segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Com cristianismo, esperança se torna certeza



Afirma Papa a “Meeting” de Comunhão e Libertação


RIMINI, segunda-feira, 22 de agosto de 2011 (ZENIT.org) – “A esperança que não defrauda é a fé em Jesus Cristo”: foi assim que o Papa Bento XVI comentou o tema do 32º Meeting de Rimini – “E a existência se torna uma imensa certeza” –, na saudação enviada ao bispo de Rimini, Dom Francesco Lambiasi.
Meeting pela amizade entre os povos foi inaugurado neste domingo, com uma Celebração Eucarística da qual participaram mais de 11 mil pessoas.
Os números, também este ano, são impressionantes: 115 encontros, 26 espetáculos, 10 exposições, 11 manifestações esportivas e 332 relatores que intervirão no encontro, bem como 160 mil metros quadrados de espaços cobertos na Feira e 3.270 voluntários.
Os participantes são jovens procedentes da Itália, Egito, Rússia, Grã-Bretanha, Brasil, Camarões, Canadá, Chile, Costa Rica, França, Kosovo, Lituânia, México, Nigéria, Espanha, Estados Unidos, Suíça e Ucrânia; 800 pessoas – a maioria delas, universitárias – trabalharam gratuitamente durante o pre-Meeting (de 11 a 20 de agosto), para deixar a Feira preparada.
A mensagem do Papa, transmitida pelo secretário de Estado de Sua Santidade, cardeal Tarcisio Bertone, explica o dado antropológico segundo o qual a origem do homem é querida por alguém a quem ele naturalmente tende.
Luigi Giussani, fundador do movimento Comunhão e Libertação, que promove anualmente oMeeting de Rimini, afirmou que esse alguém ama o homem como os pais amam os filhos e o que torna os filhos fortes é a certeza do amor dos pais.
“Já na história do povo de Israel – escreveu o Pontífice –, sobretudo na experiência do êxodo, descrita no Antigo Testamento, emerge como a força da esperança deriva da presença de Deus, que guia o seu povo.”
“O homem não pode viver sem a certeza do seu próprio destino”, destacou Bento XVI, acrescentando que é com o advento de Cristo que “a promessa que alimentava a esperança do povo de Israel chega ao seu cumprimento”.
“Em Cristo Jesus – destacou o Papa –, o destino do homem foi extraído definitivamente da nebulosidade que o rodeava” e, “através do Filho, no poder do Espírito Santo, o Pai nos desvelou definitivamente o futuro positivo que nos espera”.
Segundo o Pontífice, “Cristo ressuscitado, presente em sua Igreja, nos sacramentos com o seu Espírito, é o fundamento último e definitivo da existência, a certeza da nossa esperança”.
“Somente a certeza da fé permite ao homem viver intensamente o presente e ao mesmo tempo transcendê-lo, descobrindo nele os reflexos do eterno com que o tempo se ordena.”
“Os dramas do século passado demonstraram amplamente que, quando diminui a esperança cristã, isto é, quando diminui a certeza da fé e o desejo das 'coisas últimas', o homem se perde e se torna vítima do poder.”
“Uma fé sem esperança provocou o surgimento de uma esperança sem fé”, resumiu.
A mensagem do Papa conclui com uma citação de André-Jean Festugière, segundo o qual “a imortalidade cristã se caracteriza precisamente por ser a expressão de uma amizade”.
“O que é o paraíso, senão o cumprimento definitivo da amizade com Cristo e entre nós?”, questionou o filósofo francês.
Para o Pe. Festugière, “a existência, portanto, não é um proceder cego, mas um ir ao encontro de quem nos ama; sabemos, então, onde estamos andando, rumo a quem nos dirigimos, e isso orienta toda a existência”.
(Antonio Gaspari)