quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O maior suícidio coletivo da História teve origem religiosa.




Fonte: O contorno da sombra
Está disponível no youtube, com legendas em português, o documentário “Jonestown: Vida e Morte no Templo do Povo”, dividido em 9 partes, num total de 86 minutos. Foi produzido em 2006 sob a direção de Stanley Nelson, e relata a tragédia ocorrida em 18 de novembro de 1978, quando o líder da igreja conhecida como Templo do Povo, Jim Jones, levou ao suicídio coletivo algo em torno de 1.000 pessoas (nunca foi possível precisar o número exato das vítimas).
Das 9 partes em que foi dividido o documentário, os dois últimos são os mais difíceis de assistir, pois mostra o áudio do momento final do suicídio, em que só de crianças mortas foram quase 300. É o retrato do pior a que a humanidade pode chegar, a profundeza do horror sem fim. Realmente, é muito difícil ter estômago para acompanhar essas duas partes finais. É a banalização do mal em essência, algo que – guardadas as devidas proporções e circunstâncias – relembra o holocausto perpetrado pelos nazistas.Em comum, talvez, ambos os acontecimentos tenham o elemento religioso como agente causador do fanatismo e da chacina.
Os 7 primeiros capitulos, entretanto, servem para ter uma ideia do perigo que representa deixar-se controlar por alguém que diz deter uma revelação divina especial e particular, que lhe permitiria manipular as mentes e os corações de uma legião de seguidores. Assim como no nazismo, os sinais prenunciavam a tragédia muito antes da fuga para a Guiana inglesa. Bastava o assédio sexual chulo e explícito de Jim Jones aos homens e mulheres que o seguiam para saber que aquilo não vinha de Deus, mas mesmo assim muitos o seguiram até o fim.
Fica claro no documentário que não houve exatamente “suicídio” de muitos dos seguidores, já que, além da tortura psicológica, a outra opção era enfrentar os tiros dos seguranças armados. Como Jim Jones já havia “ensaiado” um suicídio coletivo anteriormente – sem veneno – para testar a lealdade dos seguidores, é possível que alguém tenha pensado que era mais uma de suas loucuras. De qualquer maneira, a frase de George Santayana que estava escrita numa placa acima do “trono” de Jim Jones em Jonestown segue sendo – paradoxal e tetricamente – um conselho válido: “aqueles que não relembram o passado, estão condenados a repeti-lo”.
O  video citado foi retirado do You Tube. Veja esse outro:
http://video.google.com/videoplay?docid=3501494540295584445