quinta-feira, 7 de julho de 2011

Igreja não é organização social como outras


Papa recebe peregrinos da diocese de Altamura-Gravina
ROMA, segunda-feira, 4 de julho de 2011 (ZENIT.org) – “A Igreja não é uma organização social, filantrópica como muitas outras: é a Comunidade de Deus.” Esta foi a reflexão de Bento XVI ao receber, no último sábado, os fiéis de Altamura-Gravina-Acquaviva delle Fonti, comprometidos no primeiro Sínodo pastoral diocesano.
Dirigindo-se às mais de 7 mil pessoas que saíram de Murgia para participar da audiência, o Papa recordou que a Igreja “é a comunidade que crê, que ama, que adora o Senhor Jesus e abre as 'velas' ao sopro do Espírito Santo, e por isso é uma comunidade capaz de evangelizar e de humanizar”.
Isso porque, segundo ele, no atual momento histórico, marcado por luzes e sombras, muitos homens e mulheres precisam encontrar-se com Cristo.
De fato, continuou, “assistimos a comportamentos complexos: fechar-se em si mesmos, narcisismo, desejo de possuir e de consumir, sentimentos e afetos desligados da responsabilidade. Muitas são as causas desta desorientação, que se manifesta em um profundo mal-estar existencial, mas no fundo de tudo se pode entrever a negação da dimensão transcendente do homem e da relação básica com Deus”.
Daí sua exortação a que “as comunidades cristãs promovam percursos válidos e comprometidos com a fé”. Neste sentido, o Papa destacou que se deve prestar uma particular atenção à educação na vida cristã, “para que toda pessoa possa realizar um autêntico caminho de fé, através das diversas idades da vida”.
A contribuição determinante é da família: “Queridos pais, sois as primeiras testemunhas da fé! Não tenhais medo das dificuldades nas quais estais chamados a realizar a vossa missão. Não estais sozinhos! A comunidade cristã está perto de vós e vos sustenta. A catequese acompanha vossos filhos em seu crescimento humano e espiritual, mas é considerada como uma formação permanente, não limitada à preparação para receber os sacramentos”.
O Papa destacou também a participação na Missa dominical como “decisiva para a família, para toda a comunidade”; e recordou que, nos sacramentos, “sobretudo na Eucaristia, o Senhor Jesus age para a transformação dos homens”. Importante também é valorizar as iniciativas de voluntariado existentes na diocese, “para formar pessoas solidárias, abertas e atentas às situações de mal-estar espiritual e material”.
Dirigindo então um pensamento especial aos sacerdotes, o Santo Padre os incentivou a ser “sempre conscientes do dom recebido”, para anunciar “o Evangelho com coragem e fidelidade”; a ser “testemunhas da misericórdia de Deus”; e a “indicar a verdade, não temendo o diálogo com a cultura e com os que estão buscando Deus”.
No começo da audiência, Dom Mario Paciello, em um breve discurso de saudação, convidou o Papa a visitar a diocese por ocasião do congresso eucarístico diocesano, programado para o próximo ano, como conclusão das assembleias sinodais: “Dedique uma de suas viagens apostólicas ao Sul da Itália, à nossa diocese, que deu vida a dois de seus ilustres predecessores, Inocêncio XII e Bento XIII”.