este projeto, e fim”, declarou Magno em entrevista à revista religiosa Comunhão, veiculada na versão on-line em 20 de junho.

Leia mais: Projeto contra homofobia emperra no Senado

“A Constituição já diz que nós somos iguais. Então nós vamos criar um texto para dizer de novo que nós somos iguais, que o respeito dado ao índio, ao negro, ao judeu é o mesmo que tem de ser dado ao homossexual? O PL 122 apodreceu, é um defunto, está morto”, vociferou o evangélico, em entrevista concedida ao Congresso em Foco na última quarta-feira (29), um dia movimentado de deliberações no Plenário do Senado. Magno, que presidiu até há poucos meses a CPI da Pedofilia, apressou-se em reafirmar que é frontalmente contra qualquer modalidade de sexo que não seja entre homem e mulher.

“Deus criou macho e fêmea. Fulana está grávida de um menino ou de uma menina. Você não diz que fulana está grávida de um homossexual, não existe isso!”, exclamou o senador, apontando que o fato de o projeto reforçar a liberdade de opção sexual estimulará “aberrações”.

“O projeto é cheio de sutilezas. Uma das sutilezas brabas é essa: se você não aceitar a opção sexual de alguém, você comete um crime. Se esse texto for aprovado assim, estão legalizados a pedofilia, o sadomasoquismo, a bestialidade da relação com animais, a necrofilia, que é relação sexual com defuntos... Quer dizer, qual a lei que o juiz vai obedecer?”, vislumbra o senador, caprichando na criatividade escatológica.

“Por exemplo, uma viúva pode dizer: 'Meu defunto vai ficar aqui no prédio, eu quero viver com ele aqui mais dez anos, embalsamado. E o fedor entrando... A viúva pode levar um bode pra dentro do prédio, um jumento, até porque você só comete crime com animais silvestres e exóticos. Bode, jumento não estão nesse meio”, lembra Magno Malta, antes de adentrar o plenário para mais um discurso contra o que considera atentados aos dogmas cristãos.

Confira a íntegra da entrevista:

Congresso em Foco - O senhor chegou a dizer que renunciaria ao mandato caso fosse aprovado o projeto que torna crime a homofobia. A promessa continua de pé?

Magno Malta - O que eu quis dizer foi o seguinte: eu tento tanta certeza de que ele [o projeto] não vai ser [aprovado], que eu disse que renunciaria. Muitos eleitores, e mesmo pessoas da imprensa, deram publicidade a essa minha fala em outro contexto. No dia em que os hackers invadiram a página da presidenta Dilma, naquela madrugada também houve uma invasão à minha página, inclusive colocando a “digital” na invasão, porque citavam exatamente elementos para o que o PL 122 fosse aprovado, para que eu renunciasse. Estão tentando transformar isso numa luta entre evangélicos e homossexuais. E não é. Eu, que presido a Frente Parlamentar da Família, sei que tem pessoas de segmentos religiosos diversos, gente que não professa fé nenhuma, que pensa da mesma forma. E que fazem parte da Frente, e somos maioria absoluta na Comissão de Direitos Humanos. Qualquer coisa que vier [a favor do projeto], certamente não terá sucesso.

Mas quando a senadora Marta Suplicy fala que o projeto pode voltar à estaca zero, isso não significaria uma recuo na luta contra o preconceito?

Esse número [PL] 122 é podre. Não aprovaremos nada com esse número. Eu encontrei esse rapaz, o [deputado] Jean [Willys]. Estávamos eu ele e o ascensorista apenas, e eu disse a ele: “Você está falando muita bobagem a meu respeito”. Porque ele dá entrevista dizendo que meu discurso é odioso, que eu disse que todo homossexual é pedófilo. Isso é uma mentira, onde está escrito isso? Eu sempre faço a defesa da opção das pessoas. Eu disse a ele: “Olha, isso [o PL 122] apodreceu. Eu topo conversar com você, no meu gabinete. Vamos discutir um texto novo”. Um texto para dar satisfação ou descarga na consciência, porque a Constituição já diz que nós somos iguais. Então nós vamos criar um texto para dizer de novo que nós somos iguais, que o respeito dado ao índio, ao negro, ao judeu é o mesmo que tem de ser dado ao homossexual? Ou mesmo a um garoto que nasceu com deficiência, um garoto estrábico, que não pode ser zombado na escola? Ora... Então vamos fazer, só para dar descarga na consciência? Vamos fazer. Está na Constituição, são as relações de boa convivência. A nossa dívida constitucional é essa, é respeitar as pessoas, as suas opções. Agora, com a participação de todos os partidos, vamos começar do zero, com novo número. Porque o PL 122 é um defunto, está morto.

Qual o problema com o número 122?

Porque é o “PL da Homofobia”, coisa e tal. O Brasil não é homofóbico, esse termo é uma desgraça que criaram. Por exemplo, você chega em casa e vê um casal heterossexual se beijando em baixo de sua janela, você fala e pede: “Amigo, minhas crianças estão aqui”. Se você pedir para um homem e uma mulher, eles não vão pedir para você ser preso. Quer dizer que você pode falar para um casal hetero que se contenha e não pode falar para um casal homossexual? Isso é uma brincadeira!

Esse é um dos pontos do projeto, deputado. Na sua opinião, qual o pior ponto do PL? Todos são muito ruins. Ele tem sutilezas demais. Uma das sutilezas brabas é essa: se você não aceitar a opção sexual de alguém, você comete um crime. Se esse texto for aprovado assim, estão legalizadas também a pedofilia, o sadomasoquismo, a bestialidade da relação com animais, a necrofilia, que é relação sexual com defuntos... Quer dizer, qual a lei que o juiz vai obedecer? Qual será a interpretação dele?

Mas isso que o senhor está citando é crime ... A lei maior se sobrepõe à menor. Vai ficar uma dúvida. O advogado do pedófilo vai poder pegar essa lei e alegar que essa é a opção sexual dele, que ele gosta de garoto de 9 anos de idade, de 2 anos. E aí? O juiz vai decidir como, se tem uma lei que diz que se você não respeitar a opção você é que é o criminoso? E o pedófilo deixa de ser criminoso. Olha que troço louco! Por exemplo, uma viúva pode dizer: “Meu defunto vai ficar aqui no prédio, eu quero viver com ele aqui mais dez anos, embalsamado. E o fedor entrando... A viúva pode levar um bode pra dentro do prédio, um jumento, até porque você só comete crime com animais silvestres e exóticos. Bode, jumento não estão nesse meio. Se isso for legalizado, como é que decide o juiz? São sutilezas. E essas pessoas que estão defendendo isso...

Mas, senador, será que não existe mesmo preconceito? Há, por exemplo, a questão da não contratação de homossexuais só por causa da orientação sexual... Esse é outro absurdo. Se você não admitir um homossexual, cinco anos de cadeia. Se você demitir, sete. Se você não alugar seu imóvel, sete também. Dá problema de cadeia.

O senhor está dizendo que não será admitida a demissão de um homossexual se ele for incompetente?

Não vai! De jeito nenhum! E outra, se ele colocar o currículo na sua empresa, aí você se lascou. Você vai ter de admitir, se não vão ser sete anos de cadeia. Quer dizer, você pode demitir um negro, um índio, você pode demitir uma pessoa com deficiência. Você pode não alugar seu imóvel para um portador de deficiência que você não vai preso. Segundo o PL 122, se for um homossexual, aí você vai preso. Então, estão criando um império homossexual no Brasil, uma casta diferenciada em detrimento de uma grande maioria que não aceita isso.

Mas mesmo que o projeto tenha contradições, o senhor não teme que o acirramento dessa discussão possa aumentar os casos de violência contra homossexuais no país?

Não conheço essa violência que eles falam.

Mas e os casos registrados na Avenida Paulista, no centro de São Paulo?

Mas e a Cracolândia? E a Avenida Dom Pedro? E o Glicério, e a Praça da Sé, em São Paulo? Eu conheço a violência contra nordestinos, contra mendigos, contra meninos de rua, contra meninas de rua, que são violentadas, contra viciados. A violência que se faz quando se mata de fome milhares de famílias neste país, que são expostas ao relento. A violência é contra todos! Quem tem coragem de espancar ou matar um homossexual tem coragem de fazer isso com um idoso, um portador de deficiência. Não adianta trazer estatística, porque aí eu vou trazer mais estatísticas de gente que morreu no trânsito, atropelada por ricos. Por políticos bêbados, que se recusam a fazer [teste de] bafômetro]. Agora foi o [ex-deputado federal] Índio da Costa, antes foi o Aécio [Neves, senador], que não têm exemplo nenhum para dar a ninguém – um foi candidato a vice-presidente e o outro, agora, quer ser presidente. E se recusam a fazer bafômetro? E os anônimos, vão cobrar o quê dos anônimos? Então quer dizer que não tem proteção para um indivíduo que ficou tetraplégico porque foi atingido por um indivíduo desse, bêbado, na avenida? Tem proteção pro outro, que, para se proteger, diz que não faz bafômetro. Morre gente no trânsito todo dia, gente fica tetraplégica todo dia. O Brasil é um país violento. O uso e o abuso de drogas, que é o adubo da violência, faz vítimas todos dos dias, e não são homossexuais. É só ver as ocorrências de mortos pelos hospitais e delegacias que você vai ver que 99% são pessoas estavam vindo do trabalho, foram assaltadas, e morreram. Ou o cara que morreu dentro da rave [festa eletrônica], foi assaltar e morreu. Ou o outro que morreu dentro da boca de fumo. Essa história de colocar a violência contra homossexual para criar polêmica, que é um casuísmo muito grande, essa não vale.

O senhor teme ser comparado com o deputado Jair Bolsonaro?

Não. Acho que o homem é a sua decisão, é o que ele defende. E cada qual tem o direito de defender o que quer e o que acredita.

O que o senhor acha do deputado Bolsonaro?

Eu o respeito, porque ele tem posição. Só não respeito quem não tem posição, quem é camaleão, que fica da cor da situação para tirar proveito. Agora, ele é um sujeito incisivo, duro. Eu não. Eu sempre respeitei os homossexuais. Os homossexuais pagam imposto, trabalham, tem muitos prestando serviços a esse país, e precisam do nosso respeito. Eu trabalho na recuperação de drogados há 30 anos, e está cheio de drogados homossexuais. Eu sempre os recebi. Eu sou presidente de um partido que, em meu estado, tem travesti.

O senhor acha que homossexualismo é questão de doença?

Eu não entraria nesse mérito. Eu sei que Deus criou macho e fêmea. Fulana está grávida de um menino ou de uma menina. Você não diz que fulana está grávida de um homossexual, não existe isso! Agora, se o homem, por conta da sua cultura, quer se envolver com outro homem, isso é velho! No capítulo 1º de Romanos, a Bíblia diz o seguinte: “Por que se inflamaram na sua homossexualidade?”. Eu sou um homem cristão, e acredito nos moldes de Deus, macho e fêmea. Eu não acredito [em desvios sexuais], vou lutar até o final. Esse Senado da República não vai criar um terceiro sexo.

O senhor está certo, então, de que o projeto não será aprovado?

Completamente certo. Eu estou inclusive propondo banir essas audiências públicas e sugerir que se coloque em votação. Bota pra votar. Vamos enterrar esse defunto de uma vez, jogar terra em cima dele. E, se quiserem, vamos discutir um texto genérico só pra dar satisfação à consciência.

Então o senhor não vai renunciar... De jeito nenhum.

Congresso em Foco

Parada Gay: respeitar e ser respeitado



Eu não queria escrever sobre esse assunto; mas diante das provocações e ofensas ostensivas à comunidade católica e cristã, durante a Parada Gay deste último domingo, não posso deixar de me manifestar em defesa das pessoas que tiveram seus sentimentos e convicções religiosas, seus símbolos e convicções de fé ultrajados.
Ficamos entristecidos quando vemos usados com deboche imagens de santos, deliberadamente associados a práticas que a moral cristã desaprova e que os próprios santos desaprovariam também. Histórias romanceadas ou fantasias criadas para fazer filmes sobre santos e personalidades que honraram a fé cristã não podem servir de base para associá-los a práticas alheias ao seu testemunho de vida. São Sebastião foi um mártir dos inícios do Cristianismo; a tela produzida por um artista cerca de 15 séculos após a vida do santo, não pode ser usada para passar uma suposta identidade homossexual do corajoso mártir. Por que não falar, antes, que ele preferiu heroicamente sofrer as torturas e a morte a ultrajar o bom nome e a dignidade de cristão e filho de Deus?!
“Nem santo salva do vírus da AIDS”. Pois é verdade. O que pode salvar mesmo é uma vida sexual regrada e digna. É o que a Igreja defende e convida todos a fazer. O uso desrespeitoso da imagem dos santos populares é uma ofensa aos próprios santos, que viveram dignamente; e ofende também os sentimentos religiosos do povo. Ninguém gosta de ver vilipendiados os símbolos e imagens de sua fé e seus sentimentos e convicções religiosas. Da mesma forma, também é lamentável o uso desrespeitoso da Sagrada Escritura e das palavras de Jesus – “amai-vos uns aos outros” – como se ele justificasse, aprovasse e incentivasse qualquer forma de “amor”; o “mandamento novo” foi instrumentalizado para justificar práticas contrárias ao ensinamento do próprio Jesus.
A Igreja católica refuta a acusação de “homofóbica”. Investiguem-se os fatos de violência contra homossexuais, para ver se estão relacionados com grupos religiosos católicos. A Igreja Católica desaprova a violência contra quem quer que seja; não apoia, não incentiva e não justifica a violência contra homossexuais. E na história da luta contra o vírus HIV, a Igreja foi pioneira no acolhimento e tratamento de soro-positivos, sem questionar suas opções sexuais; muitos deles são homossexuais e todos são acolhidos com profundo respeito. Grande parte das estruturas de tratamento de aidéticos está ligada à Igreja. Mas ela ensina e defende que a melhor forma de prevenção contra as doenças sexualmente transmissíveis é uma vida sexual regrada e digna.
Quem apela para a Constituição Nacional para afirmar e defender seus direitos, não deve esquecer que a mesma Constituição garante o respeito aos direitos dos outros, aos seus símbolos e organizações religiosas. Quem luta por reconhecimento e respeito, deve aprender a respeitar. Como cristãos, respeitamos a livre manifestação de quem pensa diversamente de nós. Mas o respeito às nossas convicções de fé e moral, às organizações religiosas, símbolos e textos sagrados, é a contrapartida que se requer.
A Igreja Católica tem suas convicções e fala delas abertamente, usando do direito de liberdade de pensamento e de expressão. Embora respeitando as pessoas homossexuais e procurando acolhê-las e tratá-las com respeito, compreensão e caridade, ela afirma que as práticas homossexuais vão contra a natureza; essa não errou ao moldar o ser humano como homem e mulher. Afirma ainda que a sexualidade não depende de “opção”, mas é um fato de natureza e dom de Deus, com um significado próprio, que precisa ser reconhecido, acolhido e vivido coerentemente pelo homem e pela mulher.
Causa preocupação a crescente ambiguidade e confusão em relação à identidade sexual, que vai tomando conta da cultura. Antes de ser um problema moral, é um problema antropológico, que merece uma séria reflexão, em vez de um tratamento superficial e debochado, sob a pressão de organizações interessadas em impor a todos um determinado pensamento sobre a identidade do ser humano. Mais do que nunca, hoje todos concordam que o desrespeito às leis da natureza biológica dos seres introduz neles a desordem e o descontrole nos ecossistemas; produz doenças e desastres ambientais e compromete o futuro e a sustentabilidade da vida. Ora, não seria o caso de fazer semelhante raciocínio, quando se trata das leis inerentes à natureza e à identidade do ser humano? Ignorar e desrespeitar o significado profundo da condição humana não terá consequências? Será sustentável para o futuro da civilização e da humanidade?
As ofensas dirigidas não só à Igreja Católica, mas a tantos outros grupos cristãos e tradições religiosas não são construtivas e não fazem bem aos próprios homossexuais, criando condições para aumentar o fosso da incompreensão e do preconceito contra eles. E não é isso que a Igreja Católica deseja para eles, pois também os ama e tem uma boa nova para eles; e são filhos muito amados pelo Pai do céu, que os chama a viver com dignidade e em paz consigo mesmos e com os outros.

Dom Odilo Scherer

Homilia Diária - 04.07.2011 - "Tenha fé na onipotência de Cristo!"


Enquanto Jesus lhes falava sobre essas coisas, veio um chefe e prostrou-se diante d’Ele, dizendo: “Minha filha acaba de morrer. Mas vem, impõe-lhe a mão e ela viverá”. Levantando, Jesus o seguia, juntamente com os seus discípulos.
Nosso Senhor é a única esperança para Jairo. Jairo teria visto os milagres realizados em Cafarnaum, e pôs no Senhor toda a sua confiança. Com Jairo aprendamos a buscar ajuda em Nosso Senhor, a prostrarmo-nos com humildade, fé e confiança diante do nosso Deus.
Enquanto ia, certa mulher, que sofria de um fluxo de sangue fazia doze anos, aproximou-se d’Ele por trás e tocou-lhe a orla da veste. Essa mulher que já havia gastado todos os seus bens com médicos, agora espera impaciente, cheia de fé e de esperança em Cristo Jesus. Ela ouviu que muitos ficaram curados só em tocá-lo. Por isso, também se decide: “Se ao mesmo tocar no seu manto ficarei curada”.
Da multidão que O oprime, uma só pessoa Lhe tocou de verdade: esta mulher enferma; e não apenas com um gesto, mas com a fé do seu coração. Ela toca no manto. Que significa ‘tocou’ senão que creu, que professou a fé em Cristo, o Médico dos médicos?
Jesus, voltando-se e vendo-a, disse-lhe: “Coragem, filha! A tua fé te salvou”. Naquele instante, sentiu-se completamente curada. Não a curou o “manto”, curou-a Jesus Cristo, que tinha observado todos os seus movimentos, e também a fé do seu coração. Esta mulher, cheia de confusão à vista de sua enfermidade, merece da parte de Jesus o tratamento de filha. Ainda mais feliz por ter perseverado nos sentimentos de gratidão ao médico da sua alma e seu corpo, ela é – para nós – um modelo tanto mais digno de imitação, quanto mais viva é a sua fé e mais profunda a sua humildade.
A mulher não ficou “acomodada em um canto” e nem demonstrou desânimo, mas perseverou com fé, e então foi curada: “Coragem, filha! A tua fé te salvou”. O mesmo Jesus diz a você neste momento de dor e de luto, de tristeza e abandono.
Quando Jesus e seus discípulos chegaram na casa de Jairo, encontraram a casa cheia de gente e muito alvoroço dos que choravam a morte da menina e diz: “Retirai-vos todos daqui, porque a menina não morreu, mas está dormindo”.
E começaram a caçoar de Jesus. Se não há fé, o homem encerra-se nos limites humanos, que são muito estreitos.
Jesus tomou a menina pela mão e ela se levantou. Levantou-se com tanta facilidade, como se houvesse experimentado um bom sono. Jesus mostrou-se – uma vez mais – dono absoluto da vida e da morte.
Tanto Jairo como aquela mulher nos oferecem um exemplo de fé na onipotência de Cristo, pois só um milagre podia ressuscitar a filha de Jairo, assim como curar a doença daquela mulher, que já tinha posto todos os meios humanos possíveis. De modo semelhante, o cristão deve esperar a ajuda de Deus, que não lhe faltará para superar os obstáculos que se atravessam no caminho para a sua santificação.
Padre Bantu Mendonça

domingo, 3 de julho de 2011

Deus não é um objeto de experimentação humana, diz o Papa


VATICANO, 30 Jun. 11 (ACI) .- Ao presidir esta manhã a entrega do Prêmio Ratzinger à investigação teológica, o Papa Bento XVI explicou que "Deus não é um objeto de experimentação humana".

Em seu discurso aos ganhadores do prêmio: o professor Olegario González de Cardedal, o professor Manlio Simonetti e o sacerdote Maximilian Heim, o Santo Padre explicou que existe um limite ao uso da razão: "Deus não é um objeto da experimentação humana. Ele é Sujeito e se manifesta somente por meio do relacionamento pessoal, fazendo parte da essência de cada ser humano".

Bento XVI fez esta afirmação ao responder à pergunta sobre o quê é verdadeiramente a teologia. "A teologia –disse– é ciência da fé, diz-nos a tradição. Mas aqui surge, imediatamente, a pergunta: Isso é realmente possível? Ou não é esta uma contradição? Ciência por acaso não é o contrário de fé? Não faz com que a fé deixe de ser fé quando vira ciência? E não faz com que a ciência deixe de ser ciência quando regida ou mesmo subordinada a fé?"

"Estas questões, que já para a teologia medieval representavam um sério problema, com o moderno conceito de ciência se tornaram ainda mais prementes, à primeira vista inclusive sem solução. Compreende-se assim por que, na era moderna, a teologia em vastos âmbitos se retirou primariamente no âmbito da história, a fim de demonstrar aqui sua séria característica científica".

Bento XVI disse seguidamente que é necessário então "reconhecer, com gratidão, que com isto foram realizadas obras grandiosas, e a mensagem cristã recebeu nova luz, capaz de fazer visível sua íntima riqueza. Entretanto, se a teologia se retirar totalmente ao passado, deixa hoje a fé na escuridão".

"Depois, em uma segunda fase, concentraram-se na praxis, para mostrar que a teologia, em relação com a psicologia e a sociologia, é uma ciência útil que dá indicações concretas para a vida. Também isto é importante, mas se o fundamento da teologia, a fé, não chega a ser ao mesmo tempo objeto do pensamento, se a praxis é referida apenas a si própria, ou vive unicamente dos empréstimos das ciências humanas, então a praxis se torna vazia e privada de fundamento".

Conforme assinala a nota da Rádio Vaticano, o Papa indicou que "portanto, estes caminhos não são suficientes. Por mais que sejam úteis e importantes, convertem-se em subterfúgios, e permanece sem resposta a verdadeira pergunta. Que ressoa: é aquilo verdade no que acreditam ou não? Na teologia está em jogo a questão a respeito da verdade; ela é seu fundamento último e essencial".

Depois de explicar que ao ser Cristo mesmo a Verdade à qual é possível acessar através da razão humana, o Papa indicou que "a razão experimental se apresenta hoje amplamente como a única forma de racionalidade declarada científica. O que não pode ser cientificamente verificado ou falsificado cai fora do âmbito científico".

"Com esta formulação foram realizadas obras grandiosas; que ela seja justa e necessária no âmbito do conhecimento da natureza e de suas leis ninguém desejará pô-lo seriamente em dúvida. Entretanto, existe um limite ao semelhante uso da razão: Deus não é um objeto da experimentação humana. Ele é Sujeito e se manifesta somente por meio do relacionamento pessoal, fazendo parte da essência de cada ser humano".

O Santo Padre referiu logo um segundo uso da razão: "o amor quer conhecer melhor àquele que ama. O amor, o amor verdadeiro, não faz cegos, mas videntes. Disto forma parte precisamente a sede de conhecimento, de um verdadeiro conhecimento do outro".

"Por isso, os Padres da Igreja encontraram os precursores e os pioneiros do cristianismo –fora do mundo da revelação de Israel– não no âmbito da religião consuetudinária, mas nos homens em busca de Deus, nos "filósofos": em pessoas que estavam sedentas de verdade e estavam, portanto, em caminho para Deus".

"Quando não existe este uso da razão –precisou o Papa– então as grandes questões da humanidade caem fora do âmbito da razão e som deixadas à irracionalidade. Por isso uma teologia autêntica é tão importante. A fé reta orienta a razão para abrir-se ao divino, a fim de que ela, guiada pelo amor pela verdade, possa conhecer Deus mais de perto".

"A iniciativa para este caminho está em Deus, que pôs no coração do homem a busca de seu Rosto. Portanto, forma parte da teologia, por um lado, a humildade que se deixa "tocar" por Deus e, por outro, a disciplina que se liga à ordem da razão, preserva o amor da cegueira e ajuda a desenvolver sua força vidente".

Finalmente o Papa afirma ser "consciente de que com tudo isto não foi dada uma resposta à questão sobre a possibilidade e a tarefa da reta teologia, mas apenas foi posta em luz a grandeza do desafio ínsito na natureza da teologia. Entretanto, precisamente o homem tem necessidade deste desafio, porque ela nos impulsiona a abrir nossa razão nos interrogando sobre a verdade mesma, sobre o rosto de Deus".

Mensagem do Dia

"Jesus sempre vê o fundo do teu coração." (Padre Pio de Pietrelcina)

sexta-feira, 1 de julho de 2011

A diferença entre provação e tentação. A 'receita' para identificar os objetivos desses sentimentos


Precisamos entender que a provação é uma situação de aflição e sofrimento. Esse aspecto é tratato em Tiago 1, 3. Quando falamos desse assunto [provação], estamos tocando na origem, falando daquele de quem vem a ação. Somente Deus nos prova na intenção de nos fazer alcançar uma fé madura e, diante dessa dimensão, vamos perceber que a provação contempla fins que nos leva à perfeição. Entretanto, podemos correr o risco de, diante de uma provação, cair num sentimento de revolta contra Deus. Há necessidade de aproveitar desse momento [de provação].

Enquanto que a tentação tem origem no demônio. É uma atração para fazer o mal no intuito de buscar o prazer, egoísmo ou o lucro. Há situações de tentação que são culpa de nossa própria concupisciência. São as nossas tendências que nos levam à decadência que o tentador deseja: o afastamento de Deus.

Como instrumento contra a tentação precisamos rezar, estar vigilantes para que a graça venha em favor daqueles que são tentados. É tambem nosso dever socorrer aqueles que caem envolvidos pelas armadilhas do tentador. Ainda assim, na tentação podemos aprender a partir de nossos limites, das nossas fraquezas e assumir cada vez mais nossa dependência de Deus.

Padre Eliano Luiz, neste Podcast, nos apresenta a “receita” para identificarmos as diferenças e os objetivos que nos levam à tentação e à provação quando somos alcançados por elas.

Homilia Diária - 01.07.2011 - "Em Jesus encontramos o verdadeiro descanso"


Na primeira parte do Evangelho de hoje, temos uma breve oração de louvor de Jesus com a afirmação da união de conhecimento entre o Filho e o Pai.
Jesus dá testemunho do Pai diante de todos. A vontade do Pai é que todos O acolham. Contudo, surge uma separação entre os “sábios e entendidos” e os “pequeninos”. Os sábios e entendidos são os autossuficientes das elites judaicas e os poderosos das cidades nos dias atuais. Estes estão bem instalados em seus privilégios e não querem mudanças. Os pequeninos são os pobres bem-aventurados, privados e carentes, em busca do socorro de Deus e ansiosos pela mudança do sistema de opressão. Completando a oração, Jesus afirma a Sua união de conhecimento com o Pai, que é a fonte da Sua revelação ao mundo.
Em Deus, conhecer e amar são atitudes inseparáveis. A experiência missionária confirma que os pobres estão mais disponíveis para acolherem as propostas do Reino para a transformação do mundo. Por isso, Jesus agradece a Deus, Seu Pai: “Ó Pai, Senhor do céu e da terra, eu te agradeço porque tens mostrado às pessoas sem instrução aquilo que escondeste dos sábios e dos instruídos! Sim, ó Pai, tu tiveste prazer em fazer isso”.
Depois da Sua ação de graças com alegria, sabendo Jesus que o ser humano precisa de descanso, de repouso para repor as energias – necessita de descanso físico e também de descanso espiritual – nos convida: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde­ de coração, e vós encon­trareis descanso. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.
Neste Evangelho, Jesus vem ao encontro da necessidade de descanso espiritual. Ele diz a cada um de nós: “Vinde, aprendei e encontrareis descanso”. Quando Jesus diz isso, Ele não não quer simplesmente mostrar “pena” ou compaixão humanas. O que Ele quer é mostrar-nos o Seu Pai.
O que Jesus diz, então, é que a simples confiança n’Ele e a natural vivência nos parâmetros da Sua Lei – a Palavra de Deus – são fardos leves e gratificantes. Pela confiança n’Ele encontraremos a Deus e n’Ele descansaremos.
Jesus convida a todos que estão cansados e desorientados com as opções e soluções que o mundo oferece e que não dão verdadeiro alívio ou descanso. Mas, principalmente, Jesus convida a todos que sentem o peso do pecado sobre a sua vida, com todas as consequências que ele traz sobre cada um.
O pecado nos causa sofrimento físico, culpa e cansaço mental. E tudo isso enche o nosso coração de medo, auto-piedade, intranquilidade e desespero. Quantas noites não passamos aflitos por causa dos problemas da vida, quantas vezes não estamos desanimados, lutando com os sentimentos de culpa ou medo e contra a nossa vontade pecadora!
Nessas horas, Jesus vem e nos diz: “Vinde a mim todos vós que estais cansados de lutar. Desabafai comigo os vossos problemas, dores, medos e erros. Eu farei cada carga vossa mais leve e trarei paz a vossas almas”.
São palavras de amor, carinho e compaixão que Jesus dirige a cada um de nós. Por isso, meu irmão, se você está triste, desanimado, cansado da vida, com os seus problemas, tristezas e desânimo, com os seus desejos, planos e objetivos corra para Jesus e entregue a Ele toda a sua vida e, com ela, tudo o que lhe perturba.
Vá a Jesus pela fé, crendo n’Ele como o seu Salvador pessoal e como o Senhor da sua vida. Aprenda com a Sua Palavra, que nos mostra como viver uma vida feliz e que tem sentido e direção, e você encontrará alívio e descanso. Pois o que Ele quer para mim e para você é o verdadeiro descanso nesta vida. E descanso eterno com Ele no céu.
Padre Bantu Mendonça