sexta-feira, 27 de maio de 2011

Maria - a cheia de Graça!



“ Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo.”
            








               Durante o mês de maio, nós, fiéis católicos, nos aproximamos de mais uma das grandes graças de nossa fé: a veneração de Nossa Senhora, Mãe de Deus e nossa Mãe. A alegria de professar essa filial devoção teve início nos primórdios da Igreja e certamente se reporta ao que se passou como descreve o evangelista João:
“Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse a sua mãe: ‘Mulher, eis aí o teu filho. ’ Depois disse ao discípulo: ‘Eis aí a tua mãe.’ E dessa hora em diante o discípulo a levou para casa.”(Jo 19, 26-27)
            Naquele momento, diante da cruz de Jesus, ao lado de Maria estava não apenas o discípulo amado (João), mas encontrava-se representado cada um de nós. O momento é envolto de uma oportuna providencia divina e se faz cheio de significado.
Primeiro: elucida em nós uma questão tantas vezes levantada: Teria Jesus tido irmãos? José teria sido casto, vivendo ao lado daquela jovem até sua morte sem ter com ela a união íntima? Ora, se Jesus tivesse tido realmente irmãos, Maria não teria que ser entregue a um dos discípulos de Jesus, mas ficaria na companhia de seus filhos.
Segundo: revela uma ordem de importância na participação de Maria frente aos discípulos de Jesus. A sociedade hebraica daquele período era extremamente machista, sendo necessária por várias vezes a intervenção da religião para resguardar as viúvas como podemos constatar várias vezes no texto sagrado. Assim sendo, Jesus deveria primeiro enviar João para cuidar de sua mãe, mas o que vemos? Exatamente o oposto disso. É ela que deve cuidar de João. É Maria que deve acolher João como seu filho, dispensando a ele, todo o amor e carinho que ela destinara a Jesus, enquanto estava entre nós em sua missão.
Terceiro: ali em João, encontram-se cada um de nós, sendo acolhidos como filhos por Maria. Mas não apenas isso. Diante da cruz! Quantos de nós podemos testemunhar que quando estávamos diante das mais terríveis cruzes de nossas vidas pudemos sentir a presença consoladora de Maria ao nosso lado. E qual deve ser nossa atitude a partir de então? Como João levar Maria para a nossa casa, para nossa vida, para nossas lutas, para nossa família. Sendo Maria a Cheia de Graça, assim começamos esta reflexão, onde ela estiver ali também estará à graça do Senhor! (Catecismo nº 970).
Se reconhecemos a importância do Pentecostes para o cristianismo, quando o Espírito Santo, o Paráclito, o prometido do Pai, veio sobre os apóstolos, amedrontados e escondidos por medo dos judeus e infundiu-lhes um novo vigor e uma paresia (cf. At 2,1-47),ainda mais teremos motivos de considerar Maria como Bem-Aventurada segundo o próprio cântico do Magnificat, pois é nela que se dá a primeira experiência do Pentecostes no Novo Testamento. “O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra.” (Luc 1,35b) A simples saudação de Maria a sua prima Isabel, narra o evangelista Lucas, a deixa cheia do Espírito Santo. Desta forma, ensina a Igreja: "O Espírito Santo preparou Maria com a sua graça. Convinha que fosse ‘cheia de graça’ a mãe daquele em que ‘habita corporalmente a Plenitude da Divindade’ (Cl 2,9). Por pura graça, ela foi concebida sem pecado como a mais humilde das criaturas, a mais capaz de acolher o Dom inefável do Todo-Poderoso.” (Catecismo 722).
No centro de nossa fé, está o próprio Cristo, em sua presença eucarística, em tantos e tantos sacrários de Igrejas e Capelas. Não podemos esquecer porém que o primeiro sacrário foi o seio virginal de Maria, onde  esteve Jesus em sua carne e seu sangue. E ousando em nossa fé católica, aquele divino sangue que jorrou na cruz por nossa salvação, como celebramos recentemente no Domingo da Misericórdia, tinha no mínimo o DNA de Maria.
Tudo por Jesus, nada sem Maria! Que nesse mês de Maio, consagrado a Maria, Advogada, Auxiliadora, Protetora, Medianeira, Assunta, Cheia de Graça, Escrava do Senhor, Imaculada, Mãe de Deus, Mãe de Cristo, Mãe da Igreja, Sede da Sabedoria, Refúgio do Cristão, seja renovado em nós, por meio do Espírito Santo, o amor àquela que se fez nada, mas que nos trouxe tudo. E que tenhamos nosso sim diário a Jesus e ao seu chamado renovado e um inflamado amor por sua Igreja, ao lado de Maria, mesmo nos momentos de Cruz. Amém!

Unidos em Cristo e na sua Igreja.

Christian Moreira