quinta-feira, 26 de maio de 2011

Considerações sobre o Kit "anti-homofobia" - Um olhar cristão católico



"O governo se comprometeu daqui para frente que todo material que versará sobre costumes será feito a partir de consultas mais amplas à sociedade".
                                                                                  (Fonte: g1.com.br)





Desta forma o ministro da Secretaria-Geral da presidência, Gilberto Carvalho, concluía o anúncio da suspensão de toda produção e distribuição do material intitulado de kit anti-homofobia, sob a ordem da presidência da república. O sentimento que me tomou quando tomei ciência desta notícia foi de “dever cumprido”.  Digo isto, por fazer parte do coro de cristãos que levantaram-se contra este material, que muito além de desejar desenvolver o respeito as pessoas que livremente assumem uma postura homossexual, fazia uma explícita apologia a este comportamento.
Precisamos ser claros: existe uma diferença abissal entre não concordar com o comportamento homossexual e ser homofóbico. O dicionário pode nos ajudar com esta reflexão:

homofobia
ho.mo.fo.bi.a
(homo(ssexual)+fobo+ia1) sf 1 Preconceito contra os homossexuais. 2 Ódio aos homossexuais, muitas vezes levando à violência física.
(michaelis.uol.com.br)

Segundo o léxico a postura homofóbica é determinada por duas premissas fundamentais: o preconceito e o ódio aos homossexuais.

Vejamos o que diz o catecismo da Igreja Católica sobre essa matéria:

2358. Um número considerável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente radicadas. Esta propensão, objectivamente desordenada, constitui, para a maior parte deles, uma provação. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á, em relação a eles, qualquer sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar na sua vida a vontade de Deus e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar devido à sua condição. (CIC)

          Ora, radicados em nossa fé, assumimos as orientações bíblicas e da sagrada tradição, quanto a natureza e o fim do comportamento homossexual, como está explicitado na carta paulina aos Romanos (Cap. 1,21-32).  Tanto no Catecismo quanto na Sagrada Escritura somos orientados a reprovar o comportamento homossexual, mas de forma reiterada, tratar a todos como irmãos. E todos, significa todos. Independentemente de credo, cor, condição social e postura frente a própria sexualidade.

          Nós cristãos não somos homofóbicos e nem o podemos ser, por conta de nossa própria vocação batismal, que nos chama ao amor. Mas esse mesmo amor nos impele a tomarmos posição frente a tudo que desvirtua ou desfigura o projeto de Deus em nosso mundo.

      Todos são convidados ao segmento das propostas de Jesus Cristo, mas ninguém é obrigado a isso. “Se alguém quiser me seguir, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mc 8,34b). Os direitos arrogado pelos partidários das idéias homossexualizantes são legítimos no plano do estado laico, bem como é legítima a reação dos cristãos a estas idéias que degradam o solo sagrado da família.

      Que não seja implantada em nossa nação uma ditadura homossexual! Uso esse termo forte, ditadura, pois é assim que se denomina a imposição golpista de um pequeno grupo (no nosso caso atual, de deputados e senadores) em detrimento das aspirações da maioria da população de um país.

       Aplaudo e glorifico a Deus a bancada de deputados que se mobilizou e fez pressão política no governo. Reconheço a decisão centrada e acertada da presidente Dilma em tomar como expediente avaliativo, uma ampla consulta popular, em temas que versem sobre costumes, isto em nome da democracia.

          E digo a todos os irmãos cristãos, católicos e evangélicos: Coragem! Lembremo-nos das palavras do Apóstolo Paulo:
“É, porventura, o favor dos homens que eu procuro, ou o de Deus? Por acaso tenho interesse em agradar aos homens? Se quisesse ainda agradar aos homens, não seria servo de Cristo.”(Gal 1,10)

Deus nos abençoe nesta missão.

Unidos em Cristo e na sua Igreja.
Christian Moreira.