quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Homilia Diária - 14.09.2011 - "Que Jesus transforme nossa mera curiosidade em fé"

Quando Jesus abria a boca para falar, suas palavras tornavam realizáveis os seus gestos e as ações testemunhavam quer as suas palavras quer a sua proveniência. E então todos – em todas as cidades – ouviam falar d’Ele. E a grande maioria tinha imensa curiosidade em conhecer a Jesus.
É neste contexto que aparece a passagem de hoje. Constatamos que até Herodes ficou admirado com o que se falava a respeito de Jesus. Provavelmente, contaram sobre o milagre de Caná, das curas dos doentes, da multiplicação dos pães. Por fim, tudo o que parecesse sobrenatural deixava Herodes perplexo e até supersticioso! Eis a razão porque pensou logo em João Batista, Elias e os profetas antigos que, uma vez mortos, julgava terem ressurgido.
A dúvida de Herodes fala mais alto: “A João, eu mesmo mandei cortar a cabeça. Mas, quem será então esse homem de quem ouço falar essas coisas?”
A certeza da ressurreição era comum entre os fariseus em oposição aos saduceus, que não acreditavam na ressurreição. Historicamente falando – e segundo esta crença farisaica – os que morreram piedosamente, justos diante de seu Deus, ressuscitariam voltando a viver nesta mesma terra, porém, em um reino de glória completamente sob o domínio de seu Deus. Mentalidade que mais tarde haveria de iluminar a compreensão da ressurreição de Jesus por parte de seus discípulos judeus.
Mas voltemos ao texto de hoje. Lucas conclui dizendo que Herodes “procurava ver Jesus”.Isto para ter certeza dos sinais e prodígios que ouviu falar sobre Cristo.
Posteriormente, quando Jesus é levado diante de Herodes na Sexta-feira Santa, ele quer ver Jesus realizar alguma “mágica”. Mas Jesus não dirige sequer uma palavra para ele. Herodes não merecia nem uma palavra de Jesus. A arrogância dele era desprezível, literalmente. E por isso, Jesus não realizou nenhum milagre diante dele.
Ter a curiosidade “só de ver” e não acreditar no que se ouve dizer – e no que se vê e se apalpa – não tem importância.
Veja que os apóstolos – diferentemente de Herodes – anunciam aos outros a experiência que fizeram do Cristo ressuscitado: “O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os olhos, o que contemplamos e nossas mãos apalparam no tocante ao Verbo da vida – porque a vida se manifestou e nós vimos e testemunhamos, anunciando-vos a vida eterna que estava com o Pai e nos foi manifestada – o que vimos e ouvimos, nós também vos anunciamos a fim de que também vós vivais em comunhão conosco. Ora, nossa comunhão é com o Pai e seu Filho, Jesus Cristo. Nós vos escrevemos estas coisas para nossa alegria ser completa” (1 Jo 1,1-4)
Quero lhe fazer uma pergunta: Por que você quer ver a Jesus? Até Herodes queria ver Jesus, de tanto que ele ouviu falar. Normalmente, quando ouvimos falar muito de alguém, ficamos curiosos para conhecê-lo. Você já ouviu alguém lhe dizer: “Ah, então você é o…, ouvi muito falar de você” E então você pergunta a esta pessoa: Você ouviu falar bem ou mal de mim?
Lembre-se que a fama de Jesus se espalhou e todos vinham ver a palavra do jovem pregador que tinha tanto amor. Ele fazia todas as pessoas felizes.
E você? Que fama tem? Jesus não só quer ouvir falar muito de você, como também está sempre por perto, pronto para ajudar, caso você precise e peça a ajuda d’Ele. Ele espera ver sua felicidade e, também, ver você fazendo a tantos outros mais felizes. Esta é a fama com a qual Cristo atraiu multidões – e até o próprio Herodes. Faça aos outros felizes e você será feliz hoje e sempre.
Padre Bantu Mendonça