segunda-feira, 20 de junho de 2011

O Papa em San Marino: Deus sempre oferece a possibilidade da conversão e do perdão


VATICANO, 19 Jun. 11 (ACI/EWTN Noticias) .- Na homilia da Missa que presidiu esta manhã na República de San Marino na Solenidade da Santíssima Trindade, o Papa Bento XVI assinalou que ante o ser humano pecador, Deus oferece sempre a possibilidade da conversão e do perdão.

Diante de milhares de fiéis reunidos para a Eucaristia que celebrou no estádio de Serravalle, o Santo Padre explicou que o mistério da Santíssima Trindade, Deus Uno e Trino, é o "primeiro e supremo mistério da nossa fé".

"O Pai, o Filho e o Espírito Santo como um, porque é amor e o amor é a força vivificante absoluta, a unidade criada do amor é reconhecimento; e o Espírito Santo é como o fruto deste amor recíproco entre o Pai e o Filho".

Em seguida o Papa se refere à primeira leitura deste domingo tomada do livro do Êxodo na qual se narra a infidelidade de Israel a Deus quando, depois de Moisés receber os Dez Mandamentos, "pede a Aarão para fazer a eles um deus que seja visível, acessível, manobrável, ao alcance do homem, em vez daquele misterioso Deus invisível, distante. Aarão concorda e faz um bezerro de ouro".

Ao ver o bezerro Moisés quebra as tábuas dos Dez Mandamentos. "Tudo parece perdido, toda a amizade, desde o início, já está estraçalhada. No entanto, no momento deste grandíssimo pecado do povo, Deus, por intercessão de Moisés, decide perdoar e convida Moisés a subir novamente ao monte para receber de novo a Sua lei, os Dez Mandamentos e renovar o pacto".

"Moisés pede então a Deus que se revele, que faça visível o seu rosto. Mas Deus não mostra Sua face, revela por sua vez o seu ser pleno de bondade com estas palavras: "Javé, javé, Deus compassivo e misericordioso, lento para a cólera, rico em bondade e em fidelidade" (Ex 34, 6)".

"Esta é a Face de Deus. Esta autodefinição de Deus manifesta o seu amor misericordioso: um amor que vence o pecado, cobre-o, apaga-o. E podemos estar sempre seguros desta bondade que não nos deixa. Não pode haver revelação mais clara".

Bento XVI ressaltou então que "temos um Deus que renuncia destruir o pecador e que quer manisfestar o seu amor de maneira ainda mais profunda e surpreendente, justamente diante do pecador para oferecer a possibilidade da conversão e do perdão".

O Evangelho de hoje, prossegue o Papa, "completa esta revelação, que escutamos na primeira leitura, porque indica até que ponto Deus mostrou sua misericórdia. O evangelista João reflete esta expressão de Jesus: "De tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo que nele crer não pereça, mas tenha vida eterna"".

"No momento existe o mal, o egoísmo, a maldade e Deus poder vir para julgar este mundo, para destruir o mal, para castigar aqueles que operam nas trevas. Em vez disto, Ele mostra o amor ao mundo, amor pelo homem, no momento do seu pecado, e envia aquilo que há de mais precioso: O Seu Filho unigênito. E não só envia, mas faz dom ao mundo. Jesus é o Filho de Deus que nasceu por nós, que viveu por nós, que venceu o mal perdoando os pecados, acolhendo todos".

Assim, prossegue o Santo Padre, "no mistério da cruz, estão presentes as três Pessoas divinas: o Pai, que doa seu Filho unigênito para a salvação do mundo; o Filho, que cumpre até o fim o desígnio do Pai; o Espírito Santo – efuso de Jesus no momento da morte – que vem nos tornar participantes da vida divina, para transformar a nossa existência, porque é animado do amor divino".

O Papa Bento XVI se referiu logo à história de evangelização de San Marino, obrada pelos Santos Marino e Leão na primeira metade do século II depois de Cristo, criando uma "cultura e uma civilização centrada na pessoa humana, imagem de Deus e por isso portadora de direitos presentes em cada legislação humana".

Depois de assinalar que a riqueza de San Marino é a fé que sustenta esta civilização e esta cultura, o Santo Padre alentou a promover e defender este patrimônio fundamental contra os diversos desafios da sociedade contemporânea como o hedonismo e "a tentação de acreditar que a riqueza do homem não é a fé, mas o seu poder pessoal e social, sua inteligência, sua cultura e sua capacidade de manipulação científica, tecnológica e social da realidade".

"Assim, também nesta terra, começou-se a substituir a fé e os valores cristãos pelas riquezas, que, no fim, se revelam inconsistentes e incapazes de assegurar a grande promessa verdadeira, do bem, do belo e do justo que pelos séculos vossos antepassados identificaram com a experiência da fé".

Ante estes desafios que também afetam as famílias e os jovens, disse o Papa, é necessário que os católicos –sacerdotes, religiosos e leigos– sejam fiéis à sua missão e generosos para responder ao Senhor.

"Nunca se arrependerão de ser generosos com Deus! A vocês leigos, recomendo o empenho ativo na comunidade, de modo que, além de seus deveres civis, políticos, sociais e culturais, possam encontrar tempo e disponibilidade para a vida da fé, a vida pastoral", concluiu o Pontífice.