sexta-feira, 29 de julho de 2011

Holanda: Freira chamada de “Irmã 2.0″ faz “sucesso” na internet com jovens.

A internet pode ser uma ponte entre a igreja e os jovens, acredita a irmã Elvira Maria, das Carmelitas do Divino Coração de Jesus:
“Na Holanda, cada vez menos jovens frequentam a igreja. Embora eles tenham muitas perguntas sobre religião. Mas infelizmente, muitas paróquias e padres não estão abertos para os jovens. Isso acontece por falta de tempo ou porque pensam que eles não têm mesmo nenhum interesse. Os jovens então ficam isolados, mas via internet é possível se comunicar com eles.”
Messenger
A irmã Elvira Maria entrou na rede há dez anos, por curiosidade. Ela estava entre jovens que perguntaram: “Irmã, nós podemos conversar com a senhora pelo Messenger?” Na época, ela não sabia nada de computadores, mas aprendeu rápido: “Muitas pessoas faziam contato com perguntas sobre religião, sobre seus estudos, sobre seus relacionamentos. Elas podem falar sobre tudo. Quando perguntam alguma coisa, dou uma resposta sincera e isso é o que elas esperam.” Mesmo que tome tempo, ela responde a todos com carinho, diz a irmã.
Facebook
Com o tempo ela começou a gostar da atividade. Elvira Maria criou páginas em redes de relacionamento social como Facebook e Hyves (versão holandesa do Facebook) e também fez um site para o convento das carmelitas da cidade de Vogelenzang.
As outras freiras não estão todas online, mas acompanham suas atividades. Até a mais idosa, de 92 anos. “Quando um jovem tem dificuldades, elas dizem: mande lembranças nossas no e-mail e diga que vai estar nas nossas preces. As irmãs não estão diretamente online, mas seus corações sim.”
Missão
Os jovens com quem ela tem contato estão em vários lugares:
“Eu falo com todo mundo. Alguns da Alemanha, dos Estados Unidos, Irlanda, Bélgica. E da Holanda, claro, que é de onde vem a maioria. Não digo: ‘Os outros não podem’, mas a Holanda é realmente o país para esta missão. Poucos jovens frequentam a igreja. Mas muitos estão à procura de alguma religiosidade, alguma espiritualidade.”
A irmã também recebe muitos contatos de países como o Peru, mas para ela isso é difícil. “O problema é que eu não conheço a cultura de lá. É diferente de falar com pessoas que estão mais próximas. Não consigo me pôr no lugar de alguém de lá, e isso é importante quando se quer ajudar uma pessoa.”
Vocação
Como consequência de suas atividades na internet, duas jovens já se uniram ao convento. Mas este não é o principal objetivo: “Se eu quisesse apenas levar meninas para o convento e meninos para o seminário, não teria credibilidade. Minha motivação é ajudar. Mas se uma vocação se revela, é algo muito bonito.”
Não sem perigos
A internet também pode levar freiras para o ‘mau caminho’. “A internet não pode tomar conta da sua vida no convento”, alerta Elvira Maria. “As orações têm prioridade. Se você começa a visitar sites nos quais não tem nada que procurar, é porque não é fiel a sua própria vida e a Jesus. Aí coisas ruins podem acontecer.”
Curso
A irmã Elvira Maria também dá cursos. Recentemente ela esteve em Roma, a convite do Vaticano, para ensinar outras freiras como elas podem usar a internet. Por suas aventuras na rede, ela agora é conhecida como Irmã 2.0, ou Irmã Digital:
“Claro que dou risada disso. Na Itália, uma pessoa disse: ‘Irmã, vi que a senhora é chamada de guru da web.’ Uma vez fui apresentada num congresso como Irmã 2.0. O que posso fazer? Sou uma freira. Não sou alheia a estes temas, mas também não sou nenhuma especialista em computadores.”